domingo, 14 de maio de 2017
...e, reflectindo...
 Esse
 é um texto que eu queria ter escrito um bom tempo atrás.
 Mas
 eu quis ter mais clareza antes de escrever. Queria dominar o assunto
 antes de poder falar sobre um tema tão delicado e que sei que
 amedronta muita gente.
 Acontece
 que se eu esperar dominar um assunto para escrever, eu nunca vou
 escrever. Porque esse não é o meu lugar. Eu não sou o
 especialista que ensina. Eu sou o aluno que aprende junto.
 Por
 isso vou escrever enquanto tomo consciência sobre o que me
 aconteceu.
Vivemos
 em uma sociedade baseada no dinheiro.
Quem
 tem dinheiro tem liberdade. Quem não tem dinheiro não é tão
 livre assim.
Quem
 tem dinheiro tem paz. Quem não tem dinheiro não dorme direito.
Quem
 tem dinheiro pode ajudar os outros. Quem não tem dinheiro não
 consegue nem se ajuda direito.
Quem
 tem dinheiro consegue ser criativo e pensar fora da caixa. Quem não
 tem dinheiro, não consegue pensar outra coisa senão em como vai
 pagar as contas.
Quem
 se tem dinheiro, consegue vibrar no amor. Quem não tem dinheiro
 vibra no medo.
Isso
 é o que eu sempre pensei. Eu vivenciei e respirei esse medo e essas
 dificuldades de quem não tem dinheiro quando meu dinheiro acabou.
O
 dinheiro acabou, a conta ficou negativa, o limite estourou, o banco
 negou empréstimo, a fatura do cartão de crédito estourou.
E
 aí nesse momento você eu fui tomado por uma série de sentimentos
 que eu nem sabia que existiam dentro de mim.
Medo.
 Vergonha. Decepção. Ansiedade. Falta de confiança. Falta de
 autoestima. Medo dos outros. Medo da vida.
E
 o que eu aprendi com tudo isso, depois de ter passado e saído dessa
 situação?
1-
 Confiar no divino e não na conta bancária
Em
 um desses apertos que passei, estava quase sem dinheiro na carteira
 e sem possibilidade de passar no cartão. Precisava me locomover,
 pois estava fora de São Paulo. Comecei a fazer contas se poderia
 pegar um taxi, ou se deveria descobrir como pegar um ônibus naquela
 cidade.
Enquanto
 criava esses cenários na minha cabeça, a pessoa que estava
 trabalhando comigo se ofereceu para me dar uma carona, mesmo sendo
 totalmente fora de sua rota. Sem eu pedir ou falar nada.
Nesse
 momento, minha consciência me disse: Você tem que confiar no plano
 divino e não na sua conta bancária.
Desde
 então tenho percebido que devo desassociar a possibildade de fazer
 coisas de quanto dinheiro eu tenho. Não tem relação a capacidade
 de fazer com quanto dinheiro você tem.
Você
 não precisa ter o dinheiro para fazer nada. Mas confiar que as
 peças vão se encaixar e que o plano divino vai te colocar as
 pessoas que podem te ajudar. Mesmo que você não consiga pagar.
É
 um tanto quanto trabalhoso conseguir confiar nisso. Desde que
 “recebi” essa informação, tenho observado quantas crenças e
 padrões de programação eu ainda tenho.
Se
 a sua confiança estiver na sua conta bancária, vai chegar um
 momento em que ela vai acabar. Pode acontecer um acidente, uma
 doença, uma fatalidade, ou uma crise e aquela sua confiança vai
 embora porque seu saldo ficou menor. Mas se por outro lado, sua
 confiança for no mundo invisível não importa o que acontecer,
 você vai continuar com ela.
É
 se lembrar que não somos nós que estamos no controle de tudo.
 Existe uma inteligência por trás, movendo todas as peças.
2-
 Medo de falar sobre o dinheiro, afasta
Quando
 eu fico com medo de falar sobre dinheiro, eu crio resistência.
 Quando eu fico com receio de cobrar por um serviço, de pedir um
 cachê mais alto, ou de cobrar alguém que me deve, eu estou criando
 uma situação em que torno o dinheiro uma energia negativa que me
 traz mal estar.
Mas
 quando consigo falar livremente e abertamente, eu sinto essa energia
 fluir melhor.
O
 mesmo acontece com o medo de olhar a conta bancária. Cada vez que
 você evita olhar para a conta ou não tem clareza de quanto
 dinheiro você tem, você cria uma resistência. Sua vibração
 muda. E é essa relação que precisamos ressignificar. Para poder
 ter uma relação mais leve com o dinheiro e com sua conta.
Para
 mim, escrever esse texto já é em si uma libertação, porque é um
 tema sobre o qual ainda não escrevi.
3 — Você
 descobre quem pode te ajudar
Tem
 pessoas que vão te julgar por ser irresponsável e deixar o
 dinheiro acabar. Tem pessoas que vão te achar menos capaz e vão
 duvidar de você. E tem pessoas que vão naturalmente se afastar.
Mas
 quando seu dinheiro acaba e você começa a falar sobre isso com
 algumas pessoas, você vê que tem outras que te apoiam
 incondicionalmente. Pessoas que vão estar sempre ao seu lado,
 dispostas a inclusive contribuir financeiramente ou te ajudar a
 abrir portas para que sua situação financeira mude.
Algumas
 pessoas inclusive contam suas histórias de quando ficaram sem
 dinheiro e isso cria uma empatia muito profunda. Quando duas pessoas
 se conectam na vulnerabilidade, a conexão é muito mais forte.
4 — Você
 aprende a ter humildade
Ficar
 sem dinheiro é um negócio que mexe com a autoestima de qualquer
 um.
Eu
 vim de uma família de classe média alta e sempre tive acesso a
 tudo que quis. Sou muito grato aos meus pais. Com 18 anos comecei a
 trabalhar e ganhar meu próprio dinheiro. E por mais de 10 anos
 sempre tive meu dinheiro e pude fazer o que tinha vontade.
Em
 2015 quando passei por minha maior crise, eu me vi frágil. Eu que
 me achava um superprofissional, um executivo promissor, um grande
 empreendedor me vi frágil. Me senti uma criança pequena, sem saber
 o que fazer. Dependendo das respostas da vida. Dependendo da vida,
 como uma criança depende de sua mãe.
Nesse
 momento todas as máscaras caem. Nesse momento, aquela imagem que
 você projetou de si mesmo deixa de fazer sentido. E eu vi como nós,
 seres humanos somos pequenos.
Eu
 vivia acreditando nas fórmulas do sucesso, no poder do self made
 man, no poder da mente e da disciplina. E ali me vi longe de tudo
 isso. Foi nesse momento que minha conexão com a espiritualidade se
 estabeleceu.
Foi
 nesse momento de entrega que tudo mudou.
Eu
 aceitei que eu não tinha o controle. Que existia algo maior por
 trás de tudo isso. E algo maior me preparando para o meu caminho.
 Foi nesse momento que comecei a escrever…
5-
 Você se abre para os milagres
Eu
 comecei a perceber as sincronicidades da vida quando vi coisas
 acontecerem sem eu ter dinheiro.
Eu
 achava que quando fosse um milionário, eu poderia fazer o que eu
 quisesse e receberia convites de todos os lados para contar minha
 história de sucesso.
Eu
 teria dinheiro, poder e status.
Mas
 foi quando fiquei sem dinheiro, que minha fé se reestabeleceu. A
 confiança na vida e no plano divino fez eu me abrir para coisas que
 eu nem imaginava que poderiam acontecer. Convites para palestras,
 texto viralizando na internet, mensagens inesperadas, presentes na
 portaria do meu prédio, doações de dinheiro de pessoas que eu nem
 conhecia.
A
 vida é mágica. Ela opera por mecanismos que nossa mente racional
 não é capaz de prever.
E
 é somente quando aceitamos que não temos tanto poder ou controle
 que nos abrimos para esse milagres (ou sincronicidades). Enquanto
 você achar que é do seu jeito, você está fechado para esses
 milagres.
6-
 Você se conhece de verdade
Quando
 meu dinheiro acabou, eu me vi exposto. Nu. Diante de mim mesmo.
 Diante das minhas sombras e dos meus medos.
Eu
 tentei fugir, não olhar e fingir que eles não existiam. Mas eu não
 tive o que fazer. Quando olhei para eles, vi que eles eram menores
 do que eu imaginava. Vi que eu poderia lidar com minhas sombras. Vi
 que era natural sentir aquelas emoções negativas.
Eu
 as acolhi, olhei para cada sentimento, conversei com eles, como quem
 troca uma ideia com um amigo de longa data. E eu honrei a existência
 deles. Cada sentimento negativo me protegeu de alguma situação na
 vida.
Não
 negue suas emoções. Olhe para ela e as acolha.
…
Hoje
 eu sei que ficar sem dinheiro foi um grande presente que recebi da
 vida.
Ficar
 sem dinheiro não é legal. Tira o sono. Tira a paz. Traz o medo e
 remove a autoconfiança.
Mas
 quando você aprende a lidar com isso. A lidar com o que acontece
 dentro de você. Quando você aceita, para de lutar, resistir, se
 lamentar e consegue entregar, aí o esforço vai embora.
É
 tudo um jogo de cura. Cura dos padrões e das programações e
 condicionamentos da nossa sociedade. Cada desafio te dá a
 possibilidade de se conhecer de verdade, de remover crenças e se
 libertar de traumas.
A
 vida é um presente. Abra sua conta bancária, olhe para ela e
 ressignifique tudo o que esse saldo significa para você.
http://caminhodecura.blogspot.pt/2017/05/quando-seu-dinheiro-acaba-por-gustavo.html
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