terça-feira, 30 de outubro de 2012

Houve um tempo...



Houve um tempo, em que todas as mulheres eram sagradas...
 

Em que eram vistas como Deusas, como senhoras de seu próprio destino...

Houve um tempo, em que o corpo era sagrado, em que o sexo era uma prece...

Em que homens e mulheres respeitavam-se e reverenciavam-se...

Houve um tempo, em que a mulher era feiticeira, faceira, tecelã, curandeira, parteira...

A mulher banhava-se na natureza, perfumava-se com jasmim...

Andava de pés descalços, corria pela mata...

Usava compridas saias, rodadas, coloridas, leves...

Dançava para ela, dançava para a vida, dançava para seduzir, dançava para fertilizar...

Sua voz era como o canto da mais bela ave...

Sua beleza, fascinante, encantadora...

Tornou-se aos poetas inspiração e aos músicos canção...

A mulher era rendeira, cozinheira, mãe, sagrada, admirada...

De jóias e pedrarias era adornada, e da natureza sua maquiagem retirava...

Onde está esta mulher?

Em que fase da história, ou período ela perdeu-se?

Onde devo procurar?

Na verdade, esta mulher-sagrada ainda existe...

Em outras formas, em outras faces, em outros costumes...

Mas se priva, se poda, se adapta, se escraviza...

E não lembra...

Hoje esta mulher é empresária, é médica, advogada, policial, recepcionista, dona-de-casa, política, enfermeira, escritora, estilista...

Enfim... Ela ainda está aqui...

Mas não lembra quem realmente é...

Perdeu a memória...

Esqueceu-se de sua sacralidade, de sua divindade, de sua superioridade!!!

Mulher! Coloca tua saia rodada, penteia-se com o orvalho, tira o salto dos pés!

Permita-se bailar com o vento, satisfazer seus desejos, impor sua vontade!

Permita-se amar, realizar, cantar!

Permita-se sentir bela, amada, desejada, sentir prazer!

Permita-se fazer aquilo pelo qual tua alma anseia!

Permita-se honrar à Deusa, ao Deus, à natureza!

Permita-se viver a tua vida, e ser a senhora absoluta do teu destino!

Mulher, dentro de ti há tantas outras, que tu ignora totalmente...

Será você fértil, doce e maternal como Deméter...

Ou vingativa, como as três Fúrias...

Quem sabe arrebatadora e feroz, como as Harpias...

Talvez seja feiticeira, sábia e misteriosa como Hécate...

Ou soberana e dotada de magia como Ísis, mãe dos egípcios...

Um tanto implacável, forte e destemida como Kali...

Seja encantadora e misteriosa como as Nereidas...

Ou quem sabe curiosas como Pandora....

És confiável e mensageira, como Íris...

Ou justa como Têmis...

Talvez seja sensual, impulsiva e totalmente movida pela paixão, como Afrodite...


Ou seja selvagem como Ártemis...

Pode ser que seja repleta de cores e amores como Eos...

Ou então maléficas como Éris...

Ou quem sabe todas elas juntas! Mulher, vem, resgata o teu papel, o teu feminino sagrado, tua ancestralidade!

Não tenha medo de seguir a luz, de se entregar ao Sol!

Muito menos de mergulhar nas trevas do submundo, das fogueiras, dos encantamentos!

Prove de todos os reinos e sabores, permita-se viver intensamente cada instante!

Siga seus instintos e extintos... Seja você!


http://adeusaalquimica.blogspot.pt
 
 

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