quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Sustentabilidade...
A sustentabilidade começa dentro de você
A sustentabilidade começa dentro de você: mais do que preservar o meio
ambiente, é preciso reciclar as emoções!
Ouvimos cada vez mais falar sobre sustentabilidade. Mas você sabe o que
esse termo
significa? É comum associarmos sustentabilidade às questões ambientais,
porém, ela é bem
mais abrangente do que isso. Está ligada à nossa sobrevivência e
existência. Afinal, somente
optimizando todos os aspectos da vida poderemos criar as condições
necessárias para que nós
e o planeta possamos viver em harmonia.
A base de toda e qualquer estrutura colectiva é formada, antes de tudo, por
indivíduos. Muito se
fala dessa sustentabilidade que se trata do colectivo, das políticas, das
tecnologias e das
tendências que vêm do colectivo para o indivíduo. A sustentabilidade
costuma ser tratada de
fora para dentro. Porém, se são os indivíduos que conduzem essas directrizes
e ações para o
ambiente e para o colectivo, como seres insustentáveis poderão ser capazes
de conduzir acções
sustentáveis? A insustentabilidade do planeta é, antes de tudo, uma
insustentabilidade de cada
um dos seus quase 7 bilhões de indivíduos!
SUSTENTABILIDADE VAI ALÉM DO ASPECTO FÍSICO
Ao levar nossa visão para o indivíduo, vou abordar nós, seres
humanos, de maneira mais
profunda. Sempre considerando, além de nossos aspectos físicos, os aspectos
mais subtis:
emocional, mental e espiritual. Ainda que algumas possam tentar ser mais
abrangentes e
alcançar esses níveis mais subtis, as discussões sobre sustentabilidade,
assim como seus
resultados e acções decorrentes, ainda trabalham demasiadamente focadas
apenas no nível
físico. Isso porque como indivíduos, levamos nossa vida focada
prioritariamente neste âmbito.
Prestamos atenção à saúde de nosso corpo e de nossa vida material e
financeira, mas não
damos igual valor aos nossos aspectos sutis, à nossa saúde emocional,
mental e espiritual. E
quando buscamos trabalhá-los, tentamos lidar com eles da mesma maneira como
lidamos com
nossos aspectos físicos. No meu trabalho como terapeuta, canso de ouvir a
pergunta: "o que
eu tenho que fazer para me sentir melhor?". Não adianta determinarmos
em nossa agenda que
hoje estaremos alegres, amanhã tristes e depois de amanhã alegres de novo,
cumprindo isso
como mais uma tarefa do dia-a-dia. Trabalhar e "resolver" nossas
questões emocionais,
mentais e espirituais não é algo que possamos fazer somente de forma
racional e prática.
Nossos aspectos subtis não funcionam exactamente como nossos aspectos
físicos. Mas como
humanidade, ainda não percebemos essa diferença e não aprendemos a lidar
com nosso
próprio mundo das emoções, pensamentos e alma. Tentamos resolver tudo de
forma racional e
prática, e nos sentimos perdidos e frustrados quando nossas abordagens não
funcionam.
Tendemos a levar em conta e a dar credibilidade somente àquilo que é
racionalmente
comprovado por números e estatísticas. A realidade deve ser demonstrada de
maneira racional
e física. Porém, se em nossa essência somos também seres emocionais, mentais
e espirituais,
como deixaremos isso de lado? Como poderemos trabalhar uma verdadeira
sustentabilidade
sem nos trabalhar de maneira verdadeiramente integrada?
Reproduzimos essa falta de integração em nossas vidas individuais,
distorcendo as directrizes
que direccionam nossa maneira de viver e ser colectivamente. Nos preocupamos
em separar e
reciclar lixo, em economizar água, defender as florestas. De fato é
importante cuidar do
ambiente colectivo físico. Porém, isso é apenas uma das dimensões da sustentabilidade.
"Será que limpamos e reciclamos nossas emoções e pensamentos, gerando
uma
atmosfera emocional e mental completiva saudável? Será que optimizamos nossas
energias
em forma de atitudes, pensamentos e acções positivas na maneira como
nos
relacionamos com os outros e com o ambiente?"
É preciso haver uma sustentabilidade individual antes de levá-la para o colectivo, pois só assim
a sustentabilidade será sólida e verdadeira. De outra maneira, ela se torna
parcial, até ilusória,
e nos faz continuar a empurrar os verdadeiros problemas com a barriga. Pode
parecer
contraditório falar de algo individual quando tratamos de um conceito que
se trata de um nível
tão coletivo como a sustentabilidade planetária. Porém, a colectividade é antes
de tudo um
conjunto de indivíduos muito bem trabalhados, e que por terem seus limites
e
responsabilidades bem definidos são capazes de interagir de maneira
equilibrada. Para chegar
à tal sustentabilidade individual precisamos aprender a sermos egoístas de
maneira positiva.
Esse "egoísmo" ao qual me refiro aqui é positivo para a colectividade, e até essencial a ela, e
não o egoísmo que desagrega o colectivo. É conquistado pelo exercício
individual de observar a
si mesmo e ao outro, sem julgamentos e pela desconstrução dos falsos bons
comportamentos
e atitudes.
Em nome do colectivo, tentamos atropelar aqueles que pensam diferente de
nós, em clima de
preconceito e julgamento, sem nem mesmo tentar uma real conciliação. Em
nome do bem,
fazemos boas acções pelo ambiente e pelos outros que na verdade não
necessariamente
beneficiam quem está lá fora, mas sim a sua própria carência e necessidade
de ser
reconhecido pelos outros. Em nome do que é justo, impomos nossa verdade ao
outro sem nem
ao menos tentar buscar compreender a verdade que ele traz dentro de
si.
SUSTENTABILIDADE PODE SER UM CAMINHO PARA A FELICIDADE
Ao nos desfazermos das nossas falsas intenções e assumirmos para nós mesmos
nossos
verdadeiros e distorcidos impulsos, começamos o trabalho de
"purificar" as energias que nos
impulsionam, a poluição interna em nossas motivações e intenções. Não
adianta acharmos que
o mundo está errado e que nós estamos cobertos de razão, e por isso
ficarmos bravos.
Podemos não concordar com alguém ou com o mundo, e nos sentirmos revoltados
por alguns
instantes, mas se não transformarmos essa raiva em amor - pelo outro, pela
humanidade, pelo
planeta, ou simplesmente Amor, um impulso genuíno de fazer o bem - todo o
trabalho que
fizermos na "boa intenção" de ajudar, fazer o certo e o bem, na
realidade será movido pela má
intenção (raiva, irritação, revolta, vingança, competição, etc.) disfarçada
de boa intenção. Isso
significa alimentar o emocional, mental e espiritual colectivo de maneira
negativa. E pior, exalar
negatividade disfarçada de boas intenções, justiça, de algo
"certo". Criamos uma energia de
contradição e ilusão, afinal, nós mesmos acreditamos estar fazendo algo
pelo bem, e que no
nível físico até pode parecer ser o bem mesmo. Porém, nos níveis subtis
alimenta somente a
negatividade. Vamos criando uma polarização, um abismo entre o que aparenta
ser e o que
realmente é na essência. São nessas percepções e atitudes pequenas, mas de
importância gigantesca, que podemos
começar a trabalhar nossa sustentabilidade humana e contribuir para a
sustentabilidade
integrada do planeta.
O que isso tem a ver com a nossa vida? Como afecta o nosso dia-a-dia?
Trabalhar a
sustentabilidade dentro de nós significa, na prática, sermos pessoas mais
bem resolvidas e
felizes, e por isso capazes de interagir colectivamente de maneira
harmoniosa. No final das
contas, trabalhar a sustentabilidade integrada é trabalhar pela nossa
própria felicidade antes de
tudo.
Então, convido você a reflectir e a trabalhar a sustentabilidade sob essa
visão integrada, de
dentro para fora, afinal, o mínimo que pode acontecer é você se tornar mais
apto para a
felicidade! Não soa nada mal, não é?
Ceci Akamatsu - Terapeuta acquântica e autora do livro Para que o Amor
Aconteça.
Postado por celia dallarosa
Teixeira
http://aluisionestelar.ning.com
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário