O CAMPO - Em busca da força secreta do 
Universo-O Universo ressonante - Parte 1
 
PRÓLOGO
A revolução iminente
Estamos na iminência de uma revolução, de uma revolução tão ousada 
quanto a descoberta da relatividade por Einstein. Estão emergindo na 
fronteira da ciência novas idéias que desafiam tudo o que acreditamos a 
respeito da maneira como o nosso mundo funciona e de como definimos a 
nós mesmos. Estão sendo feitas descobertas que comprovam o que a 
religião sempre sustentou, ou seja, que os seres humanos são bem mais 
extraordinários do que um agrupamento de carne e ossos. Em sua base 
essencial, essa nova ciência responde a perguntas que deixaram os 
cientistas perplexos durante centenas de anos. Em sua parte mais profunda, trata-se de uma ciência do miraculoso.Há
 várias décadas, cientistas respeitados de diversas disciplinas ao redor
 do mundo vêm conduzindo experiências bem planejadas cujos resultados 
contrariam a biologia e a física atuais. Em conjunto, essas pesquisas 
nos oferecem informações copiosas acerca da força organizadora central 
que governa o nosso corpo e o resto do cosmo. O que eles descobriram é 
nada menos do que impressionante. Em
 nossa essência mais elementar, somos uma carga de energia. Os seres 
humanos e todas as coisas vivas são uma coalescência em um campo de 
energia conectado a todas as outras coisas que existem no mundo. Esse 
campo de energia pulsante é o mecanismo central do nosso ser e da nossa 
consciência, o alfa e o ômega de nossa existência. Não
 existe uma dualidade “eu” e “não-eu” do nosso corpo em relação ao 
Universo, mas apenas um único campo fundamental de energia. Esse campo é
 responsável pelas funções superiores de nossa mente, a fonte de 
informações que orienta o crescimento do nosso corpo. Ele é o nosso 
cérebro, o nosso coração, a nossa memória – na verdade, ele é um projeto
 do mundo para toda a eternidade. O campo é a força, e não micróbios ou 
genes, que determina se estamos saudáveis ou doentes, a força que 
precisa ser utilizada para que possamos ficar curados. Estamos 
conectados e envolvidos com o nosso mundo, somos inseparáveis dele, e a 
nossa única verdade fundamental é o nosso relacionamento com ele. “O 
campo”, como Einstein certa vez o chamou sucintamente, “é a única 
realidade.”

 
Até o momento, a biologia e a física têm sido serviçais dos conceitos 
defendidos por Isaac Newton, o pai da física clássica. Tudo que 
acreditamos a respeito do nosso mundo e do lugar que ocupamos nele 
deriva de idéias formuladas do século XVII, mas que ainda compõem a 
espinha dorsal da ciência moderna — teorias que apresentam todos os 
elementos do Universo como sendo isolados uns dos outros, divisíveis e 
de todo independentes. Essas concepções, em sua essência, criaram uma 
visão de mundo de separação. Newton descreveu um mundo material em que 
as partículas individuais da matéria seguem certas leis de movimento 
através do espaço e do tempo, ou seja, o Universo como uma máquina. 
Antes de Newton formular suas leis do movimento, o filósofo francês René
 Descartes apresentara uma idéia que na época era revolucionária: que 
nós, representados por nossa mente, éramos separados dessa matéria 
inerte e sem vida de nosso corpo, que era apenas outro tipo de máquina 
bem lubrificada. O
 mundo era composto por uma carga de pequenos objetos distintos, que se 
comportavam de maneira previsível. O mais separado deles era o ser 
humano. Nós nos sentávamos fora desse Universo e olhávamos para dentro. 
Até mesmo o nosso corpo era de alguma maneira separado e diferente do 
nosso verdadeiro eu, a mente consciente que fazia a observação. O
 mundo newtoniano talvez fosse obediente à lei, mas em última análise 
era um lugar solitário e desolado. O mundo seguia adiante, uma vasta 
caixa de câmbio, quer estivéssemos presentes, quer não. Por meio de 
algumas hábeis medidas, Newton e Descartes haviam arrancado Deus e a 
vida do mundo da matéria, e retirado nós mesmos e nossa consciência do 
centro do nosso mundo. Eles arrancaram o coração e a alma do Universo, 
deixando em sua esteira uma coleção inanimada de partes entrelaçadas. O 
mais importante de tudo é que, como observou Danah Zohar emThe Quantum Self, “a visão de Newton nos retirou da estrutura do Universo”.

 
Nossa
 auto-imagem se tornou ainda mais sombria com a obra de Charles Darwin. A
 teoria da evolução, agora um pouco refinada pelos neodarwinistas, é a 
teoria de uma vida aleatória, predatória, sem sentido e solitária. Para 
sobreviver, você simplesmente tem que ser o melhor. Você nada mais é do 
que um acidente evolucionário. A vasta e complexa herança biológica de 
nossos ancestrais é desnudada até ser reduzida a um aspecto central: a 
sobrevivência. Coma ou seja comido. A essência da condição humana é um 
terrorista genético, que se liberta com eficácia de quaisquer elos mais 
fracos. A vida não consiste no compartilhamento ou na interdependência. A
 vida diz respeito a vencer, a chegar primeiro. E se consegue 
sobreviver, você fica por sua própria conta no topo da árvore 
evolucionária. Esses paradigmas, o mundo encarado como uma máquina, e o 
homem como uma máquina de sobrevivência, conduziram a um domínio 
tecnológico do Universo e a um conhecimento verdadeiro muito pequeno que
 encerre qualquer importância fundamental para nós. Em um nível 
espiritual e metafórico, eles provocaram um sentimento desesperado e 
brutal de isolamento. Tampouco
 nos deixaram mais próximos dos mistérios mais essenciais de nossa 
existência: como pensamos, como começa a vida, por que ficamos doentes, 
como uma única célula se transforma em uma pessoa plenamente formada e 
até mesmo o que acontece com nossa consciência quando morremos. 
Permanecemos apóstolos relutantes dessas visões do mundo como que 
mecanizado e separado, mesmo que isso não faça parte de nossa 
experiência habitual. Muitos de nós buscam se proteger do que encaramos 
como o fato adverso e niilista de nossa existência na religião, que pode
 nos oferecer alguma ajuda com seus ideais de unidade, comunhão e 
propósito, mas por intermédio de uma visão de mundo que contraria a 
opinião defendida pela ciência. Qualquer pessoa que esteja buscando uma 
vida espiritual precisa lutar com essas concepções de mundo opostas e 
tentar, infrutíferamente, conciliá-las. Esse mundo de separações deveria
 ter sido destruído de uma vez por todas pela descoberta da física 
quântica na primeira parte do século XX. Quando os pioneiros da física 
quântica esquadrinharam a essência da matéria, ficaram impressionados 
com o que viram. Os fragmentos mais minúsculos da matéria não eram nem 
mesmo matéria, como a conhecemos, não eram nem mesmo algo fixo, mas às 
vezes uma coisa e às vezes outra bem diferente. E mais estranho ainda é 
que eles eram com frequência muitas coisas possíveis ao mesmo tempo. No 
entanto, o mais importante é que essas partículas subatômicas, 
isoladamente, não possuíam sentido nenhum; só significavam alguma coisa 
se estivessem relacionadas com todo o resto. Em sua essência mais 
básica, a matéria não podia ser desmembrada em pequenas unidades 
independentes, sendo completamente indivisível. Só era possível 
compreender o Universo como uma rede dinâmica de interligações.

 
As coisas que em algum dia estiveram em contato permaneciam sempre em 
contato através de todo o espaço e de todo o tempo. Na verdade, o tempo e
 o espaço pareciam ser conceitos arbitrários, não mais aplicáveis a este
 nível do mundo. Na realidade, o tempo e o espaço como os conhecemos não
 existiam. Tudo que aparecia, até onde os olhos conseguiam enxergar, era
 um longo cenário do aqui e agora. Os pioneiros da física quântica – 
Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg, Niels Bohr e Wolfgang Pauli – 
tinham uma pista do território metafísico que haviam violado. Se os 
elétrons estavam conectados simultâneamente em toda parte, isso indicava
 algo profundo a respeito da natureza do mundo como um todo. Os 
cientistas se voltaram para textos de filosofia clássica na tentativa de
 compreender a verdade mais profunda sobre o estranho mundo subatômico 
que estavam observando. Pauli examinou a psicanálise, os arquétipos e a 
cabala; Bohr, o Tao e a filosofia chinesa; Schrödinger, a filosofia 
hindu; e Heisenberg, a teoria platônica da Grécia antiga. Não obstante, 
uma teoria coerente das implicações espirituais da física quântica 
permaneceu além do alcance desses estudiosos. Niels Bohr pendurou uma 
placa em sua porta com os dizeres “Proibida a entrada de filósofos. 
Gente trabalhando”. A física quântica continha outra questão bastante 
prática e inacabada. Bohr e seus colegas só avançaram até certo ponto em
 suas experiências e entendimentos. As experiências que haviam realizado
 para demonstrar esses efeitos quânticos ocorreram em laboratório, com 
partículas subatômicas sem vida. A partir dali, os cientistas que os 
sucederam partiram do princípio de que esse estranho mundo quântico só 
existia no mundo da matéria sem vida. Qualquer coisa viva ainda 
funcionaria de acordo com as leis de Newton e Descartes, concepção essa 
que inspirou toda a medicina e biologia modernas. Até mesmo a bioquímica
 depende da força newtoniana e da colisão para funcionar.

 
E
 o que dizer de nós? De repente, havíamos nos tornado fundamentais para 
todos os processos físicos, mas ninguém reconhecera esse fato 
plenamente. Os pioneiros quânticos haviam descoberto que o nosso 
envolvimento com a matéria era crucial. As partículas subatômicas 
existiam em todos os estados possíveis até que as perturbássemos, 
observando-as ou medindo-as, e nesse ponto, elas afinal se estabilizavam
 em algo real. A nossa observação – a nossa consciência humana – era 
absolutamente fundamental para que esse processo de fluxo subatômico de 
fato se tornasse algo definido, mas não fazíamos parte dos cálculos 
matemáticos de Heisenberg ou Schrödinger. Eles compreenderam que éramos 
de algum modo muito importantes, mas não sabiam como nos incluir. No que
 dizia respeito à ciência, ainda estávamos do lado de fora olhando para 
dentro. Os fios soltos da física quântica nunca foram amarrados em uma 
teoria coerente, e a física quântica foi reduzida a uma ferramenta 
extremamente bem-sucedida da tecnologia, vital para a fabricação de 
bombas e para a eletrônica moderna. As implicações 
filosóficas foram esquecidas, e tudo o que restou foram as vantagens 
práticas. A maioria dos físicos de hoje se mostraram dispostos a 
aceitar, sem uma análise mais profunda, a natureza bizarra do mundo 
quântico, pois os processos matemáticos, como a equação de Schrödinger, 
funcionam bastante bem. Mas balançaram a cabeça diante da qualidade 
contra-intuitiva de tudo aquilo.  Como
 poderiam os elétrons estar em contato com tudo ao mesmo tempo? Como 
poderia um elétron não ser uma coisa definida enquanto não fosse 
examinado ou medido? Como poderia, na verdade, qualquer coisa ser 
concreta no mundo, se era ilusória assim que começávamos a examiná-la 
mais de perto? A resposta deles foi dizer que havia uma única verdade 
para tudo o que era pequeno e outra para tudo o que era muito maior, uma
 verdade para as coisas vivas, outra para as coisas inanimadas, e 
aceitar essas aparentes contradições da mesma forma como poderíamos 
aceitar um axioma básico de Newton.

Essas
 eram as regras do mundo e deveriam simplesmente ser aceitas sem 
discussão. A matemática funciona, e isso é tudo que importa. Um pequeno 
grupo de cientistas espalhado pelo planeta não estava nada satisfeito em
 continuar lidando automáticamente com a física quântica. Eles exigiam 
uma resposta mais adequada para muitas das grandes perguntas que haviam 
sido deixadas sem resposta. Eles prosseguiram com suas investigações e 
experiências a partir do ponto em que os pioneiros da física quântica 
haviam parado e começaram a fazer um exame mais profundo. Vários deles 
repensaram algumas equações que sempre haviam sido descartadas na física
 quântica. Essas equações correspondiam ao “campo de ponto zero”, um 
oceano de vibrações microscópicas no espaço entre as coisas. 
Eles
 perceberam que se o campo de ponto zero fosse incluído em nossa 
concepção da natureza mais fundamental da matéria, o suporte do Universo
 seria um agitado mar de energia, um vasto campo quântico. Se isso fosse
 verdade, tudo estaria interligado por algo como uma teia invisível. 
Eles também descobriram que éramos formados pelo mesmo material básico. 
No nível mais fundamental, os seres vivos, inclusive os seres humanos, 
eram pacotes de energia quântica que trocavam constantemente informações
 com esse inexaurível mar de energia. Os
 seres vivos emitiam uma radiação fraca, e esse era o aspecto mais 
crucial dos processos biológicos. As informações a respeito de todos os 
aspectos da vida, desde a comunicação celular até o vasto conjunto de 
controles do DNA, eram retransmitidas por meio de uma troca de 
informações no nível quântico. Até mesmo nossa mente, esse outro 
supostamente tão extrínseco às leis da matéria, operava de acordo com 
processos quânticos. O pensamento, o sentimento – todas as funções 
cognitivas superiores – estavam relacionadas com as informações 
quânticas que pulsavam simultaneamente por nosso cérebro e nosso corpo. A
 percepção humana ocorreu devido às interações entre as partículas 
subatômicas de nossos cérebros e o mar de energia quântica. Ressoávamos 
literalmente com o nosso mundo. 

As
 descobertas desses cientistas foram extraordinárias e heréticas. De uma
 vez só, desafiaram várias das leis mais básicas da biologia e da 
física. Talvez tenham descoberto nada menos do que a chave para todo o 
processamento e troca de informações em nosso mundo, da comunicação 
entre as células à maneira de ver o mundo como um todo. Eles sugeriram 
respostas para algumas das questões mais profundas da biologia da 
morfologia humana e da consciência viva. 
Aqui,
 no suposto espaço “morto”, possívelmente residia a chave da própria 
vida. Eles forneceram evidências de que todos estamos ligados uns aos 
outros na base do nosso ser. Demonstraram por meio de experiências 
científicas que talvez haja uma força vital circulando pelo Universo, 
algo que tem sido alternadamente chamado de consciência coletiva ou, 
como os teólogos o denominaram, de Espírito Santo. Esses cientistas 
apresentaram uma explicação plausível para todas as áreas em que a 
humanidade tem tido fé ao longo dos séculos. De certo 
modo, eles nos ofereceram uma ciência da religião. Ao contrário da visão
 de mundo de Newton ou Darwin, a perspectiva desses cientistas 
estimulava a vida. Eram idéias que poderiam nos fortalecer com suas 
implicações de ordem e controle. 
Não
 éramos simples acidentes da natureza. Havia um propósito e uma unidade 
em nosso mundo e no lugar que ocupávamos nele, e tínhamos uma influência
 considerável em tudo isso. O que fazíamos e pensávamos era importante; 
na verdade, era fundamental para a criação do nosso mundo. Os seres 
humanos não estavam mais separados uns dos outros. Não havia mais nós e 
eles. Já não estávamos na periferia do Universo, do lado de fora olhando
 para dentro. Poderíamos ocupar o nosso lugar legítimo, regressar ao 
centro do mundo. Essas ideias eram a substância da traição. Em muitos 
casos, esses cientistas tiveram que travar uma batalha defensiva contra 
um grupo dominante, obstinado e hostil. 
Essas
 investigações vêm acontecendo há trinta anos, em grande medida não 
reconhecidas ou refreadas, mas não por causa da qualidade do trabalho. 
Os cientistas, todos oriundos de instituições confiáveis como as 
universidades de Princeton e Stanford, as melhores instituições da 
França e da Alemanha, realizaram experiências impecáveis. Não obstante, 
tais experimentos atacaram vários princípios considerados sagrados e 
situados no âmago da ciência moderna.Eles não se 
encaixavam na visão científica predominante no mundo, no mundo encarado 
como uma máquina. Reconhecer essas novas idéias exigiria que nos 
livrássemos de grande parte do que a ciência moderna acredita e, em 
certo sentido, que começássemos do zero. A velha guarda nem quis ouvir 
falar dessas teorias, que não se encaixavam na visão de mundo delas e, 
portanto, estavam necessáriamente erradas. Contudo, já é tarde demais. A
 revolução é irreversível. Os cientistas que foram destacados em “O 
campo” são apenas alguns dos pioneiros, uma pequena representação de um 
movimento mais amplo; Muitos outros estão vindo em seus rastros, 
desafiando, experimentando e modificando seus pontos de vista, 
envolvidos com o trabalho com o qual todos os verdadeiros exploradores 
se envolvem. Em vez de descartar essas informações como inadequadas 
segundo a visão científica do mundo, a ciência ortodoxa terá que começar
 a adaptar sua concepção de mundo para que ela se torne adequada.
 

É
 chegada a hora de relegar Newton e Descartes aos seus devidos lugares, 
isto é, o de profetas de uma visão histórica hoje superada. A ciência só
 pode ser um processo que visa entender o nosso mundo e a nós mesmos, em
 vez de um conjunto fixo de regras eternas. 
E,
 com a introdução do novo, o velho quase sempre precisa ser descartado. O
 campo é a história dessa revolução que está se formando. A
 semelhança de muitas revoluções, começou com pequenos focos de 
rebelião, que reuniam força individual e ímpeto – um avanço 
revolucionário em uma área, uma descoberta em outro lugar em vez de um 
movimento de reforma grande e unificado. Embora conscientes do trabalho 
uns dos outros, são homens e mulheres que vivem em seus laboratórios e 
que muitas vezes não gostam de se aventurar além da experiência para 
examinar todas as implicações de suas descobertas ou que nem sempre têm o
 tempo necessário para colocá-las no contexto de outras evidências 
científicas. Cada cientista participou de uma viagem de descoberta, e 
cada um descobriu uma porção de terra, mas nenhum deles foi corajoso o 
bastante para declará-la um continente.
 

 
O UNIVERSO RESSONANTE-
Luz na Escuridão- A experiência com PES do astronauta Edgar Mitchell
O que aconteceu á Ed Mitchell talvez tenha sido causado pela ausência de
 gravidade, ou talvez pelo fato de que todos os seus sentidos estavam 
desorientados. Ele estava a caminho de casa, que no momento estava a 
cerca de 400 mil quilômetros de distância, em algum lugar da superfície 
do azul-celeste nublado e do crescente branco que apareciam 
intermitentemente na janela triangular do módulo de comando da Apollo 
14.Mas
 Ed gostava de pensar em si mesmo mais como explorador do que como 
piloto de provas: uma espécie de buscador da verdade dos dias de hoje. 
Sua atração pela ciência lutava a todo tempo com o ardente 
fundamentalismo batista de sua juventude. Não parecia ter sido por acaso
 que ele fora criado em Roswell, Novo México, onde alienígenas teriam 
 sido vistos pela primeira vez – apenas a um quilômetro e meio mais da 
casa de Robert Goddard, o pai da astronáutica. A ciência e a 
espiritualidade coexistiam nele, disputando a primazia, mas Ed desejava 
que elas de algum modo apertassem as mãos e fizessem as pazes.Foi então 
que, enquanto olhava para fora da janela do módulo de comando Kittyhawk,
 Ed experimentou o mais estranho sentimento que jamais teria na vida: um
 sentimento de conexidade, como se todos os planetas e todas as pessoas 
em todos os tempos estivessem ligadas por uma teia invisível. Ele mal 
conseguia respirar devido à grandiosidade do momento. Embora continuasse
 a girar maçanetas e apertar botões, sentiu-se distante do corpo, como 
se outra pessoa estivesse fazendo a navegação. Um
 enorme campo de força parecia estar presente, ligando para sempre todas
 as pessoas, com suas intenções e pensamentos, e todas as formas 
animadas e inanimadas. Qualquer coisa que ele fizesse ou pensasse 
influenciaria o resto do cosmo, e qualquer ocorrência neste teria um 
efeito semelhante nele. O tempo era apenas um conceito artificial. Tudo 
que ele aprendera sobre o Universo e a separação das pessoas e das 
coisas pareciam erradas. Não havia acidentes ou intenções individuais. A
 inteligência natural que continuara a existir durante bilhões de anos, 
que moldara as moléculas do seu ser, também era responsável por sua 
jornada atual. Isso não era algo que ele estava simplesmente percebendo 
em sua mente, e sim um sentimento visceral, como se estivesse se 
estendendo fisicamente para fora da janela, em direção aos confins mais 
longínquos do cosmo.
 Ele
 não vira a face de Deus. Parecia mais uma ofuscante epifania de 
significado do que uma experiência religiosa convencional – o que as 
religiões orientais com frequência chamam de “êxtase de unidade”. Era 
como se, em um único instante, Ed Mitchell tivesse descoberto e sentido”
 A Força”. Havia outra coisa que ele se abstivera de contar aos seus 
companheiros na Apollo. Mais tarde naquela mesma noite, Ed 
silenciosamente retomou o que fora uma experiência contínua durante toda
 a jornada para a Lua e depois em direção à terra. Nos últimos tempos, 
ele andara se envolvendo em experiências com a consciência e a percepção
 extra-sensorial (PES), dedicando algum tempo ao estudo do trabalho do 
dr. Joseph B. Rhine, um biólogo que conduzia muitas experiências sobre a
 natureza extra-sensorial da consciência humana. Dois dos seus mais 
recentes amigos eram médicos que tinham realizado experiências dignas de
 crédito acerca da natureza da consciência. Juntos, haviam compreendido 
que a viagem de Ed à Lua estava lhes oferecendo a oportunidade única de 
verificar se a telepatia humana poderia ocorrer em distâncias maiores do
 que as do laboratório do dr. Rhine. Eles estavam diante de uma 
oportunidade raríssima de constatar se esse tipo de comunicação poderia 
se estender para além de quaisquer distâncias possíveis na Terra. 
Quarenta
 e cinco minutos depois do início do período de sono, como fizera nos 
dois dias de viagem para a Lua, Ed pegou uma pequena lanterna portátil 
e, no papel de sua prancheta, copiou alguns números de maneira 
aleatória, cada um dos quais correspondia aos famosos símbolos Zener do 
dr. Rhine – quadrado, círculo, cruz, estrela e par de linhas onduladas. 
Então, Ed se concentrou intensamente neles, de forma metódica, de um em 
um, tentando “transmitir” as suas escolhas aos colegas na Terra. Mesmo 
estando extremamente estimulado pela experiência, ele a guardou para si 
mesmo. Tentara certa vez ter uma conversa com Alan Shepard-comandante da missão Apollo –
 sobre a natureza da consciência, mas não era muito próximo de seu chefe
 e aquele não era o tipo de assunto que animava os outros tanto quanto 
ele. Alguns dos astronautas tinham pensado em Deus enquanto estavam no 
espaço, e todo mundo no programa espacial sabia que eles estavam 
procurando alguma coisa nova a respeito da maneira como o Universo 
funcionava. Mas se Alan e Stuart Roosa- piloto da missão Apollo-soubessem
 que Ed estava tentando transmitir pensamentos para pessoas na Terra, 
teriam achado que ele era ainda mais excêntrico do que já imaginavam. Ed
 encerrou a experiência da noite e faria outra na noite seguinte, mas 
depois do que lhe acontecera mais cedo, difícilmente parecia necessário 
repeti-las; ele tinha agora a sua própria convicção interior de que tudo
 era verdade. As
 mentes humanas estavam interconectadas, assim como estavam ligadas a 
tudo o mais neste mundo e em todos os outros mundos. A sua parte 
intuitiva aceitava esse fato, mas para o cientista que havia dentro dele
 isso não era o bastante. Nos 25 anos seguintes ele se voltaria para a 
ciência esperando que ela lhe explicasse exatamente o que lhe havia 
acontecido naquela viagem.
MUDANÇA DE PARADIGMAS 
A fantástica experiência de Edgar Mitchell no espaço deixara minúsculas 
rachaduras em um grande número de seus sistemas de crença. No entanto, o
 que mais incomodava Ed a respeito de sua experiência no espaço eram as 
explicações científicas da biologia, em particular acerca da 
consciência, que agora lhe parecia impossivelmente redutiva. Apesar do 
que aprendera na física quântica a respeito da natureza do Universo nos 
anos que passou no MIT, ele tinha a impressão de que a biologia 
permanecia atolada em uma visão de mundo com 400 anos de idade. O modelo
 biológico ainda parecia se basear em uma visão newtoniana clássica da 
matéria e da energia, de corpos sólidos e separados que se movimentam de
 maneira previsível no espaço vazio, e em uma concepção cartesiana do 
corpo como sendo separado da alma, ou da mente. Nada nesse modelo 
poderia refletir com precisão a verdadeira complexidade de um ser 
humano, de sua relação com o seu mundo ou, mais particularmente, com a 
sua consciência; os seres humanos e as suas partes ainda eram tratados, 
para todos os efeitos, como máquinas. A maioria das explicações 
biológicas dos grandes mistérios das coisas vivas tentam compreender o 
todo desmembrando-o em partes cada vez mais microscópicas. O corpo 
supostamente assume a sua forma devido às informações genéticas, à 
síntese da proteína e da mutação cega. De acordo com os neurocientistas 
da época, a consciência residia no córtex cerebral – o resultado de uma 
simples mistura de substâncias químicas com as células cerebrais. As 
substâncias químicas eram responsáveis pela televisão ligada em nosso 
cérebro, e também por “aquilo” a que assistimos nela.  Conhecemos o 
mundo por causa das complexidades do nosso mecanismo. A
 biologia moderna não acredita em um mundo que seja essencialmente 
indivisível. Em seu trabalho de física quântica no MIT, Ed Mitchell 
aprendera que no nível subatômico, a visão newtoniana, ou clássica – que
 diz que tudo funciona de maneira previsível, confiável e portanto 
mensurável – havia muito tinha sido descartada em favor das teorias 
quânticas, que sustentam que o Universo e a forma como ele funciona não 
são tão comportados quanto os cientistas costumavam imaginar.
MATÉRIA,ENERGIA,PARTÍCULAS QUÂNTICAS….UNIVERSO 
A matéria, em seu nível mais fundamental, não poderia ser dividida em 
unidades que existem de modo independente, nem mesmo ser plenamente 
descrita. As partículas subatômicas não eram pequenos objetos sólidos 
como bolas de bilhar, mas pacotes de energia que não poderiam ser 
quantificados ou compreendidos em si mesmos com exatidão. Ao contrário, 
eles eram esquizofrênicos, às vezes se comportando como partículas — uma
 coisa determinada e confinada a um pequeno espaço – e às vezes como 
onda – algo vibrante e mais difuso espalhado sobre uma grande região de 
espaço e do tempo. E em outras ocasiões se comportava simultaneamente 
como onda e partícula. As partículas quânticas também eram 
onipresentes. Por
 exemplo, ao passar de um estado de energia para outro, os elétrons 
pareciam estar experimentando ao mesmo tempo todas as novas órbitas 
possíveis, como alguém que deseja comprar uma casa e esteja tentando 
morar em todas as casas do quarteirão no mesmo instante para escolher em
 qual irá por fim se instalar. E nada era certo. Não havia localizações 
definidas, apenas a possibilidade de que um elétron, digamos, poderia 
estar em determinado lugar, nenhuma ocorrência garantida, mas apenas a 
probabilidade de que aquilo pudesse acontecer. Nesse nível de realidade,
 não se tinha certeza de nada; os cientistas precisavam ficar 
satisfeitos com o fato de poder apostar nas possibilidades. O melhor que
 jamais poderia ser calculado era a probabilidade de que, quando você 
fizesse uma medida, obteria determinado resultado em certa percentagem 
do tempo. Os relacionamentos de causa e efeito não mais eram válidos no 
nível subatômico. Átomos que pareciam estáveis poderiam, de repente, sem
 nenhuma causa aparente, experimentar um distúrbio interior; os 
elétrons, sem qualquer motivo, decidem passar de um estado de energia 
para outro. Depois
 de observar cada vez mais atentamente a matéria, ela já não era mais 
matéria, não era uma coisa sólida que você poderia tocar ou descrever, e
 sim uma grande quantidade de eus experimentais, todos se exibindo ao 
mesmo tempo. Em vez de um Universo de certeza estática, no nível mais 
fundamental da matéria, o mundo e os seus relacionamentos eram incertos e
 imprevisíveis, um estado de puro potencial, de infinitas 
possibilidades. Os cientistas levavam em consideração uma conexão 
universal no Universo, mas somente no mundo quântico, ou seja, na esfera
 das coisas inanimadas, e não das vivas. A física quântica descobrira 
uma estranha propriedade, chamada “não-localidade”, no mundo subatômico.
A INTERCONEXÃO 
Ela se refere à capacidade de uma entidade quântica, como um elétron 
individual, influenciar instantâneamente outra partícula quântica a 
distância, mesmo sem ter ocorrido nenhuma troca de força ou energia. Ela
 indicava que quando as partículas quânticas entram em contato umas com 
as outras, elas mantêm uma ligação mesmo quando separadas, de modo que 
as ações de uma sempre influenciarão nas da outra, não importa o quanto 
se separem. Albert Einstein desacreditou essa “misteriosa ação a 
distância”, que foi uma das principais razões pelas quais ele 
desconfiava da mecânica quântica, mas esse fato tem sido decididamente 
confirmado por uma série de físicos desde 1982.  A não-localidade abalou
 os alicerces da física. O assunto não mais poderia ser examinado em 
separado. As ações não precisavam ter uma causa observável em um espaço 
observável. O axioma mais fundamental de Einstein não estava correto: em
 certo nível da matéria, as coisas podiam viajar mais rápido do que a 
velocidade da luz. As partículas subatômicas não encerravam nenhum 
significado enquanto entidades isoladas, podendo apenas ser 
compreendidas por intermédio de seus relacionamentos. O
 mundo, em sua essência básica, existia como uma rede complexa de 
relacionamentos interdependentes, para sempre indivisíveis. Talvez o 
componente mais essencial desse Universo interligado fosse a consciência
 viva que o observava. Na física clássica, o experimentador era 
considerado uma entidade separada, um observador silencioso atrás do 
vidro, tentando entender um Universo que seguia adiante, quer ele o 
estivesse observando, quer não. A física quântica, contudo, descobriu 
que o estado de todas as possibilidades de qualquer partícula quântica 
colapsava em uma entidade determinada assim que era observada ou quando 
era feita uma medição. Para explicar esses estranhos eventos, os físicos
 quânticos haviam postulado que existia um relacionamento participativo 
entre o observador e o objeto observado — essas partículas só poderiam 
ser consideradas como “provávelmente” existindo no espaço e no tempo até
 serem “perturbadas”, e o ato de serem observadas e medidas as obrigava a
 assumir um estado definido – um ato similar à solidificação de uma 
substância gelatinosa. Essa espantosa observação também 
teve implicações devastadoras na interpretação da natureza da realidade.
 Ela sugeria que a consciência do observador conferia vida ao objeto 
observado. Nada no Universo existia como uma “coisa” efetiva 
independentemente da nossa percepção dela. Criamos nosso mundo a cada minuto de cada dia.
QUESTÕES CRUCIAIS 
Mas nem a física clássica ou a biologia eram capazes de explicar 
questões fundamentais, por exemplo: por que somos capazes de pensar, por
 que as células se organizam da maneira como o fazem, como muitos 
processos moleculares ocorrem práticamente de modo instantâneo, por que 
os braços se desenvolvem como braços e as pernas como pernas, embora 
tenham os mesmos genes e proteínas, por que contraímos câncer, por que 
esta nossa máquina consegue milagrosamente curar a si mesma, e até mesmo
 o que é o conhecimento, como sabemos o que sabemos. Os cientistas 
talvez conhecessem em detalhes os parafusos, os pinos, as dobradiças e 
vários maquinismos, mas nada sabiam a respeito da força que prove 
energia para a máquina. Eles conseguiam tratar das mais minúsculas 
estruturas mecânicas do corpo, mas mesmo assim revelavam-se ignorantes a
 respeito dos mistérios mais fundamentais da vida. Caso fosse verdade 
que as leis da mecânica quântica também se aplicavam ao mundo como um 
todo, e não apenas ao mundo subatômico, à biologia e não só ao mundo da 
matéria, todo o paradigma da ciência biológica era imperfeito ou estava 
incompleto. Assim como as teorias de Newton haviam com o tempo sido 
aperfeiçoadas pelos teóricos quânticos, talvez os próprios Heisenberg e 
Einstein estivessem errados ou apenas parcialmente certos. Se
 a teoria quântica fosse aplicada à biologia em maior escala, seríamos 
encarados mais como uma rede complexa de campos de energia em uma 
espécie de interação dinâmica com os nossos sistemas celulares químicos.
 O mundo existiria como uma matriz de inter-relação indivisível, 
exatamente como Ed experimentara no espaço cósmico. O que estava 
faltando na biologia clássica era uma explicação para o princípio 
organizador – para a consciência humana.
O MAR DE LUZ 
Todo físico quântico, tem bastante consciência do “campo de ponto zero”.
 A mecânica quântica demonstrou que não existe o vácuo ou o nada. O que 
temos a tendência de imaginar como sendo um vazio absoluto se toda a 
matéria e a energia fossem retiradas do espaço é, se examinássemos até 
mesmo o espaço entre as estrelas, á partir do ponto de vista 
subatômico,ou seja, um enxame de atividade. O princípio da incerteza 
desenvolvido por Werner Heisenberg, um dos principais arquitetos da 
teoria quântica, sugere que nenhuma partícula jamais permanece 
completamente em repouso, estando em constante movimento devido a um 
campo de energia em estado fundamental que interage sem parar com toda a
 matéria subatômica. Significa
 que a subestrutura básica do Universo é um mar de campos quânticos que 
não podem ser eliminados por nenhuma lei conhecida da física. O que 
acreditamos ser o nosso Universo estável e estático é, na verdade, um 
turbilhão fervilhante de partículas subatômicas que transitoriamente 
adquirem vida e deixam de existir.Embora o princípio de 
Heisenberg se refira mais notoriamente à incerteza agregada à mensuração
 das propriedades físicas do mundo subatômico, ele também tem outro 
significado: não podemos conhecer simultâneamente a energia e o tempo de
 vida de uma partícula, de modo que um evento subatômico que ocorra 
dentro de um minúsculo intervalo de tempo envolve uma quantidade de 
energia incerta. Básicamente, devido às teorias de Einstein e à sua 
famosa equação E=mc2 ,
 que relaciona a energia à massa, todas as partículas elementares 
interagem umas com as outras trocando energia por meio de outras 
partículas quânticas, que acredita-se que surjam do nada, combinando-se e
 aniquilando umas às outras em menos de um instante — 10 23 segundos, 
para ser exata – causando flutuações aleatórias de energia sem nenhuma 
causa aparente. As partículas transitórias geradas durante esse breve 
momento são conhecidas como “partículas
 virtuais”. Elas diferem das partículas reais porque só existem durante 
essa troca – o tempo de “incerteza” permitido pelo princípio da 
incerteza.  Esse” tango subatômico”, por mais breve que seja, 
quando adicionado por todo o Universo, dá origem a uma enorme energia, 
maior do que a contida em toda a matéria do mundo. Também chamado pelos 
físicos de “o vácuo”,
 o campo de ponto zero foi chamado de “zero” porque as flutuações no 
campo ainda são detectáveis em temperaturas de zero absoluto, o estado 
energético mais baixo possível, do qual toda a matéria foi removida e 
supostamente nada resta para executar qualquer movimento. A energia do 
ponto zero, era a energia presente no estado mais vazio do espaço na 
energia mais baixa possível, do qual mais nenhuma energia poderia ser 
removida – o mais próximo que o movimento da matéria subatômica chega de
 zero.  No entanto, por causa do princípio da incerteza, sempre haverá 
alguma agitação residual devido à troca das partículas virtuais, que 
sempre fora descartada por se encontrar eternamente presente. Nas 
equações da física, a maioria dos físicos costumava remover a 
problemática energia do ponto zero, processo que se chama 
“renormalização”.3 Como a energia do ponto zero estava sempre presente, 
afirmava a teoria, ela não alterava nada. Como não alterava nada, não 
era levada em conta.
FORÇA E MAGNETISMO 
Imagine pegar uma partícula subatômica carregada e anexá-la a uma 
pequena mola sem atrito (como os físicos gostam de fazer para calcular 
suas equações). Ela deverá saltar para cima e para baixo durante algum 
tempo, e depois, a uma temperatura de zero absoluto, parar de se mover. O
 que os físicos, a partir de Heisenberg, descobriram é que a energia no 
campo de ponto zero continua a atuar sobre a partícula, de modo que ela 
nunca atinge a posição de repouso, permanecendo a se movimentar 
ininterruptamente sobre a mola. 6 Para rebater as objeções de seus 
contemporâneos, que acreditavam no espaço vazio, Aristóteles foi uma das
 primeiras pessoas a sustentar que o espaço era na verdade um plenum 
(uma estrutura de fundo repleta de coisas). Bem mais tarde, em meados do
 século XIX, o cientista Michael Faraday introduziu o conceito de um 
campo com referência à eletricidade e o magnetismo, acreditando que o 
aspecto mais importante da energia não era a fonte, mas o espaço ao seu 
redor, assim como a influência de um sobre o outro por meio de alguma 
força.  Na opinião de Faraday, os átomos não eram duros como bolas de 
bilhar, e sim o centro mais concentrado de uma força que se estenderia 
pelo espaço.
Um
 Campo é uma matriz ou um meio que liga dois ou mais pontos no espaço, 
geralmente por meio de uma força, como a gravidade ou o 
eletromagnetismo. A força é em geral representada por ondulações no 
campo. Um campo eletromagnético, usando apenas um exemplo,
 é formado por um campo elétrico e um campo magnético que se cruzam, 
emitindo ondas de energia na velocidade da luz. Um campo elétrico e 
magnético se forma ao redor de qualquer carga elétrica (que é 
simplesmente um excesso ou um déficit de elétrons). Tanto o campo 
elétrico quanto o magnético possuem duas polaridades (negativa e 
positiva), e ambas farão com que qualquer outro objeto carregado seja 
atraído ou repelido, dependendo de as cargas serem opostas (uma positiva
 e outra negativa) ou iguais (ambas positivas ou ambas negativas). O 
campo é considerado a área do espaço onde essa carga e seus efeitos 
podem ser detectados. A noção de campo eletromagnético é uma abstração 
conveniente inventada pelos cientistas (e representada por linhas de 
“força”, indicadas pela direção e pela forma) para tentar entender as 
ações aparentemente extraordinárias da eletricidade e do magnetismo, e a
 sua capacidade de influenciar objetos a distância – e, técnicamente, 
até o infinito – sem nenhuma substância ou matéria detectável entre 
eles. Para
 simplificar, um Campo é uma região de influência. Como descreveram dois
 pesquisadores: “Todas as vezes que usamos a nossa torradeira, os campos
 ao redor dela perturbam, levemente, partículas energizadas nas galáxias
 mais distantes.”

 
FÍSICOS BUSCAM A “TEORIA DO CAMPO UNIFICADO”-~Marcelo Gleiser,
– professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover (Estados Unidos), e autor do livro “A Dança do Universo”.
“Por que os cientistas gostam tanto de uma teoria? A resposta é mais
 simples do que parece. Teorias organizam, de forma concisa e precisa, 
fatos que são observados no laboratório e fora dele. Uma boa teoria deve
 ser capaz de explicar uma série de fenômenos observados na natureza e 
também de prever a existência de novos fenômenos a serem observados no 
futuro.Podemos,
 por exemplo, contrastar a teoria da gravitação universal de Newton e a 
da relatividade geral de Einstein. Apesar de ambas tratarem do fenômeno 
gravitacional, elas o fazem de modo distinto.Enquanto
 a teoria de Newton descreve a gravitação como uma “ação a distância”, 
ou seja, como uma força que atravessa (misteriosamente) o espaço vazio, 
Einstein propôs que a gravitação pode ser explicada por meio de um 
tratamento geométrico, em que a presença de um corpo maciço deforma a 
geometria do espaço à sua volta.A
 geometrização do fenômeno gravitacional e seu sucesso teve um profundo 
impacto no resto da vida de Einstein. Se a gravitação pode ser explicada
 elegantemente por uma descrição puramente geométrica, por que não o 
eletromagnetismo, a única outra força que, como a gravitação, também tem
 longo alcance?Até
 sua morte em 1955, Einstein procurou por uma formulação geométrica que 
não só explicasse os fenômenos eletromagnéticos, mas também os 
unificasse com a gravitação. Uma teoria unificada da gravitação e do 
eletromagnetismo trata fenômenos gravitacionais e eletromagnéticos como 
manifestação de uma única força, ou mais precisamente, de um único 
campo, o campo unificado. A cada força está associado um campo. Se 
colocarmos um prego perto de um ímã, sentimos a presença do campo 
magnético criado. Campo é uma manifestação espacial da presença de uma 
certa fonte.A
 idéia de unificação é fundamental em física. O poder ou eficácia de uma
 teoria pode ser medido pela quantidade de fenômenos diversos que ela 
pode explicar. Newton unificou a física dos fenômenos gravitacionais 
celestes com a dos fenômenos gravitacionais terrestres. No século 19, 
Faraday, Maxwell e outros mostraram que fenômenos elétricos e magnéticos
 podem ser descritos conjuntamente pelo campo eletromagnético.Apesar
 de Einstein ter falhado em sua missão, sua influência permanece viva 
até hoje. A idéia de unificação de forças é uma das mais populares entre
 físicos teóricos do mundo inteiro. Ao eletromagnetismo e à gravitação 
são adicionadas duas outras forças, que se manifestam apenas a 
distâncias subatômicas, que são as forças nucleares forte e fraca.
As
 quatro forças descrevem, em princípio, todos os fenômenos observados, 
desde escalas microscópicas às macroscópicas. Portanto, a “Teoria de 
Tudo” unificaria as quatro forças fundamentais em apenas uma, a força 
unificada. Essa unificação se manifesta apenas a energias extremamente 
altas, muito mais altas do que nós podemos testar nos laboratórios 
atuais. Por trás da realidade física, apenas visível a energias 
altíssimas, existe uma outra realidade, em que tudo é manifestação de um
 campo unificado. Em sua intimidade, a natureza é extremamente simples. 
A
 idéia de unificação das quatro forças fundamentais não é absurda nem 
influenciada por tendências monoteístas, como pode parecer. Já 
conseguimos unificar as forças eletromagnética e fraca, conforme 
comprovado experimentalmente em 1983 por Carlo Rubia e seu time em 
Genebra, baseados em previsões teóricas de S.Glashow,
 A. Salam e S. Weinberg. A energias cerca de mil vezes maiores que as 
nucleares, as forças eletromagnética e fraca se manifestam como uma 
única força, a eletrofraca. O próximo passo é incluir a força nuclear 
forte e, eventualmente, a gravitação nessa unificação. Talvez a visão de
 Einstein não tenha sido apenas uma fantasia.”
(CONTINUA….)
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CONCLUSÃO E NOTA DO BLOG
O
 alvo da ciência moderna é ganhar um completo conhecimento da Lei 
Natural e unir esta compreensão dentro de uma única perspectiva. Nos 
últimos anos, rápidos e significantes conhecimentos têm surgido de forma
 a unificar a nossa compreensão a respeito das Leis da natureza e nos 
levam a uma compreensão da forma como o Campo Unificado de todas essas 
leis se expressam no nível manifesto, as estruturas diversas da Lei 
Natural observadas na criação e descritas pelas vastas ramificações da 
ciência.Na área da física durante as décadas de 40 e 50, a teoria do 
Campo Quântico foi desenvolvida e nela as interações de partículas 
elementares tais como o elétron ou o próton puderam ser compreendidas. A
 Teoria do Campo Quântico revela a existência de um estado de mínima 
excitação no Campo, o estado de vácuo, um ilimitado, imanifestado estado
 de perfeita ordenação e correlação infinita, que é a estado básico das 
Leis da Natureza governando o Campo Quântico. O estado de vácuo do Campo
 Quântico é um campo de todas as possibilidades, apesar de imutável ele é
 a fonte de todos os fenômenos mutáveis no Campo.Por volta dos anos 60, o
 inteiro espectro do fenômeno natural foi compreendido a partir da 
derivação de 4 forças fundamentais da natureza: Eletromagnetismo, 
Gravidade, interação forte e interação fraca. Desde esta época, houve 
grande sucesso em uma unificação mais avançada do conhecimento destas 
forças fundamentais. Primeiro a interação fraca e o eletromagnetismo 
foram unificados e depois esta teoria unificada do eletromagnetismo e da
 interação fraca foram combinadas com a teoria da interação forte em uma
 estrutura teórica chamada de “Teorias da grande Unificação”.No
 mundo quântico, os campos quânticos não são mediados por forças, mas 
pela troca de energia, que é constantemente redistribuída em um padrão 
dinâmico. Essa troca constante é uma propriedade intrínseca das 
partículas, de modo que até mesmo as partículas “reais” nada mais são do
 que um pequeno aglomerado de energia que emerge por um curto período de
 tempo e volta a desaparecer no campo subjacente. De acordo com a teoria
 do campo quântico, a entidade individual é transitória e insubstancial.
 As partículas não podem ser separadas do espaço vazio que as cerca. O 
próprio Einstein reconheceu que a matéria era “extremamente intensa” – 
de certo modo, um distúrbio da perfeita aleatoriedade – e que a única 
realidade fundamental era a entidade subjacente: o próprio Campo.  As 
flutuações no mundo atômico correspondem a um incessante passar da 
energia de um lado para o outro, como uma bola em um jogo de 
pingue-pongue. Essa troca de energia é análoga a emprestar um centavo 
para alguém: ficamos um centavo mais pobres, e a outra pessoa um centavo
 mais rica, até que ela paga o centavo de volta e os papéis se invertem.
 Esse tipo de emissão e a reabsorção das partículas virtuais ocorrem não
 só entre fótons e elétrons, mas em todas as partículas quânticas do 
Universo. O campo de ponto zero é um repositório de todos os campos, de 
todos os estados fundamentais de energia e de todas as partículas 
virtuais – um Campo de Campos. Toda troca de cada partícula virtual 
irradia energia. A energia do ponto zero em qualquer transação 
particular em um campo eletromagnético é inimaginavelmente minúscula – a
 metade de um fóton. Mas ,se somarmos todas as partículas de todas as 
variedades no Universo que estão constantemente adquirindo vida e 
deixando de existir, nos vemos diante de uma vasta e inexaurível fonte 
de energia – igual ou maior do que a densidade de energia em um núcleo 
atômico — discretamente posicionada em segundo plano no espaço vazio à 
nossa volta, como um pano de fundo difuso e sobrecarregado. Foi 
calculado que a energia total do campo de ponto zero excede toda a 
energia da matéria por um fator de 1040 , ou 1 seguido de 40 zeros. 
 Como descreveu certa vez o grande físico Richard Feynman ao tentar 
explicar uma idéia dessa magnitude, a energia em um único metro cúbico é
 suficiente para ferver todos os oceanos do mundo….
EQUIPE DA LUZ É INVENCÍVEL
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Posts
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Bibliografia
para consulta
 O
Universo Elegante
Brian
Greene
A
Matriz Divina-Gregg Braden
Em Busca da Unificação
 Charles
W. Misner, Kip S. Thorne and John Archibald Wheeler
O
Tecido do Cosmos  , The Hidden Reality .
Brian
Greene
 Einstein Philosophe 
Presses Universitaires de
France
Geons,
Black Holes and Quantum Foam – a Life in Physics
John
Archibald Wheeler and Kenneth Ford
A Comment on a Criticism of Unified Field Theory 
(Physical Review 89, p. 321).
(Physical Review 89,
p. 321).
Nassim
Haramein
A
Dança do Universo
Marcelo
Gleiser
http://caminhodecura.blogspot.pt/2015/12/o-campo-em-busca-da-forca-secreta-do.html
 
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