A reverência é um tesouro que podemos descobrir quando estamos sós perante o Infinito. Muitos já experimentamos esse sentimento ao contemplar as estrelas. Quão expansivo, profundo e silencioso é o cosmos! E como desperta a memória interior, trazendo-nos recordações sutis da nossa origem estelar!
A reverência dignifica o ser, eleva a consciência, prepara-a para mais amplos contatos. Seria importante ensinarmos a reverência para nossas crianças... Pelo exemplo belamente faríamos isso!
Se o céu noturno ativa em nós a reverência, podemos conscientemente despertá-la em outras situações. Tal exercício, aparentemente sem importância, pode transformar radicalmente nossa vida e, por conseguinte, o mundo.
Experimentemos. É preciso ousar sair dos esquemas automáticos das reações cotidianas e estar diante das situações de maneira única e renovada. Por exemplo, perceber a água ao lavar as mãos, agradecer, reverenciar a Mãe Natureza. Sentir a brisa, o calor do sol, o vento, a chuva, o frio e sempre agradecer, reverenciar.
Se o cenário nos abençoa com a fumaça dos automóveis, a sujeira, o barulho e o caos, também aí agradecemos, reverenciamos o Infinito ainda oculto e aprisionado na desarmonia, para que se ative, para que transmute e libere nossas cargas de sofrimento e ignorância.
A reverência surge da gratidão e da harmonia. Cura e transforma os que a ela se unem; liberta a alma e lava-lhe o passado. Que bela companhia! Naveguemos na vida com ela e nela. Sejamos como faróis a iluminar os mares tempestuosos da nossa civilização.
Se a mente diz que isso é pouco, que há muito para ser transformado no mundo e que os tempos urgem e que de nada adiantaria nos esforçar nessa direção positiva, sorria. Apenas sorria com o coração, em silêncio -- e prossiga.
Assim se forma a corrente do bem. Assim se unem mãos que oram e laboram por um futuro luminoso. Assim, estranhos descobrem-se irmãos, iluminam-se as almas, prevalece o espírito!
Cósmica jornada! O Infinito desvela-se aqui, em cada pequeno ato de amor...
Reverenciemos!
Simón Paz
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