segunda-feira, 30 de abril de 2012
Caminho para a transformação
DESAPEGO: Caminho para a
Transformação
Nice Ribeiro
O maior exemplo de desapego vem das abelhas. Após construírem a colmeia,
abandonam-na. E não a deixam morta, em ruínas, mas viva e repleta de alimento.
Todo mel que fabricaram além do que necessitavam é deixado sem preocupação com
o destino que terá. Batem asas para a próxima morada sem olhar para trás.
Na VIDA DAS ABELHAS temos uma grande lição. Em geral O homem constrói para
si, pensa no valor da Propriedade, tem ambição de conseguir mais bens, sofre e
briga quando na iminência de perder o que "lutou" para adquirir.
"Onde estiver nosso coração, ali estarão nossos tesouros..."
Assim, não pode haver paz uma vez que pensamentos e sentimentos formem uma tela
prendendo o ser ao que ele julga sua propriedade. Essa teia não o deixa alçar voo
para novas moradas. E tal impedimento ocorre em vida ou mesmo após a morte,
quando um simples pensamento como "Para quem vai ficar a minha casa?"
é capaz de retê-lo em uma etapa que já podia estar superada. Ele fica
aprisionado a um plano denso, perde oportunidades de experiências superiores.
Para o homem, tirar a vida de animais e usá-los como alimento é normal.
Derrubar árvores para fazer conservas de seu miolo, também. Costuma comprar o
que está pronto e adquirir mais do que necessita. Mas as abelhas fabricam o
próprio alimento sem nada destruir e, ainda, doam a maior parte dele.
A lição das abelhas vem do seu espírito de doação. Num ato incomum de
desapego, abandonam tudo o que levaram a vida para construir. Simplesmente o
soltam, sem preocupação se vai para um ou para outro. Deixam o melhor que têm,
seja para quem for - o que é muito diferente de doar o que não tem valor ou de
dirigir a doação para alguém da nossa preferência.
Se queremos ser livres, se queremos parar de sofrer pelo que temos e pelo
que não temos, devemos abrigar em nós um único desejo: o de nos transformar. O
exercício é ter sempre em mente que nada nem ninguém nos pertence, que não
viemos ao mundo para possuir coisas ou pessoas, e que devemos soltá-las. Assim,
quando alguém ou algo tem de sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão da
perda. Adquirimos visão mais ampla.
O sofrimento vem quando nos fixamos a algo ou a alguém. O apego embaça o
que deveria estar claro: por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de
que algo melhor para nosso crescimento precisa entrar. E se não abrimos mão do
velho, como pode haver espaço para o novo?
Fonte: Boletim de SINAIS - nº 6 - Figueira
Fonte:
Fonte da imagem:
http://www.anjodeluz.net/
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