domingo, 13 de abril de 2014

Profunda Reflexão: Quais são as reais necessidades da vida?



Extrato  do Livro “ Ocultismo Prático”
Helena Blavatsky - Editora Teosófica

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  Não há nada mais valioso para um indivíduo do que possuir um ideal elevado                     ao qual ele aspire continuamente, modelando por ele os seus sentimentos e pensamentos e construindo, assim, da melhor forma que possa , a sua vida.
Desta forma, se ele se esforça por se tornar, ao invés de apenas parecer,                                 não cessará  de aproximar-se continuamente e cada vez mais do seu objetivo. Ele,porém, não alcançará este ponto sem uma batalha, nem deverá o verdadeiro progresso do qual é consciente, enchê-lo de presunção e farisaísmo; pois se elevado for o seu ideal, e o seu progresso em sua direção for real, ele preferirá mais ser humilhado do que ensoberbecer-se. As possibilidades de posterior progresso, e a conceção de planos ainda mais elevados de existência que se abrem ante ele, não refrearão o seu ardor, embora certamente eliminarão a sua presunção. É precisamente esta conceção das vastas possibilidades da vida humana que é necessária para aniquilar l’ennui (tédio), e para transformar a apatia em alegria de viver. Assim, vale a pena viver-se a vida pelo que ela é quando a sua missão se torna clara, e as suas esplêndidas oportunidades são uma vez apreciadas. O modo mais direto e certo de alcançar este plano mais elevado é o cultivo do princípio do altruísmo, tanto em pensamento, quanto na vida. Verdadeiramente estreita é a abrangência da visão que é limitada ao eu, e que mede todas as coisas pelo princípio do interesse próprio, pois enquanto a alma estiver assim autolimitada, é-lhe impossível conceber qualquer ideal elevado, ou aproximar-se de qualquer plano mais elevado da vida. As condições para tal elevação encontram-se mais no interior  do que no exterior e felizmente são independentes das circunstâncias e condições da vida. A oportunidade, assim, é oferecida a todos para avançarem em direção a planos cada vez mais elevados de existência, desse modo trabalhando com a Natureza na realização do evidente propósito da vida.

Se acreditarmos que o objetivo da vida é meramente satisfazer o nosso eu material, e mantê-lo em conforto, e que o conforto material confere o mais elevado estado de felicidade possível, nós tomamos erroneamente o inferior pelo superior, e uma ilusão pela verdade. O nosso modo de vida material é uma consequência da constituição material dos nossos corpos. Nós somos “vermes da terra”, porque nos apegamos a ela com todas as nossas aspirações. Se pudéssemos entrar num caminho de evolução, no qual nos tornaríamos menos materiais emais etérios, um tipo muito diferente de civilização se estabeleceria. Coisas que agora parecem ser indispensáveis e necessárias deixariam de ser úteis; de pudéssemos transferir a nossa consciência com a velocidade do pensamento, de uma parte do globo à outra, os atuais meios de comunicação não mais seriam necessários. Quanto mais nos afundamos na matéria, tanto mais serão necessários meios materiais para o nosso conforto; o essencial  e poderoso deus no homem, não é material e é independente das restrições que pesam sobre a matéria.

Quais são as reais necessidades da vida?  

A resposta a esta pergunta depende inteiramente do que imaginamos ser necessário. Estradas de ferro, navios a vapor, etc., são agora uma necessidade para nós, e ainda assim, em outras épocas, milhões de pessoas viveram felizes e longamente, nada sabendo a respeito destas coisas. Para um certo homem uma dúzia de castelos pode parecer uma necessidade indispensável, para um outro um carro, para outro ainda um cachimbo, etc. Mas todas essas necessidades, são sómente consideradas como tais, na medida em que o próprio homem as criou. Elas tornam o estado no qual o homem agora se encontra, agradável para ele, e o tentam a permanecer naquele estado, e a não desejar nada mais elevado. Elas podem até mesmo obstruir o seu desenvolvimento, em vez de o fazer avançar.. Todas as coisas materiais têm de cessar de tornar-se uma necessidade, se nós verdadeiramente quisermos avançar espiritualmente. É o ardente desejo e o desperdício de pensamento visando o aumento dos prazeres da vida inferior que impedem o homem de entrar na vida superior.   

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