sexta-feira, 26 de maio de 2017
...Sair da infância não é tornar-se um adulto, é tornar-se um retardado, em todos os sentidos do termo...
AUTRES DIMENSIONS.
20/04/2017
"A Simplicidade é aquela da criança, aquela que é espontânea,
imediata e Presente".
Vocês verão a Verdade.
Bem, BIDI está com vocês para trocar, entre nós.
Eu os saúdo, e eu lhes agradeço por
sua Presença, suas questões.
Podemos começar.
Questão: você disse, há alguns dias: refute
esse «eu»,
essa pessoa que você crê ser.
Sem falsa humildade, sem falsa
simplicidade.
Poderia desenvolver?
O «eu» também,
o «mim», se você prefere, tem, frequentemente, tendência a minimizar-se, é o que eu chamo de falsa Humildade, porque não é minimizando o «mim» que você vai encontrar o Si e, ainda
menos, o Absoluto.
Existe, de fato, uma propensão, no humano encarnado, de querer jogar
o jogo da Humildade e, para isso, ele vai apagar-se, em suas relações, ele vai dar a aparência de ser Simples.
Seu ego será posto por trás dele.
Mas é o próprio ego
que se põe atrás dele.
Não há qualquer possibilidade de passar do ego ao Absoluto (eventualmente, ao Si).
Portanto, que o ego seja –como vocês dizem– positivo ou negativo, nada muda no problema: é, sempre, do ego.
Assim, quando você brinca de
apagar-se, o que é que se apaga, se não é o ego?
Sempre ele.
Eu chamo, assim, a falsa
Simplicidade e
a falsa Humildade daquele que vai apresentar-se de
certo modo: ele não põe o ego à frente, mas é, sempre, o ego.
O ego pode, facilmente, brincar
de fazê-lo crer que, se ele é gentil, se ele
é prestativo, se ele é amoroso, isso basta para contentá-lo (a você, o que você É).
Bem, nada há de mais falso.
Ser Simples não corresponde a
um comportamento.
Ser Simples é ser simples de espírito,
como uma criança, e não nas estratégias do ego, chamado negativo, que vai apagar-se, crendo
deixar existir o Amor.
Isso deve ser revisto.
Clara e Simplesmente.
O ego tem à disposição muitas estratégias.
Seu mental vai propor-lhe uma estratégia.
Se, de algum modo, você se
apercebe de que é um engano, o que ele
vai propor-lhe?
Outra estratégia.
E vocês passam suas vidas a jogar de estratégias.
Vocês não estão mais no imediatismo, vocês estão em um papel, em
um julgamento de valor de si mesmos o que, obviamente, é tudo, exceto Simples.
E, efetivamente, longe da
Simplicidade.
A Simplicidade é aquela da criança,
aquela que é espontânea, imediata e Presente.
A personalidade é inumerável em suas máscaras, em suas apresentações,
mas apreendam que são apenas papéis: nenhum é melhor do que o outro.
No Absoluto, o galã é a mesma coisa
que aquele que não tem coração.
E a mesma coisa que aquele que põe o
coração à frente, na pessoa.
É o mesmo jogo, mesmo se vocês o chamem
diferentemente, é, sempre,
uma cena de teatro.
É isso que é necessário compreender.
É isso que é necessário ver, é isso que é necessário descobrir, e não desempenhar um papel mais agradável, para você ou para
os outros.
Qualquer que seja o espetáculo, continua um espetáculo, seja o espetáculo do guru
vestido com seu casaco de cor, ou da religião que se apaga, isso
nada muda: é um espetáculo.
É preciso ir além do espetáculo.
Questão: a refutação, como o Abandono à Luz, são finalidades que não o são?
Exato, você pode dizê-lo assim, aí
onde você está.
Mas atenção, para que essa afirmação não o torne imóvel
no ego e impeça-o de realizar o que há a realizar, mesmo no ego.
Apreendam, efetivamente, que a
refutação age sobre o ego, sobre a ilusão.
Ela faz calar a ilusão, porque o mental não tem mais tomada.
Atenção para que o mental não
lhe diga que, finalmente, não há finalidade, e apenas acarrete que você seja obrigado a deixar
cair, porque sua razão tomou a
dianteira.
As palavras empregadas, tanto em suas
questões como em minhas respostas, devem ser superadas.
A apresentação da refutação é um exercício que vai conduzi-los a observar, a olhar e não confiar, unicamente, em sua razão ou em suas crenças, mas,
obviamente, para ir além.
É como quando o humano fala de amor.
O amor humano é uma projeção, permanentemente, porque ele é condicionado (nos sentidos,
nos olhares, nas crenças).
O único Amor verdadeiro é aquele que é ele mesmo, que não sabe porque
ele Ama, porque essa é sua natureza, descoberta e revelada.
Enquanto o amor é tributário de um laço de
sangue, de uma relação carnal, de uma
relação, qualquer que seja sobre esta Terra, não é o Amor, é a Ilusão do amor.
Os Anciões disseram-lhes, durante anos: o Amor
é Vibração, ’ Consciência é Vibração.
Todo o mundo, sobre esta Terra, diz: «eu amo».
Mas será, contudo, que sente o Si?
É a personalidade que ama outra personalidade, porque ela ali se encontra e ali se compraz.
O Amor jorra, tal uma
Fonte espontânea, a partir do instante em que o
«eu sou» é Realizado, a partir do instante em
que a Presença está aí.
E isso não é dirigido para alguém,
é uma emanação natural do que você É
que o conduz, a partir do instante em que, mesmo isso, não é
mais observado, para o Absoluto, que não é uma
finalidade, exatamente.
Porque é, muito exatamente, o que
você É.
Só o lugar em que você se colocou não é bom.
Então, atenção para que o mental não se aproprie dessa noção de finalidade ou de
não finalidade.
Caso contrário, isso vai reproduzir a
mesma coisa que para o amor.
É preciso estar vigilante.
Mas essa vigilância não é mental: é uma vigilância da consciência, que
os instala no Presente, no «eu sou».
E, uma vez o «eu sou» Realizado, será
preciso superar o «eu
sou».
Ou, então, aterrissar, diretamente, no Absoluto que vocês São, de toda a Eternidade.
Mas não são vocês que decidem.
Em contrapartida, ao nível da personalidade, são vocês que decidem:
praticar a refutação, ver,
claramente, as coisas, tal como elas são, e não
tal como vocês querem que elas sejam, ou tal como vocês creem que elas sejam.
É profundamente diferente.
Quando o Si descobre-se, o que vocês nomeiam os chacras ativam-se.
Vocês percebem a
Vibração e, é claro, vocês se banham na
Vibração,
porque é tão novo, tão agradável e tão diferente.
Mas vocês sabem, muito bem, que a
Vibração é condicionada (às suas meditações, aos seus humores, aos ciclos da lua, do Sol), portanto, é efêmera, também.
É preciso ir para além da Alegria.
Tudo isso são experiências.
Obviamente, abrem a Consciência, mas
eu o lembro de que o Absoluto não é a Consciência.
Nada pode ser dito do Absoluto.
Você pode apenas testemunhar, aqui mesmo, nessa forma, o que acontece e que é, portanto, também, efêmero.
Porque há uma alegria e uma felicidade
em
comunicar o que é vivido, mas isso é apenas um reflexo, a Verdade não pode ser conhecida desse
modo.
Em contrapartida, o testemunho pode
ser dado, porque esse testemunho dado, tal como eu o faço, vai permitir-lhes colocarem-se as boas questões e realizar esse curto-circuito do
mental.
O Absoluto não é uma finalidade, porque se você fala de finalidade,
obviamente, isso quer dizer que há uma estrada e um caminho, e, portanto, tempo.
Enquanto você considera que há uma finalidade,
enquanto considera que você precisa de tempo,
é claro, isso não é Real:
o Absoluto não está no tempo.
É tudo isso que é preciso perceber.
É a Verdade.
O mental tem horror que se diga a ele que nada existe do que ele propõe: é a pior das
soluções para ele.
Lembrem-se: a meditação põe o mental em repouso, ela lhes dá a ver os
pensamentos.
Mas quem é capaz de parar os
pensamentos?
Só aquele que é Absoluto.
Senão, os pensamentos
continuam aí.
Eles estão à espreita, prontos a surgir, assim que vocês tenham uma contrariedade, assim que vocês ouçam ruídos, assim que os toquem,
assim que as leis da
encarnação peguem-nos, no corpo ou no mental.
O Absoluto não se importa com
tudo isso.
Ele não está nem dentro, nem fora, ele está por toda a parte.
Questão: a refutação deve ser permanente, ativa, ao longo do dia, para qualquer
pensamento que se apresente?
O objetivo da
refutação não é de ser permanente.
É de pôr em distância, no observador, no testemunho.
Quando esse corpo come, você não É esse corpo: é um veículo que você nutre.
O problema da consciência humana (pouco
importam as razões) é que ela
é persuadida de que não pode
sair desse corpo, de que ela ali está presa, mesmo se não goste.
É como se você me dissesse que dirige
seu automóvel e que, à noite, você não
pode dele sair quando vai deitar-se: você se tornou o automóvel.
A refutação não é o desaparecimento.
O corpo continuará aí, enquanto ele está
vivo.
Quando ele morrer, você continuará Vivo.
Antes que o corpo aparecesse, você estava Vivo, mas você não tem a lembrança disso.
Quem Era você?
A refutação vai conduzi-lo a perceber o que você É, e não mais o que
você crê.
Não vale a pena dizer, por exemplo, quando você come feijões, e os feijões penetram seu corpo, que
o feijão é
uma ilusão, porque,
pra o corpo, ele é uma verdade: é o feijão que permite a ele existir.
Mas você não É o que existe.
A refutação deve sair, eu diria, como um mecanismo salutar e
espontâneo.
Não no fato de comer feijões,
mas, por exemplo, afirmar que você não É o automóvel.
Portanto, isso concerne às coisas, de
qualquer forma, em que há um princípio de identificação, seja a esse corpo ou a esse mental.
Isso concerne, efetivamente, mais aos pensamentos, aos mecanismos habituais.
Lembrem-se de que é sua consciência que perdeu sua Unidade, que perdeu o Absoluto, em seu não desaparecimento, e que dá presença
e peso a
esse mundo.
Mas, contudo, nos componentes desse mundo, alguns são multidimensionais.
Vocês, não.
Os Anciões, as Estrelas disseram-lhes
que vocês não
estão presos.
Mas não confundam o
desprendimento com a negação: não é porque a refutação é uma
negação que é preciso estar na negação da vida, qualquer que seja.
Caso contrário, o ego vai
apropriar-se disso.
E vocês arriscam chegar ao resultado
oposto: a depressão, porque vocês ali
não chegam, porque o ego vai dizer-lhes que é preciso ali chegar.
O exemplo que eu dei, concernente ao
teatro, é o mais revelador.
O exemplo da corda, também, é
importante, que
é tomada por uma serpente, até que a luz
ilumine a corda e, então, o medo desaparece: não confundir o recipiente e o conteúdo.
Quando você tem um
recipiente que está cheio de ar, selado, e esse
recipiente quebra-se, será que o ar desaparece?
Não.
O conteúdo permanece, mas não está mais
contido, não está mais limitado.
Do mesmo modo, quando vocês falam de uma joia em ouro, que tem uma forma, o que é importante para
vocês?
É claro, é a forma da joia.
O que é importante – se pode dizê-lo–
para o Absoluto, é a percepção, para você, de que o ouro continua aí.
E que não é porque ele tomou
uma determinada forma, que o ouro não existe mais.
Vocês são, visceralmente, ligados a esse corpo.
Vocês são, visceralmente, ligados a esse mental.
Mas nem o corpo, nem o mental são de qualquer utilidade a
vocês, para
o Absoluto.
Não é questão de queimar o corpo.
Em contrapartida, pode-se queimar o
mental.
O que será, depois, muito mais fácil
para viver o fato de que, realmente,
você não É esse saco de alimento.
Questão: quando se refuta e o mental parece responder «eu nada sou», que fazer?
O mental mente a você.
Ele é tudo, exceto nada.
Mas ele quer fazê-lo crer que ele nada é, para que você se desvie dele.
É o princípio, também, da falsa Humildade, como precedentemente, ou da falsa
Simplicidade.
O que é nada, em definitivo: é todo o
complexo efêmero contido no saco de alimento, e o próprio saco de
alimento, também.
É mudar o ponto de vista que é
necessário.
A refutação é o meio de mudar de ponto
de vista, inteiramente.
Não é negando o corpo ou matando-o que você será Absoluto.
O Absoluto contém o corpo, mas ele
sabe que é ilusão.
O Absoluto não pode estar fora do que quer que seja.
Simplesmente, existem, tanto no mental como no corpo, elementos
que impedem de ver o Absoluto.
E, portanto, se você desloca
seu ponto de vista, como no exemplo
do teatro, tudo ficará bem.
A refutação, como eu disse, deve
preenchê-los de Paz.
Ela deve preencher de Alegria esse saco de
alimento.
E, a um dado momento, tudo vai
desaparecer.
Parecer-lhe-á ser uma consciência Liberada,
completamente.
E, se você abandona essa própria consciência, então, o Absoluto é dado a ver e a
Viver.
Não antes.
Enquanto vocês dão, vocês mesmos, o mínimo peso, enquanto atribuem
a mínima consciência a esse saco, ao que
vocês creem ser, vocês não mudaram de ponto de vista, estão,
ainda, atuando na cena,
ou sendo o observador da cena.
Vocês creem que exista, ainda, um teatro.
Mudem de ponto de vista
Aceitem não mais ser
apreendido e confinado pelo espetáculo, pela poltrona, pelo próprio teatro.
E vocês verão a Verdade.
É muito Simples.
A Simplicidade está aí.
Questão: o que é o não Ser?
Mas o não Ser é o quê?
Será que eu posso falar-lhe do Absoluto?
É o primeiro princípio que eu
enunciei: nada pode ser dito sobre o não Ser.
Nada pode ser dito sobre o Absoluto.
Você pode apenas dar
testemunho, quando
você ali está, aí, onde nada há a Ser.
Enquanto você procura compreender, ele se afasta.
Você não pode compreender o que você É.
Abandone essa ideia estúpida: isso o afasta do que você É.
É preciso banir a palavra compreensão: isso quer dizer «tomar [pegar]com», mas
você não
pode tomá-lo você
mesmo.
Você olha para onde não há
necessidade e deixa sua cabeça olhar alhures.
Você pode ver-se sem um espelho?
Você pode apenas imaginar-se, em
um esquema corporal, que você chama o
saco de alimento, com sua história, com esse corpo
Mas, sinceramente, será que você pode ver-se sem espelho?
É impossível: você não pode ver o que você é.
O ponto de vista não é bom.
Portanto, querer domar o não Ser, explicando o não Ser, nada quer dizer.
É impossível, uma vez que, por
definição, compreender é fazer jogar a consciência,
seja no Si ou no «eu».
Mas o Absoluto é a-consciente.
Ele nada pode apreender, uma vez que é Tudo.
Ele é imutável, ele sempre esteve aí.
Você se move todo o tempo.
Enquanto você crê conhecer algo, você é ignorante.
Aceite nada conhecer.
Aceite nada compreender.
Aliás, isso lhes foi chamado, por uma
das Estrelas, o Caminho da Infância (ndr: TERESA DE LISIEUX).
Será que a criança preocupa-se em explicar por que o Sol levanta-se?
E se ele se levanta a Oeste ou
alhures?
Ela tem necessidade de saber o
que sabem os adultos?
Sair da infância não é tornar-se um adulto, é tornar-s um retardado, em todos os
sentidos do termo.
Compreender é
adequado a esse mundo, e serve-lhes para evoluir nesse mundo, mas, evoluir nesse mundo é, já, não estar no Absoluto.
É isso que é necessário compreender, sem compreender.
E isso não é uma compreensão.
Isso não pode, tampouco,
ser uma
experiência, como para o Si.
É um estado além de todo estado, é o Final, de que nada pode ser dito.
Você pode, apenas, dar
testemunho de seus efeitos, mas não pode dar testemunho do
que não é consciente no a-consciente.
E, aliás, nenhum ego divertir-se-ia a falar
do Absoluto porque, para ele, isso nada quereria dizer.
Nenhum ego pode testemunhar do Absoluto que ele não é.
Ele pode testemunhar do Si.
Ele pode escrever milhares de
livros sobre o Si, sobre a Realização, sobre
o Despertar, mas o Despertar e a Realização não o
farão, jamais, sair do teatro.
No máximo, isso fornecerá elementos de gratificação nesse mundo.
E experiências de Alegria,
experiências de Paz.
O Absoluto não é nem Alegria, nem Paz; ele não é concernido por isso.
Portanto, eu nada posso dizer-lhe
sobre o não Ser.
Questão: por que esse mundo ilusório, no qual nós vivemos, parece-nos existir?
Porque você existe dentro: você projetou sua consciência a algo que foi
projetado.
É um sonho, ou um pesadelo.
Isso quer dizer que, se você
vê assim, é que você é parte e totalmente inserido na
ilusão.
Será que alguém que morreu pode preocupar-se ou dar peso ao que
ele tinha antes?
Será que ele pode levar sua
casa, sua mulher, seus filhos, seu dinheiro?
Responda, objetivamente, a essa
questão.
Bem, é o mesmo princípio, entre o
Absoluto e o Si.
Quando você dorme, o mundo não existe.
Você não está consciente do mundo, não está consciente de seus filhos,
de sua mulher: você dorme.
Você se coloca a questão, naquele momento?
Deveria.
Se você surra esse saco de alimento, ele dói, ele sofre.
E você diz: «tenho
dor».
O que isso quer dizer?
Que você existe nesse corpo: ele toma sua consciência.
Sua consciência exprime-se e imprime-se dentro.
Você pode ver-se?
Você pode ver suas
mãos, seus pés, mas você pode ver-se, fora a ponta de seu nariz, sem espelho?
Você pode ver atrás de si, sem espelho, sem virar-se?
Há, portanto, uma polaridade (um eixo, se prefere).
Tudo isso não existe: é um sonho.
E, quando você sonha, sabe, muito
bem, que o sonho é mais real do que o Real, em alguns casos.
Mas o real desse mundo não é a Verdade.
O Real é o que é imutável, sem movimento, ao centro, o que sustenta todo o resto.
Coloque-se a questão, para resolver o enigma, para além do que acontece durante suas noites: qual é a
finalidade, nesse mundo?
Qual é a finalidade, como saco
de alimento e consciência ligada a esse saco?
Será que você pode dizer-me, você
também, quem
você Era antes?
Você tem, disso, a lembrança, a memória,
a vivência?
Isso não é possível.
E, aí, isso lhe parece sólido?
Não: é construído sobre o vento.
Mas eu acrescentarei: cabe a você
ver.
Se você pensa que o que você vive é
real (porque há sofrimento ou porque há
alegria), então,
não se
interesse pelo Absoluto, contente-se com o Si.
A maior parte dos humanos que buscam
o Si procuram apenas uma melhoria de suas condições na personalidade.
Um melhor-estar, um bem-estar.
Enquanto o Absoluto é o não Ser.
O bem-estar e o melhor-estar nada têm a ver com o não Ser
Assim como isso nada tem a ver com
o mal-estar, com qualquer que seja o qualificativo do ser.
O que quer que você experimente, nos
momentos de satisfação, de prazer, de desprazer, de sofrimento, isso lhe parece real, porque você ali atribuiu um peso, porque há regras, limites,
quadros, tributários desse mundo, exclusivamente
nesse
mundo.
Será que, quando você está
morto, você paga seus impostos?
Será que você levanta pela
manhã, será que você se deita à noite?
Será que você come?
O que desaparece, o que permanece?
O que é que se reencarna, a priori, se não é o «eu» de complexos inferiores?
Em uma forma diferente, em um mental diferente, em
uma experiência
diferente, em relações ao mundo
diferentes, mas,
finalmente, isso não faz qualquer
diferença: é a mesma coisa, é da ilusão.
Mas regozije-se porque o que quer que você faça,
o que quer que você seja ou não seja, você irá para onde o levam suas próprias
ilusões.
Mas, em definitivo, o Absoluto permanece: é o que você
É.
Mas lembrem-se: não há qualquer solução possível para passar do que é conhecido ao que é Desconhecido, nesse sentido.
Questão: pode-se ver a via que temos como uma grande farsa?
Bem, eu responderei que isso depende
de com que ela é recheada.
Alguns vivem um drama, e
aquele que vive um drama vive-o,
verdadeiramente, uma vez que ele ali está
identificado.
Quando você perde um ser querido, você sofre.
Ao menos existe, nessa ilusão, o sentimento de sofrer.
O que é que sofre?
Não é você, é claro: portanto, você não vive uma farsa.
Qualquer que seja o modo pelo qual é
recheado, é
apenas uma impressão.
Essa farsa não é risível.
O que é risível é o riso.
Aquele que existe além de qualquer existência, aqui, no Não Ser ou no Si.
Por mais que você se diga que é uma farsa será,
contudo, que você sai da farsa?
A farsa deve desenrolar-se enquanto esse saco de alimento mantém-se em pé.
Você está de acordo com isso.
E por isso que é preciso mudar de
ponto de vista.
O que você vai tornar-se, se está identificado a esse saco de alimento?
O que você se torna se pensa que é seus
sentimentos?
O que você se torna se você, que é
Eterno, adere a algo que é efêmero?
Aí está o sofrimento.
Aí está a ilusão de ser separado, de ser dividido.
E, é claro, quanto mais se gosta
de algo ou de alguém, se vem a desaparecer, sofre-se.
Mas qual é esse tipo de amor
que sofre?
É o apego, unicamente, o apego, que é responsável pelo sofrimento.
Se você não é apegado a nada, mesmo ao fruto de suas ações, e
deixa
suas ações fazerem-se, se você faz– como eu dizia – o que lhe dá a vida a fazer, sem ali apegar-se, você poderá dizer que é uma farsa.
Mas constatará, muito rapidamente
que, se seu ponto de vista mudou
(ou seja, se você abandonou-se à Luz,
se abandona o Si), tudo será extremamente fácil porque, o que quer que aconteça, nada poderá desestabilizá-lo.
Se você é desestabilizado, é que você existe e é parte
da farsa, da
cena de
teatro, como eu a nomeei.
Então, quer a cena de teatro
preencha-o de contentamento ou de sofrimento
nada muda, fundamentalmente, mesmo se o
ego vá dizer-lhe
que
é preferível estar contente do que sofrer: é
lógico, uma vez que o ego puxará tudo para ele.
E, se ele não pode puxar para si, ele sofre.
E se o que ele amou, no limitado, ou a carne de sua carne desaparece, ou seu trabalho, ele não pode mais puxar para ele o que desaparece.
De qualquer forma, o mais simples é, já,
desaparecer para si mesmo.
Não pondo fim ao que quer que seja,
mas, eu repito, mudando de ponto de vista, de visão, se prefere.
Estar lúcido, totalmente lúcido.
Se você se torna lúcido, nenhuma farsa poderá abalar o que quer que seja.
E, aí, isso poderá ser risível para
você, porque você não está mais inserido
no apego, porque
você não
está mais inserido numa
busca ilusória do que quer que
seja.
É desse modo que se para de ser o espectador da cena de teatro e que se deixa a cena de teatro desenrolar-se, para o espectador e
para o teatro.
E você não é mais o teatro.
E o que isso quer dizer, que o
teatro desapareceu?
Não.
É o ponto de vista.
Você era uma consciência confinada: o ator.
Você se torna uma consciência
liberada: o observador ou o espectador.
E, depois, seu ponto de vista não é mais o mesmo.
O que é que você constata?
Que a cena de teatro não lhe concerne.
Que o observador não lhe concerne.
Que o teatro não lhe concerne.
Porque você é o que permitiu o
espetáculo, o espectador, e o próprio teatro.
Nada mais há do que o Absoluto.
Mesmo o outro, amado ou detestado, é apenas uma projeção em sua própria cena.
Então, vocês imaginam, quando são vários a
olhar o teatro ou a fazer as
cenas, é claro que, mutuamente, vocês reforçam a ilusão de que isso é real, porque vocês jogam as
interações, desempenham os papéis.
É preciso descobrir que há
espectadores.
É preciso descobrir que há um
teatro e é preciso descobrir,
atualizar, que
não há
mais teatro do que outra coisa.
Mas você não mata o teatro, nem o ator, nem o espectador, se não, você dá a eles uma
existência.
Você apreende a diferença?
Você não pode matar o que não existe.
É um sonho.
Como você diz, é uma farsa.
Você está em outro lugar.
Você é o que permitiu a farsa.
Mas, em caso algum, você é a farsa.
Continua - Parte II-
13/5/ 2012
Traduzido e Divulgado Por: Célia G.
Leituras Para os Filhos da Luz
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