UMA DIFERENTE VISÃO DO UNIVERSO:
Apesar
de todo o desenvolvimento da ciência e do surgimento da física quântica, o
homem ainda explica o universo a partir da teoria de Newton, formulada no
século 17. Porque ele está condicionado a viver neste mundo que nós conhecemos.
O
homem comum não tem condições de ver a realidade através do prisma da teoria
quântica, porque esse conhecimento é extremamente especifico e a linguagem da física quântica é a matemática avançada. De qualquer maneira, tudo o que
chamamos de alta tecnologia: o telefone, a televisão, as lâmpadas
fluorescentes, o laser, tudo isto está fundamentado na física quântica.
Do
ponto de vista da física quântica, a mente prevalece sobre a matéria e não ao
contrário, como a ciência está, até certo ponto, acostumada a colocar. Então,
se a pessoa começa a ter uma compreensão da realidade fundamentada na física
quântica, lógico que a mente tem de prevalecer sobre a matéria, e daí ela vai
começar a dominar todo o processo de criação.
Na
verdade, nós já vivemos antes num mundo parecido com o da física quântica.
Nossa
primeira infância, por exemplo, era praticamente fundamentada nela.
Não
tínhamos nenhum condicionamento deste mundo em que nós vivemos, tudo parecia
possível. E se continuássemos a acreditar nisso… Tudo seria mesmo possível…
Imagine, por exemplo, uma pessoa que consegue fazer milagres, como Cristo ou um
Santo qualquer fazia. O que é o milagre?
É tornar possível uma coisa que normalmente achamos que é impossível.
Na
verdade, a mecânica quântica é o reino de todas as possibilidades. O problema é
que, na hora em que vamos “aprendendo” a viver neste mundo, vamos nos
condicionando; perdemos, por exemplo, as nossas crenças, a fé naquilo que
achávamos que podia ser possível.
Se
levarmos ao pé da letra o nosso entendimento da vida segundo a física quântica,
vamos ter a seguinte condição: o mundo é da forma que nós acreditamos que ele
seja; nós construímos o nosso meio. Por exemplo: um átomo não é um núcleo
central e um electrão girando em torno dele. Esse modelo está totalmente
superado. E mais: ele viola as leis do electromagnetismo. O electrão tem de
estar distribuído uniformemente em volta do átomo; ao mesmo tempo, ele é um
corpúsculo, uma partícula. A lógica humana não consegue conceber isso, pois é
algo que está fora deste universo newtoniano que conhecemos.
Curiosamente,
há milhares de anos os místicos já conheciam ao menos parte desse universo
quântico… De fato, há quatro mil anos, Buda dizia que a mente prevalece sobre
tudo; ela domina e cria tudo. Hoje a mecânica quântica está chegando nesse
ponto. Os físicos acreditam que, na hora em que se mede uma partícula,
criamo-la; antes disso, ela tinha uma dualidade, era uma partícula/onda, uma
coisa completamente estranha ao que conhecemos. Ou seja, somente quando
interferimos com a nossa mente, fazendo uma medição, aquilo que era uma onda
colapsa e forma uma partícula de matéria.
Vamos
dizer que, no nosso universo, existe uma substância universal chamada
substância quântica. Essa substância quântica é um mar de todas as
possibilidades; aí tudo é possível. A primeira coisa que se tem de fazer quando
deseja algo é filtrá-lo desse quadro de todas as possibilidades. Depois que se
filtrou, isso ainda não é a coisa que se quer. Então, é necessário observar. No
acto da observação esse algo mal definido colapsa, transforma-se naquilo que
você quer, por exemplo, um electrão, um protão. É mais ou menos assim que a
coisa funciona. Depende da vontade consciente do observador…
Se
transportamos para o macrocosmo essa questão da vontade em relação aos átomos,
podemos dizer que temos a capacidade de modificar a realidade…
Hoje
a ciência já sabe que existe uma realidade maior que dá sustentabilidade a essa
realidade newtoniana em que nós vivemos. Ou seja, os fenómenos quânticos é que
vão dar origem a tudo o que existe. Só que eles têm tamanha complexidade que
não podem ser compreendidos pelo intelecto humano; eles o transcendem. O
cérebro foi criado para compreender o tridimensional, aquilo que nós vivemos no
corpo físico.
Para a
física quântica, por exemplo, não existe mais um universo objectivo, quer
dizer, eu aqui e a minha experiência lá; tudo é subjectivo, porque eu sou parte
da experiência.
Considerando isso, talvez a ciência devesse levar mais em conta as emoções
humano, por exemplo.
Porque as pessoas não utilizam isso?
Porque
é uma coisa complicada de ser colocada. Há cientistas que preferem não ter
resposta nenhuma do que admitir que existem outros elementos para serem
colocados dentro da ciência. De qualquer maneira, nós acreditamos que estamos
numa época de transição e vamos ter de colocar o homem dentro da ciência. Se a
energia psíquica cria as experiências, a natureza, a matéria, se não colocarmos
os elementos da mente humana na física, ficará extremamente complicado entender
o que está acontecendo.
Os
átomos fluem, continuamente, de um corpo sólido a outro, incluindo-se aí o
corpo humano o que acaba nos tornando parte de um grande todo. Isso explicaria
porque somos contaminados, por exemplo, pela violência ou pelo amor a nossa
volta.
O físico já sabe que o corpo humano troca todos os átomos a cada 2,5 anos. Como
nós lembramos de coisas do nosso passado, deve existir alguma coisa além da
energia e dos átomos que formam o nosso corpo físico: a mente. Não há como
refutar a existência da mente. O que deve, portanto, transmitir as lembranças e
os sentimentos talvez não seja a matéria (onde se acham os átomos), mas a
mente. Por outro lado, saindo um pouquinho da física e indo mais para a
psicologia, Jung dizia que todo conhecimento está colocado em arquétipos.
Quando
se acede a esses arquétipos, é como se se entrasse em uma biblioteca, abrisse
um livro, tomasse consciência dos conhecimentos ali arquivados e, quando se
saísse dali, o deixasse aberto sobre uma mesa.
Qualquer
pessoa que entrasse ali leria o livro que você leu. Segundo a teoria junguiana,
esses programas de televisão que dizem ser contra a violência, mas mostram
violência o tempo todo, na verdade estão abrindo esse arquétipo, ou seja,
criando mais violência.
Se
todo o nosso organismo é atomicamente recriado a cada 2,5 anos, nós não
deveríamos ser pessoas sempre saudáveis? Estamos a reconstruir o nosso corpo
físico a cada instante. Mas como é essa reconstrução?
Se
partir da premissa de que tudo é da forma que acreditamos que seja, cada um tem
o seu próprio mundo, dotado de elementos diferentes. Tudo o que acontece na
nossa vida é aquilo que nós acreditamos que é inevitável, aquilo que temos
certeza que vai contecer. Se eu sei, por exemplo, que vou envelhecer e morrer,
e não tenho o mínimo conflito sobre isso, isso é inevitável para mim.
Em
outras palavras, se um dia conseguirmos acreditar piamente que a morte física
não existe, nós vamos conseguir ser eternos…
Não diria que seriamos eternos, porque parece que as células do corpo físico
têm um tempo de vida limitado. Essa firmação, no entanto, pode ser também mais
um dos nossos condicionamentos. De qualquer maneira, poderemos ter um corpo
saudável por um longo tempo. Se tivermos plena convicção de que posso
transformar um PC numa rosa, isso deve acontecer. Parece que a nossa mente só
cria aquilo que nós realmente acreditamos, e não aquilo que fingimos crer. Se
estamos com um problema no estômago, por exemplo, é porque acreditamos que
temos esse problema. E como dizem: mente sã, corpo são…
Se
aceitarmos que a mente cria e domina a matéria, a nossa responsabilidade diante
do mundo vai aumentar milhões de vezes…O homem cria o meio ambiente.
Então,
somos cúmplices de todos esses factos que estão acontecendo à nossa volta. Só
que provar isso cientificamente é complicado, uma vez que a influência do homem
no meio ambiente ainda não é muito bem compreendida pela ciência.
Devemos lembrar, no entanto, que a ciência trabalha com verdades relativas, e
as verdades relativas não são permanentes. O que vale hoje pode não valer
amanhã. A ciência evolui; através da pesquisa, ela muda os seus conceitos.
David
Cross, um dos físicos que criaram a teoria das supercordas (strings), acredita
que para entender o universo só precisamos de uma única lei universal. Na
verdade, a teoria das supercordas não está comprovada experimentalmente, é uma
teoria. Mas, segundo Cross, tudo o que existe são vibrações, que vêem de uma
única fonte. Então, tudo pode ser regido por uma só lei. Nessa teoria o
universo é uma imensa orquestra, só estaria faltando para a ciência descobrir o
maestro regente. Que, se fôssemos levar para o lado religioso, seria Deus. Mas,
em nossas pesquisas, estamos muito longe de chegar a Deus. Por enquanto, nós
estamos querendo chegar só um pouquinho além da matéria.
Como é que a física quântica
explica o caso de cura espontânea?
Se se fizer essa pergunta a um físico, ele vai dizer que não tem explicação
para isso. Mas nós achamos que, se a mente prevalece sobre a matéria, se a sua
mente acreditar na possibilidade de ser curado e não tiver conflito, você vai
conseguir se curar.
Agora, muitas pessoas vão dizer: “Não, física quântica é muito interessante,
mas ela só funciona para o mundo microscópico e, na nossa realidade
macroscópica, predominam as leis de Newton.” Para nós isso é a mesma coisa que
dizer que um prédio é feito de tijolos, mas as propriedades do prédio não têm
nada a ver com as dos tijolos. Existe essa realidade quântica por trás desse
mundo em que vivemos, não há a menor dúvida.
Dizer
que a física quântica não tem influência no nosso mundo macroscópico é uma
afirmação um pouco indevida. O problema é que a ciência é cheia de dogmas. E
ela não responde o porquê das coisas. Ela só tem respostas para o comportamento
da nossa realidade; nós não sabemos, por exemplo, o que é um átomo, um
electrão.
Nós sabemos que eles se comportam como onda e partícula, mas o que são nós não
sabemos. A ciência trabalha com conceitos e conceitos que são consensuais, portanto
aceites por um grande número de pessoas.
Às vezes dizem-se certas coisas que não têm comprovação experimental, e os
cientistas chamam de especulação. Mas nada é mais especulativo do que a ciência
em si, porque ela trabalha com verdades relativas, temporárias e isso não
diminui em nada a sua importância para a humanidade.
De
acordo com os conhecimentos que temos hoje, a sobrevivência do espiríto pode
ser uma realidade. Evidentemente, a física quântica não consegue comprovar
isso. Mas existe um outro tipo de argumento que se deve colocar aí. Se não
existe nada além da morte, para que vamos ser bons? Para que querer entender a
natureza? Para que o conhecimento? Fica tudo sem sentido.
Aliás, nós já sabemos que a mente existe e não morre; se ela não sobreviver,
fica tudo sem sentido.
Quanto à reencarnação, achamos que essa é uma das teorias mais prováveis em
relação ao que acontece depois da morte. Pelo menos é a mais cientifica. Seria
até injusto não ter reencarnação. Por exemplo, imagine uma pessoa para quem
matar, estuprar e roubar é normal.
Ela
faz tudo isso porque o seu meio proporciona isso. Então ela morre, é julgada e
vai para o inferno. E eu, que vivi em outro meio, recebendo uma educação moral,
vou para o céu. Eu creio que, se não tivesse uma reencarnação, estaria se
cometendo uma injustiça com o bandido, pois ele não teve culpa de ter nascido
naquele meio. De qualquer maneira, mais uma vez devemos lembrar que, se sobra a
mente, a reencarnação é viável.
Podemos traçar um paralelo entre a substância quântica de onde tudo parece ser
originar e a ideia que geralmente fazemos de Deus, um ser onipresente, omnisciente e omnipotente. Deus para o físico é muito mais essa substância
quântica que tem todas essas propriedades e características atribuídas pela
religião do que um senhor sentado lá em cima e dirigindo o universo. Na
verdade, essas perguntas nos levam a um ponto que não podemos alcançar ainda.
Se conseguirmos chegar à mente e mostrar que ela cria e domina a matéria, ao
que a mecânica quântica já chegou parcialmente, já vai ser um avanço enorme.
Curiosamente, religiões como o hinduísmo e o budismo chegaram antes da ciência
a determinadas “verdades”. Essas religiões já tinham esse conhecimento, mas sem
os detalhes.
Elas
simplesmente sabiam que era assim. Como nós dissemos anteriormente, Buda já
dizia que a mente domina e cria tudo; mas, até onde se sabe, ele não ensinava
nenhum detalhe sobre isso.
Mas Buda foi buscar essa informação numa determinada fonte. De que maneira ele
teve acesso a isso? Como, há cinco mil anos, o hinduísmo já falava em arquivo
akáshico e de mundos paralelos, dos quais hoje a física quântica começa a
falar?
Existe uma teoria que mostra como isso é possível: os conhecimentos eram
obtidos por “revelação”, eles eram revelados aos iniciados. Só tem acesso a um
conhecimento quando se tem uma certa ética, um certo grau de evolução. Não
porque exista uma discriminação, mas porque só se recebe isso através de uma
frequência fina. A mente só consegue acessar certos conhecimentos através de um fenómeno chamado ressonância.
Imagine
o rádio; só se pode sintonizar uma estação, se colocar o aparelho na frequência
daquela estação. Da mesma maneira, só se consegue chegar numa determinada
frequência onde esses conhecimentos estão se adquirir um grau de subtileza tal
que se é capaz de entrar em harmonia com esse conhecimento. E isso independe da
cultura que você tem. Por isso algumas pessoas não têm cultura e têm sabedoria.
Quando se fala em entrar em ressonância com o conhecimento, isso não quer
dizer que ele já existe num nível superior ao humano. O conhecimento está todo
ai; ele é acessível. O que nós fazemos é simplesmente aceitá-lo e dar-lhe forma
matemática compatível com a realidade em que vivemos. Existem pessoas que dizem
que o conhecimento de Deus está na Bíblia. Eu acho que o conhecimento de Deus
está em tudo.
Na folha de uma árvore, está
escrita a história do universo inteiro…
Postado por Ir Daniel Martina
http://filhosdoarquiteto.blogspot.pt/
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