sexta-feira, 1 de junho de 2012

Imortalidade...


Joel S. Goldsmith
( I )

Todos demonstram interesse pelo assunto da imortalidade — imortalidade aqui e agora, neste corpo, e não imortalidade a ser alcançada após a morte. É neste próprio corpo que podemos experienciar a imortalidade, neste próprio corpo que ora utilizamos como instrumento. Não iremos perder nosso corpo, mas perderemos o conceito falso que dele fazíamos , pela conscientização de sua natureza verdadeira.
Com a perda das noções erróneas de doença, acidente e velhice, e com a conscientização do corpo perfeito, não ocorre a perda do corpo; ocorre, simplesmente, a perda do falso conceito do corpo. Em nossa meditação diária, vamos assim conscientizar a imortalidade, aqui e agora — a imortalidade deste corpo e deste universo –, para que possamos descartar todas as crenças falsas que o mundo retém em relação ao corpo e ao universo.
“Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte”. Para muitos, isto pode parecer bastante desencorajador. Mas, de uma coisa podemos ter certeza: seja ou não este, o último inimigo a ser aniquilado, ele não será vencido enquanto nós não começarmos a vencê-lo, enquanto nós não tomarmos alguma atitude quanto a ele. Passar de ano em ano somente repetindo: “Bem , a morte será o último inimigo a ser vencido”, não irá fazer com que ela seja adiada. Se desejarmos adiar a morte, e finalmente vencê-la, teremos de começar agora mesmo.
Que é a morte? A morte parece ser uma parada momentânea da consciência. Porém, a consciência não pode permanecer ou estar em estado inconsciente. De fato, a consciência jamais pode se tornar inconsciente. O que chamamos de morte não passa de um lapso aparente de profunda inconsciência, do qual nos tornamos conscientes novamente, de modo similar ao que ocorre quando dormimos.
O Corpo Expressa a
Actividade Da Consciência
O passo inicial para vencermos a morte está na conscientização de que o corpo não possui qualquer inteligência pela qual possa viver ou morrer. O corpo não tem inteligência para apanhar um resfriado, e para conseguirmos um resfriado para ele, teremos de permitir a actividade da mente carnal aceitando as crenças do pensamento humano; e teremos de agir de igual forma, para contrairmos para o corpo qualquer outro tipo de doença. A doença humana nunca é contraída pelo corpo nem através dele. O corpo não possui inteligência: ele não pode se mover; é inerte; e, como uma sombra, reflecte o nosso próprio estado de consciência. Toda doença, portanto, que aparenta ser do corpo, é contraída através da actividade da mente humana, pela sua aceitação das crenças universais. O primeiro ponto, nesse caso, para que a morte seja vencida, está em se superar a crença de que o corpo possui, de si próprio, capacidade de viver ou morrer, e conscientizar que o corpo tem somente a capacidade de reflectir ou expressar a actividade de nosso próprio estado de consciência.
Quando nós aceitamos, na consciência, o pensamento ou crença de morte, é que o corpo sucumbe a ela. Tem sido dito, várias e várias vezes, tanto por metafísicos como por médicos, que as pessoas morrem somente quando dão o seu consentimento. De uma maneira ou outra, isso é verdadeiro. Consciente ou inconscientemente, é dado o consentimento para que ocorra a morte. Se você compreender este ponto de modo suficientemente claro, não apenas poderá adiar, e provavelmente dominar a morte, mas ainda ficará de posse de uma verdade que lhe possibilitará dar atendimento aos chamados referentes a doenças e senilidade.
O fato de um indivíduo, no caminho espiritual, experienciar a morte ou “passagem”, não significa, necessariamente, que ele tenha morrido. Por favor, lembrem-se do seguinte: o que estou lhe dizendo não é produto de minhas suposições, nem algo que tenha lido em algum livro; tudo que tenho dito vem de experiência real em revelações interiores.
( II )
Progresso ou Retrocesso
Quando as pessoas na corrida normal da vida morrem, ocorre apenas momentâneo lapso de consciência, do qual elas despertam praticamente nesse mesmo grau de mortalidade ou sentido material. Não se tornam mais avançadas ou mais espiritualizadas por causa da “passagem”; sua materialidade não se converte em espiritualidade. Talvez possam se livrar de uma dor imediata, ou de uma doença imediata, mas tal libertação se assemelha à trazida pela medicina. A ajuda médica poderia livrá-las da dor ou da doença, mas nunca as faria avançar espiritualmente. Do mesmo modo, mesmo que o fenómeno da morte possa aliviá-las de alguma doença ou calamidade, isso não alterará o nível de consciência delas; e irão permanecer no mesmo nível material ou mortal, e com a mesma oportunidade de, em dado momento, avançar no caminho espiritual ou retroceder. A escolha é delas, tanto aqui como no depois. Isso tudo, naturalmente, se aplica àqueles que no nível comum da existência humana morrem por acidente, doença ou pela comummente chamada “morte natural”
Os que deixam este plano de existência enquanto estão nas baixas esferas da vida, ou seja, como um alcoólatra, um viciado em drogas, um criminoso ou qualquer outro estado grosseiro da materialidade, irão permanecer no mesmo nível após a sua “passagem”. A materialidade deles se tornará ainda mais densa, embora em alguma época, despertando para a verdadeira identidade, possam mudar o curso e iniciar a ascensão espiritual.
O estudante de religião ou metafísica, que experiencia a morte ou “passagem” quando em ascensão espiritual, enquanto se eleva em sua trajectória, não somente desperta bem avançado no caminho, mas, em muitos casos, se for ampla a sua proximidade com relação à verdade espiritual, sua “transição” poderá significar uma libertação completa da experiência física ou mortal. É esta a libertação contida na mente dos seguidores de certas religiões ocidentais que, ao lado de seus ensinamentos sobre a reencarnação, fazem referência ao estado que almejam atingir para se livrarem de voltar à terra. Em outras palavras, alguns indivíduos atingem tal nível de consciência espiritual, que têm pleno conhecimento de sua verdadeira identidade, e de que o chamado corpo físico não constitui o ser e não possui inteligência por si mesmo, mas é um veículo ou instrumento pelo qual eles aparecem como forma. A estes, a experiência da “passagem” pode encerrar o envolvimento com a consciência de sentido mortal ou material, fazendo com que eles passem à plenitude do viver espiritual.
( III )
Vencendo o Mundo
Temos a oportunidade de dominar a morte por completo, no sentido de permanecermos aqui na terra em nossa forma presente e nas contínuas e progressivas aparências que esta forma venha a assumir. Não sei se isso vem sendo feito ou não, mas há esta oportunidade. Contudo, o ponto importante não é este. Se iremos aqui permanecer por duzentos ou por dois mil anos, não tem maior importância do que se viajarmos para Nova York, para a Califórnia ou Europa. Não tem importância alguma o lugar em que iremos viver. O importante é como vivemos e porque vivemos. O ponto importante é em que nível de consciência estamos vivendo. Estamos vivendo de forma tal que, seja qual for o local ou plano de existência, dominamos os obstáculos da mortalidade e da materialidade?
Uma das últimas declarações de Jesus foi a seguinte: “Eu venci o mundo”. Mas era ainda Jesus que estava dizendo aquilo, enquanto estava no mesmo corpo. “Eu venci o mundo”. Também nós “vencemos o mundo”, à medida de nossa conscientização:
Este corpo não é um poder sobre mim. Eu sou a vida, a mente, a inteligência e o poder que governam este corpo. Não eu, um ser humano, mas Eu, a divina consciência do Ser, dirijo este corpo, este negócio, este lar, este ensinamento e este algo mais dentro da faixa da minha consciência.
O grau de nossa conscientização de que esta Consciência nos governa é o grau com que “vencemos o mundo”. E poderemos caminhar sobre as águas, caminhar entre os micróbios, caminhar entre campos de batalha ou catástrofes, sem que nenhuma dessas condições tenha grande efeito ou poder sobre nós, pois, dentro de cada um de nós, estou Eu, e Eu sou o poder que rege toda a nossa experiência. Onde quer que estejamos, seja qual for a condição ao nosso redor, iremos nos achar diariamente alimentados, vestidos e abrigados. Se preciso for, encontraremos o maná caindo do céu; se preciso for, acharemos ouro na boca de um peixe; se preciso for, veremos pães e peixes serem multiplicados. De uma forma ou outra, seremos supridos diariamente com tudo o que se fizer necessário, seja na forma de pessoa, lugar, coisa, circunstância ou condição. Mas esta nossa experiência ocorrerá somente quando vencermos o mundo.
O processo para vencer o mundo tem início com a nossa compreensão da unidade, da nossa união com Deus, com a nossa conscientização de que “eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma”, tudo que está fluindo através de mim é a vida, a saúde e a plenitude, que Deus é.
Isto disse o Senhor: Não se glorie o sábio no seu saber, nem se glorie a fonte na sua força, nem se glorie o rico nas suas riquezas; porém, aquele que se gloria, glorie-se em me conhecer, e em saber que eu sou o Senhor que exerce a misericórdia, a egoidade e a justiça sobre a terra.
MALAQUIAS 9; 23,24
No momento em que começamos a perceber que tudo que temos é do Pai, que é universal, impessoal, imparcial e, portanto, que não temos direitos nem patentes, estaremos abrindo nossa consciência ao fluxo; e, é quando aquele governo se responsabiliza por nosso corpo, nossos negócios, nosso lar, onde quer que estejamos.
( IV )
(Final)
Ressurreição e Ascensão
Na consciência de Deus., não existe morte. Deus não pode morrer. Deus é vida eterna e a Consciência infinita não pode morrer ou ficar inconsciente. Deus, a divina Consciência, está sempre Se expandindo, Se revelando, manifestando e expressando a Si mesmo como consciência individual. Deus é a sua consciência individual e esta consciência não pode morrer. Se Deus pudesse morrer, ou ficar inconsciente, então, e somente então, poderia você morrer. Como Deus é a vida individual, poderia esta vida morrer? Poderia esta vida, que aparece como sua forma ou corpo, desaparecer da terra? Não; pode somente sair do campo de visão da mortalidade, através do processo da “ascensão”.
Quando nós, por nós mesmos, elevamos a nossa consciência acima da crença de que a vida está no corpo, e que o corpo controla a vida, experienciamos a ressurreição; obtemos a convicção de Jesus, ao dizer: “Derrubai este templo, e em três dias o levantarei” (corpo). Quando estamos imbuídos da compreensão de que a divina Consciência, que é a consciência individual, governa e controla nosso corpo, e quando percebemos individualmente a verdade de que a nossa própria consciência é o poder da ressurreição, de reconstrução, temos a nossa experiência da ressurreição. E então, virá a ascensão.
A ascensão vem da conscientização de que Deus está revelando a Si próprio como o nosso ser individual, e como o Espírito deve aparecer ou Se manifestar como forma, então este corpo é tão espiritual, imortal e eterno quanto a Espírito-substância com que é formado. Com a luz dessa conscientização, virá a nossa ascensão.
Existe um significado espiritual trazido a nós pelo nascimento, crucifixão e ascensão do Mestre: se existe uma progressiva expansão da consciência, até que o nascimento e a crucifixão se cumpram em nós e tenhamos atingido a ascensão, não mais no corpo, mas como uma lei sobre o corpo, nunca mais teremos de retornar àquelas experiências. A ascensão é o estado de consciência que sabe que o corpo não controla a vida, mas que a vida, sim, controla o corpo. O Mestre provou ter atingido este estado de consciência quando, referindo-se à sua vida, disse: “Eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la”, e disse também: “Derrubai este templo (corpo), e em três dias o levantarei”; ou, em outras palavras, “Eu, Consciência, controlo este corpo. A Consciência controla o corpo pelo deixar que a Consciência do Eu Sou forme, de Si mesma, as maravilhas e belezas que nós denominamos aqui e agora.

FIM

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