Estamos
tratando, nesses encontros, de algo bastante básico para a
realização daquilo que todos procuram, de uma certa forma, que é a
Felicidade.
O
que eu tenho observado é a facilidade que você tem de se
desorientar. Quando alguém caminha dentro de uma mata fechada,
precisa tomar muito cuidado para não perder o sentido de orientação.
Se isso acontece, ela pode perder a vida. Com muita facilidade, você
perde este sentido de orientação, e isso acontece quando você
perde a si mesmo nos fenômenos, nas aparições dos acontecimentos.
Você se esquece de si mesmo, de sua Natureza Real, e se embola com
qualquer fenômeno externo.
É
curioso, mas o pensamento, o sentimento e a emoção também são
fenômenos externos. Percebam que isso é básico para você que está
trabalhando essa coisa do Despertar, da Realização de Deus — não
se perder no “externo”.
Quando
algo acontece do lado de fora do corpo — um parente sofre um
acidente ou é hospitalizado, alguém vai embora, perde o emprego,
etc. —, você se perde nesses eventos, você esquece sua Natureza
Real, preocupa-se, ocupa-se com o “externo”. E o “externo”
pode ser tanto acontecimentos do lado de fora como pensamentos do
lado de dentro. Quando você faz isso, esquece que há algo, em você,
maior que o “externo”.
Quando
você chega em Satsang, eu lhe digo: “Nada disso é real!”.
Talvez, seja real apenas como um fenômeno, mas não é real em seu
Ser, em sua Natureza Verdadeira. Não é real porque é uma coisa que
vem e vai. Pensamentos, sentimentos, emoções, empregos, acidentes,
pessoas sendo internadas, morrendo e nascendo são coisas assim, mas
nada disso pode tocar Você, o seu Ser. Entretanto, você não
acredita em mim; você prefere acreditar nisso, então, tem
problemas, sofre. Você acompanha isso?
Quando você chega
em Satsang, eu lhe digo: “Nada disso é real!”. Talvez, seja
real apenas como um fenômeno, mas não é real em seu Ser, em sua
Natureza Verdadeira.
A
coisa mais desafiadora na vida é ficar só com ela e não inventar
nada. O pensamento adora inventar! Ele interpreta, traduz e tenta
manipular o que acontece. Isso é o ego! “Forçar a barra” é o
ego; resistir, lutar contra o que aparece, é o ego. Você vai além
dessa limitação quando acolhe seu Ser, sua Natureza Real.
A
sua Natureza Verdadeira está em Paz, não tem problema. Em sono
profundo, você experimenta Isso, porque você não está lá como
uma egoidentidade, como uma pessoa com escolhas, desejos e medos.
Satsang
o convida a ir além de toda essa limitação; é a chave que abre a
porta do fim da ilusão, dessa entidade que sofre, dessa pessoa,
desse perturbado. Eu não conheço uma pessoa boa, porque “pessoa”
é sinal de maluquice. Quando você vai a Satsang, se depara
com um Ser Realizado, então, ele olha para você e diz: “Não
precisa sofrer, mas tem que se desapegar da história, do pensamento,
do seu mundo, porque o ‘seu mundo’ é problemático. Onde o seu
mundo aparecer, o problema aparecerá.”.
Mas,
você está viciado em pensar, em sentir, em ser “alguém”; está
viciado no mundo, na história. Então, não há espaço para a
Consciência, que é Meditação, que é Ser. Não há mais problema
se você vive em seu Ser. Isso é seu Despertar! Você tem que sair
desse sono, que é o “seu mundo”, o qual está todo dentro da sua
cabeça. Esse é o seu único problema!
Compreenda
isso; não intelectualmente, mas de forma prática. Quando o fenômeno
surgir, não salte sobre ele, não confie nisso. Quando o pensamento,
o sentimento, a emoção, a sensação e os acontecimentos surgirem,
deixe isso por conta de Deus. Não é seu assunto, então, não se
envolva! Deixe Deus tomar conta de tudo! Se você não fizer isso,
vai perder a fome, vai perder o sono, vai sonhar à noite, vai ficar
mal-humorado durante o dia, vai ter muita raiva, vai ficar
perturbado, um perturbado mental.
Então,
você se volta para a Verdade de si mesmo, que é Consciência, que é
essa Presença, que é Deus, e abandona a mente. Por isso, eu tenho
recomendado às pessoas que venham a Satsang, porque é único
jeito de abandonar a mentira de ser uma pessoa.
Você
está muito viciado nisso, muito viciado! Você vive no meio de
“drogados”, de “gente viciada”. Então, você vai a Satsang
e se depara com um “sóbrio”, em meio a uma multidão de
egos, de pessoas “embriagadas” de ilusão.
A
mente tem a habilidade de transformar a vida em um problema. A mente
é sempre pessoal! Ela pega a experiência em volta dela —
pensamentos, sentimentos, emoções e tudo que acontece do lado de
fora — e transforma tudo em algo particular, pessoal,
para “alguém”. Quem? Você! Então, você diz: “Eu tenho um
problema que ninguém tem!” — essa é a particularização da
mente.
Agora,
fica claro o que a gente chama de “ego”. Ego é esse sentido
ilusório de um centro, em torno do qual acontecem coisas. Maluquice
total, porque tudo o que acontece a esse “mim” é só uma
imaginação para essa autoimagem que você acredita ser. Olha que
interessante: você imagina ser alguém e, então, tem problemas.
Isso só existe na mente!
A
Vida diz: “Eu Sou o que Sou, não estou nem aí para a sua
imaginação!”. Então, essa autoimagem fica revoltada, com raiva,
sofrendo, e isso não tem fim nunca! Só se o sonho terminar.
Bem-vindo
a Satsang!
*Transcrito
a partir de uma fala em um encontro online na noite do dia 24 de
Agosto de 2018 – Encontros online todas as segundas, quartas e
sextas as 22h (exceto em períodos de retiros) – Para informações
sobre o app Paltalk e instruções de como participar acesse o link:
http://mestregualberto.com/agenda/encontros-online
http://marcosgualberto.blogspot.com/2018/09/como-abandonar-mentira-de-ser-uma-pessoa.html
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