Mensagem de Julie Redstone
22 de Março de 2012
Há muitas passagens do desenvolvimento e do crescimento espiritual que exigem um período de espera. Durante este tempo, pode parecer que pouco esteja acontecendo, e, entretanto, muito pode estar acontecendo. Os “quarenta anos” no Deserto do Sinai, e os “quarenta anos” do Dilúvio, são exemplos de períodos de tempo que estiveram envolvidos com grandes transições; “Quarenta” como a palavra para “um período de tempo sagrado de grande duração”, a partir do ponto de vista humano.
Assim, também é hoje com a espera. Frequentemente, há passagens que devem ocorrer no tempo que exigem paciência, resistência e perseverança, mesmo quando parece que nenhum movimento visível esteja acontecendo. Esta é muitas vezes a forma do desdobramento Divino, que não ocorre no nível do visível ou do previsível, e que não concede ao ego o poder de “saber”. Isto é muito difícil para o ser humano encarnado que deve esperar sem os sinais visíveis do apoio, mas, simultaneamente, projecta a personalidade e todo o ser mental e emocional no reino da alma, permitindo que os desejos e anseios da alma se tornem fundamentais em relação às necessidades do ego.
A espera é uma passagem, uma passagem de esperança, de confiança e de resistência, que deve frequentemente ser atravessada, de modo que a mudança possa ocorrer.
Há aqueles que esperam com desconfiança e com muito medo.
Há aqueles que esperam em dúvida ou confusão sobre o que está acontecendo.
Há aqueles que esperam com optimismo e confiança.
E há aqueles que esperam no desconhecido – deixando tudo nas mãos de Deus.
A espera dá o maior poder à alma para desmantelar as necessidades e desejos do ego, e assume o seu espaço como a maior fonte de autoridade na vida humana. É a alma que se beneficia da espera, mesmo enquanto o ser encarnado possa estar em dor. E é a alma que institui e que cria a partir do ponto de vista dos seus próprios propósitos, de modo que a maior realização espiritual e movimento possam ocorrer.
Muitos sofrem durante os períodos de espera, porque a base de confiança no desdobramento Divino foi extremamente esgotada, e porque o medo assumiu o seu espaço. Muitos sofrem, e muitos desejam “saber” quando, como e aonde as coisas irão se materializar. Isto é inteiramente natural a partir do ponto de vista humano, mas não é a forma do desdobramento Divino, que não se separa da Fonte de todo o movimento, ou seja, da Fonte que é Deus.
O desdobramento Divino não requer conhecimento, requer confiança. Não requer planejamento, requer entrega. E no meio desta entrega, grandes verdades estão nascendo no coração, verdades sobre o relacionamento da alma com Deus e verdades em relação ao significado da própria vida. A espera traz estas verdades aos níveis mais profundos do coração, mesmo enquanto as emoções e o processo mental possam estar experimentando profunda angústia.
Em geral, os benefícios intrínsecos reconhecidos pela espera podem somente ser conhecidos depois que o período de espera passou, ou algumas vezes, nem mesmo dentro de uma determinada existência. Entretanto, na maioria das vezes, as transições do coração são conhecidas pelo ser encarnado na existência na qual elas são suportadas, e os grandes benefícios que vêm àquelas almas que se tornam mais fortalecidas desta maneira, são frequentemente conhecidas para o ser consciente.
A espera não é algo que o ego escolheria. É algo que a alma deve escolher e deve ser suficientemente capacitada para fazer isto. Isto permite que o ser encarnado suporte um período de dificuldade ou angústia. Quando a alma está fortalecida deste modo, então todas as dificuldades começam a ser absorvidas em um sentido de propósito maior, e todos os sofrimentos são vistos como parte do grande Plano para cada alma que traz cada ser, a sua própria maneira, à totalidade Divina.
Traduzido por: Regina Drumond Chichorro – reginamadrumond@yahoo.com.br
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