sábado, 30 de dezembro de 2017

O HOMEM NÃO NASCEU PARA CHORAR




O Homem não Nasceu para Chorar
Joel S. Goldsmith - Excertos do livro do mesmo nome
- Fonte: Cuidar do Ser
Prefácio - Desperta!

Geralmente as pessoas procuram um caminho ou estudo espiritual, por que sentem a necessidade de melhorar ou ajustar alguma condição em sua vida. Sentem que não encontraram a plenitude de viver; que não estão felizes. Reconhecem que sua saúde ou algum outro aspecto de sua vida não é satisfatório. Em suma, estão buscando o "elo faltante". Não estão procurando Deus por Ele mesmo, mas, sim, o aprimoramento de sua vida na terra o ajustamento de suas atividades terrenas.

É verdade que as verdades espirituais sempre trazem benefícios práticos à nossa vida, mas posso assegurar-lhe que você terá tudo o que espera humanamente, no estudo da Verdade, porque não está na natureza do ensinamento espiritual dar-lhe todas as boas coisas que você gostaria de ter. Sua saúde poderá melhorar; você poderá alcançar maior prosperidade ou outra forma de felicidade humana, mas não a totalidade do que espera.

Com o tempo verá o porque disto. Perceberá que é orar em vão, quando tenta realização humana através das verdades espirituais.

Percebemos claramente, através da mensagem de cada místico, que o objetivo da senda espiritual é "morrer para a experiência humana" e "renascer do Espírito". Por eles aprendemos que o reino verdadeiro, o reino espiritual ou místico "não é deste mundo", ainda que considerássemos este mundo como sadio, sábio e próspero.

A sendo mística lhe ensina que a meta da vida não é uma meta metafísica para uma saúde melhor, para um lar mais confortável, ou um carro mais caro, ou uma esposa ou esposo satisfatório. A meta é libertar a alma do tumulto da existência humana, especialmente do túmulo da mente humana.

Se você dispõe de tempo para períodos de introspecção ou contemplação, procure sentar-se, acalmar-se e ver até que ponto você está aprisionado em seu corpo e em sua mente. Note o quão pouco você conhece, a não ser aquilo que você encontra lá. Então, constatará que toda a experiência humana é uma vida em prisão.

Efetivamente, cada ser humano vive preso à sua mente e ao seu corpo e, via de regra, durante sua vida inteira jamais se liberta dela. A maioria das pessoas - até mesmo as de elevada educação - acha que, o que não está na mente e no corpo, não tem realidade ou existência. O que se nota é que, quanto mais culta a pessoa é, maior é a sua prisão dos conceitos mentais.

Devidamente compreendida, a vida é uma aventura. Tal como o bebê, quando começa a engatinhar, se deslumbra com o mundo fora de seu berço, de seu quadradinho ou cadeirinha alta, embora bata sua cabeça ou queime os dedos no fogo, explorando cada canto da casa, assim deverá ser a nossa vida.

Infelizmente, com o tempo, a criança alcança a adolescência e perde todo interesse pela busca ou desejo de aventura. Pode haver um intervalo de curiosidade quanto ao sexo, mas quando ela é satisfeita nada mais resta no anseio da pessoa. A vida passa a ser vivida pelo que é gravado no corpo e na mente.

Felizmente, há alguns exploradores - artistas, aventureiros da alma para os quais a vida não perde o seu fascínio. Eles tentam alargar os seus horizontes nas esferas mental, física, artística. Muito poucos são os que buscam no campo da alma.

Pense um pouco na palavra "alma". Constate como você sabe pouco a respeito dela. E um grande número de pessoas conhece ainda menos que você. Você teve oportunidade de ler muitos escritos e tem estudado algo sobre o assunto. Sabe que a maior compreensão deste tema é a maior experiência a que um individuo pode chegar.

A alma está aprisionada no túmulo que chamamos "experiência humana": o túmulo da mente e do corpo. Se desejamos alcançar experiências da alma, temos de romper as barreiras do corpo e da mente. A isto, Jesus, nosso Mestre, chamou "de não nos preocupar com nossas vidas, mas de buscar o Reino de Deus - a esfera de Deus: a Alma". Mas violamos este ensinamento ao supor que a vivência de Deus ou da Alma consiste em melhorar as condições materiais de nossa vida. Mas as instruções divinas são claras: de não nos preocuparmos com esta vida, seja qual for o seu aspecto, corporal ou mental - e alcançar a consciência de um rumo mais elevado, de um objetivo ou significado mais alto em nossa vida.

A razão deste tema da Alma ser tão minimamente conhecido é porque se fala de Deus, sem compreender que Ele é a própria Alma do homem. Você nunca poderá contatar e sintonizar o Reino de Deus em você, enquanto não tomar consciência de sua própria Alma. Esta busca e este encontro é uma real aventura, porque você tem que deixar de lado os apegos ao corpo e aos conceitos mentais, partindo rumo ao que lhe é humanamente desconhecido.

O almirante Bird, quando se aventurou às regiões dos Pólos Norte e Sul, não sabia o que o esperava e nem tinha certeza de que encontraria um caminho de retorno. Deixou as águas familiares e seguras e foi para lá, embora sabendo que muitos exploradores tinha ido aos pólos e nunca mais tinham voltado. Todavia, Bird estava disposta a ir além do sentido de preservação de sua vida, em busca do desconhecido.

De modo parecido, na busca da Alma, você não tem absolutamente meios de saber o que irá encontrar e nem a garantia de que poderá retornar. Aqueles que foram antes de você não deixaram mapas. Não disseram como ir e como voltar. Sabemos que o roteiro é o caminho da meditação e um bom Mestre pode servir-nos de Guia. Contudo, até mesmo esse Instrutor só pode guiá-lo na prática da meditação. Depois você será entregue a você mesmo.

Alguns ficam tão assustados à primeira visão do campo da Alma que, ao voltar, nunca mais se aventuram de novo para aquele lado. Deus é Luz. Entrar, face a face, com essa Luz tão ofuscante e cegante em sua intensidade, é mais difícil do que encarar diretamente o sol físico, em sua maior luminosidade, do meio dia. Portento, se isto parece assustador, você deve mesmo munir-se de um espírito aventureiro, para realizar mais do que espera. Não que Deus seja assustador: os sentidos humanos é que se assustam ante o desconhecido. Na realidade, nada existe a temer nessa busca.

De modo geral, o progresso no caminho espiritual é muito gradual, de modo que o trajeto inteiro se transforma em alegria. Aqui e acolá haverá experiências momentaneamente assustadoras, ou melhor, surpreendentes, por que diferem do que você esperava. Por exemplo: você pode ter esperado que cada dia lhe traria experiências alegres. Mas, tais momentos são poucos. Os períodos de escassez e vazio, o sentimento de parecer isolado ou separado de Deus - são muito mais freqüentes. No entanto, estes são mais necessários para o seu desenvolvimento espiritual do que sentir-se numa nuvem cor-de-rosa. Não é bom que você se sinta satisfeito, porque não deixará nenhum espaço, nenhum vazio, para algo novo e melhor entrar. Você precisa perder seus equivocados conceitos acerca de Deus; você deve deixar de lado tudo o que esperava de Deus.

Eu gostaria de escrever um livro com a titulo: "DEUS PAPAI NOEL", porque é esta a idéia de muita gente a respeito de Deus. Esteja seguro de que ninguém pode entrar no Reino da Alma com tais idéias. Você deve abandonar tudo o que até hoje esperava no sentido humano de companheirismo. Você gostaria de contar a seus chegados tudo o que você pensa e faz; você gostaria de partilhar com eles todas às suas alegrias e êxitos. Mas no caminho espiritual você não pode fazer isto porque, aqueles que não trilham este caminho não estão em condições de avaliar e de partilhar de tais experiências. Só mesmo em raras oportunidades você poderá encontrar alguém com quem partilhar estas coisas. Porém, mesmo em tal hipótese, você descobrirá que algumas coisas devem permanecer ocultas com você para sempre.

Isto explica a solidão do Mestre em Seu ministério de três anos. Quando Ele quis revelar alguns segredos da vida quadridimensional, só pôde levar com Ele três de seus mais íntimos discípulos. Os demais discípulos não tinham condições de assistir à transfiguração e defrontar Moíses e Elias, que tinham vivido muitos séculos antes. Não poderiam compreender como eles viviam ainda e permaneciam exatamente lá onde eles estavam, comunicando-lhes Sua sabedoria. O Mestre não falou desta experiência aos demais nove discípulos. E mesmo aos três escolhidos, estou certo de que havia segredo que ele não podia comunicar. Esta é a "solidão" ou "silêncio" que guardamos, ao compreender que não podemos falar das experiências espirituais, senão com raríssimas pessoas.

No momento em que você toma contato com a Consciência mais elevada, sua visão se expande, abrangendo fatos presentes, do passado e do futuro. É como você ficar de pé, no terraço de um alto arranha-céu, de onde você pode descortinar, num ângulo de 360 graus, milhares de quilômetro em todas as direções enquanto que, no mesmo instante, um homem, na rua lá embaixo, só pode tomar consciência do que lhe esta próximo. Nos planos mais elevados de consciência, o passado, o presente e o futuro ganham imensas amplitudes (não relacionem com quiromancia ou cartomancia). Então podemos compreender como os profetas da Bíblia previam o que ia acontecer e podiam prevenir em tempo, os males que se anunciavam se continuassem agindo de modo errado. Mas eles foram muitas vezes castigados pelos teimosos reis. Da mesma forma, se você começasse a falar de certas experiências, além de você profanar e arriscar-se a perder essa percepção encontrará descrença e escárnio, porque não podem compreender o que não vivenciaram por eles mesmos. Eles não podem compreender. E você perderá muitos companheiros na senda espiritual.

Há uma razão prática para empreender a aventura espiritual: com aquilo que conhecemos até agora, é possível trabalhar, por trás dos bastidores, para mudar o curso de eventos futuros. Isto é conhecido dos místicos que se acham no outro lado do véu. Na medida em que eles acham homens e mulheres receptivos às necessidades espirituais, são capazes de lhes comunicar sua sabedoria. Assim, aqueles que estão agora na terra, podem exercer uma influência auxiliadora no ajustamento das condições humanas.

Porém, mesmo sem isto, a aventura valeria a pena, porque ela liberta nossa alma das limitações. Liberta-o da repetição monótona cristalizante de levantar-se, trabalhar, comer três vezes ao dia e depois ir para a cama à noite, para repetir tudo no dia-seguinte. Uma prisão!

O ser humano não foi creado para ser um escravo - física, mental e economicamente. O propósito essencial do homem é manifestar a sua natureza divina. Ele foi creado para ser um instrumento consciente de Deus na Terra - como rezou São Francisco. Tal é o sentido da encarnação: Deus feito homem individual. O Filho pródigo simboliza "o caminho perdido" e mostra que o ser humano pode e deve encontrar a via de regresso ou retorno à "Casa do Pai" - ao estado de consciência divina, lá vivendo como herdeiro de Deus, revestido do manto de uma mais alta consciência, do anel de herança e união, no usufruto da glória de Deus.

O homem não nasceu para chorar. Todos as suas lágrimas são derramadas tão somente porque ele sente a sua limitação. Cada lágrima que você derrama é sinal de alguma restrição que você está experimentando em sua vida. O homem não nasceu para chorar! Quanto mais você procurar, dentro e em torno de seu corpo e de sua mente, tanto mais limitado e preso ficará. Não tenha a ilusão de que você é livre de seu corpo e de sua mente. Quanto mais você estudar a Verdade e observar os movimentos internos e seus impulsos, mais verá a necessidade de libertar a sua alma dos grilhões dos hábitos e crenças deste mundo. E quanto mais você o conseguir, elevando-se ao reino de Alma, até a aproximação dela, seu corpo e sua mente se tornarão mais receptivos ao governo divino interno e sua vida requererá menos atenção humana.

Eventualmente você também poderá ser destas limitações por um ato da Graça. Alguma coisa lhe acontecera - não por você sentar-se e simplesmente esperar por ela. Acontecer-lhe-á se você mantiver seus pensamentos focados em direção do Alto, como foi dito por Isaías (26:3): "Tu, Senhor conservarás em perfeita paz aquele cuja mente está firmada em Ti". "Reconhece-O em todos os teus caminhos e Ele te orientará" (Prov.3:6). "Na quietude e na confiança está a tua força" (Isaías 30:15). Neste sincero esforço, de sintonia é que você pode receber a Graça, que eventualmente o libertará. Agora você pode compreender porque os anjos são imaginados e representados com asas: porque os pensamentos voam, pairam. Estas experiências sublimes se dão no topo da montanha: nas sublimes alturas da consciência. Quando a Alma é liberada, ela voa para a alto, não no tempo e no espaço, mas em consciência. Não fica mais ancorada no chão. Não permanece mais enterrada no corpo e na mente carnal. Torna-se uma consciência ascendente, uma faculdade das alturas.

Quando uma pessoa passa pela experiência da morte física, supomos erroneamente que sua alma deixa o corpo e voa para o alto. Não é pela morte do corpo que isto acontece: é quando aprendemos a morrer diariamente para corpo e a mente. Então sim a Alma é liberada gradualmente para um estado mais elevado de consciência. Isto devemos alcançar enquanto estamos bem vivos, "por causa da morte para o sentido humano do ser". Este é o dia em que você se liberta do túmulo do corpo e da mente e libera a sua Alma. Embora isto seja ensinado simbolicamente - como em todos os ensinamentos místicos, há quem o interprete literalmente, assim como fazem na história de Jonas na barriga da baleia, que simboliza o aprisionamento do homem nas crenças humanas.

Você sabe que tem um corpo e que tem uma mente, mas ainda não chegou a conhecer o verdadeiro Ser que você é e que tem esse corpo e essa mente. Conhecer essa real identidade é a aventura de sua vida: o seu despertar pare o real Ser que você é: essa Alma que vive. Você precisa de primeiramente conhecer esse você que é essa Alma. Em seguida poderá começar a exploração, a busca, até encontrar-se! Esta é a razão de sua vida na terra. Esse Ser espiritual que jamais nasceu e jamais morre e que momentaneamente está sepultado num "parêntesis", buscando saída, para dar um pleno propósito ao seu viver! Se você procurar em seu corpo, dos dedos do pés ao topo da cabeça, tentando localizar onde está esse Eu espiritual, descobrirá que Ele não se encontra em nenhuma parte de seu corpo. Então lhe virá a primeira sugestão: "Se não estou neste corpo, onde estou? O que eu Sou?" Aí começa a busca do homem creado por Deus. E a grande aventura se inicia!

É melhor que você guarde todas estas descobertas para você mesmo. Jamais acredite que poderá encontrar alguém que tenha exatamente as suas experiências. Então, um dia, quando você se encontrar conscientemente fora de seu corpo e compreender que EU SOU EU - será capaz de ver que Deus implantou a plenitude dEle em você, de modo que nada lhe pode ser acrescentado e nada lhe pode ser tirado. Verá que você se encontra na plenitude do Ser, em Deus. A partir desta experiência, você não procurará nada mais lá fora, mas estará livre para partilhar doze cestas cheias a cada hora do dia, sem qualquer pensamento de que esteja esgotando seu interno suprimento. Você passará a desfrutar a vida com alegria; a viver o céu na terra. Mas isto, só depois de você ver o EU SOU que você é, não limitado no corpo e em crenças materiais - senão um Ser incorpóreo, espiritual, onipresente, livre!

A parir deste instante você compreenderá o que foi dito: "As armas não atingem a vida; as chamas não a queimam; as águas não a podem afogar - pois você é o Eu, conscientemente realizado à semelhança de Deus, indestrutível, indivisível, inseparável de Deus. Nem a vida e nem a morte poderá separá-lo da Vida-Deus-Amor-Plenitude!"
O Novo Ano espiritual

Se o início de um ano novo é encarado apenas como o começo de um calendário, não tem qualquer significado e nem suscita qualquer esperança ou boa expectativa, para mim para você ou qualquer outra pessoa.Nesta época sempre se trocam as tradicionais saudações de "Feliz Ano Novo".

Todavia, por bons que sejam os desejos que damos e recebemos, eles não tem o poder de atrair felicidade, paz, harmonia, prosperidade ou vida nova, naquele ano que começa.

No dia de ano novo os jornais vem cheios de predições para a ano vindouro: horóscopos, estatísticas, opiniões de homens públicos, na tentativa de predizer o que acontecera. Sabemos que tais prognósticos são muito pessoais e, por isso, cada um chega a conclusões diferentes.

Seria interessante reler as predições feitas no ano anterior para ver quão pouco dessas previsões aconteceram. As predições e desejos não têm poder para trazer qualquer coisa nova à nossa experiência. Não queremos com isto, desanimar vocês. Ao contrário, desejamos encorajá-los, mostrando-lhes que as predições não tem qualquer influência em seu novo ano individual. Queremos que saibam que os resultados do ano vão depender do modo como vocês vão encarar e agir, por vocês mesmos. Vocês é que vão determinar o que será o novo ano!
O Poder de um Indivíduo

Cada pessoa tem uma influência tremenda, não apenas sobre a sua própria vida, como sobre a vida dos que lhe são próximos e queridos. Mais ainda que isto tem a possibilidade de influenciar o mundo Inteiro. De fato, o curso da história muitas vezes tem sido alterado por uma pessoa.

A eleição de 1960 nos Estados Unidos é um bom exemplo do grande poder que um indivíduo pode exercer. Uns poucos votos mudaram os resultados em alguns Estados e, menos de um por cento determinou o resultado da Nação inteira. Não pensemos, pois, que temos pouco poder para mudar o curso da história de uma nação ou do mundo. Um voto ou uma dúzia de votos pode mudar o curso dos acontecimentos. Não precisamos citar os exemplos mais expressivos, de homens como Moisés, Buda Lao Tsé, Jesus - para mostrar a enorme influência que exerceram em seu tempo e sobre a posteridade. Ninguém pode prever como, num único ano, uma pessoa ou um grupo de pessoas pode provocar mudanças expressivas num país ou no mundo. Seja qual for a transformação provocada, ela começa com o indivíduo e depois se amplia, afetando a experiência dos outros. Portanto, comecemos individualmente, com você ou comigo. Saibamos que o Novo Ano não tem, em si mesmo, qualquer poder para ser diferente do ano anterior. Em outras palavras, neste ano que começa, à semelhança de todos os anos anteriores, alguns virão a ser mais sadios; outros adoecerão; alguns prosperarão; outros empobrecerão. Terá bênçãos e problemas, mas estes não poderão perturbar igualmente todas as pessoas, nem todas as cidades nem todas as comunidades.
A Consciência é o Segredo

Qual a causa de o novo ano ser diferente para cada pessoa? A resposta, como sempre, pode ser encontrada numa só palavra: "CONSCIÊNCIA". Em nossa natureza, cada qual atinge um estado ou grau de consciência. Seja qual for a nossa experiência externa, ela é sempre determinada por nosso estado de consciência. A palavra "consciência" encerra, portanto, o inteiro segredo da vida individual e coletiva; o segredo da harmonia ou da discórdia.

Em nossos tempos de moço temos pouco ou nenhum controle sobre a nossa consciência, devido ao controle e domínio que nossos parentes mais velhos tiveram sobre nós. Eles nos determinaram um padrão em nossa consciência. Na realidade, nesse tempo fomos um prolongamento da consciência deles -- de suas atitudes e defeitos. Além disso, alguns nascem cheios de esperança, paz, alegria e segurança, enquanto outros vêem o mundo com dúvidas, medos e ansiedades.

Todos conhecemos crianças que eram realmente bonitas em seus primeiros anos de vida -- um reflexo da consciência de seus pais. Mais tarde, quando passaram a exercer a própria consciência, muitas vezes perdem esta beleza, este atrativo que tiveram em criança: tinham nível inferior de consciência em relação aos pais. Mas quando tem o, mesmo nível, conservam a mesma aparência da infância. Por outro lado, ha também "patinhos feios": pessoas que, ao atingir a fase adulta e assumir sua própria consciência individual, bem superior a dos pais, desabrocham em beleza quando se libertam da influência deles.

Complexos de inferioridade e de pobreza são também muitas vezes impingidos às crianças, pelos pais e, somente quando se libertem dessa influência é que podem florescer e expandir-se.

Como crianças, não somos responsáveis, uma vez que sofremos a influência dos adultos. Só quando adquirimos a idade para tomar as próprias decisões e viver as nossas vidas, libertando-nos das influências da infância (as inconvenientes) ou aproveitando-as (as que foram sadias) é que assumimos a consciência individual e a desabrochamos a nosso modo.

A educação, a formação, é necessária, mas devemos depois adquirir um padrão sadio de pensar, revendo as influências que sofremos na infância e recolhendo apenas a que nos seja edificante.

Poucos indivíduos atingem a liberdade interna suficiente para viver suas próprias vidas, ao atingir sua faze adulta. Usualmente, enquanto estão na terra, continuam a viver a vida dos outros, condicionados pelos padrões de sua comunidade, de sua família, de seus amigos. São incapazes de superar tais influências ambientais porque não foram orientadas no sentido de que cada indivíduo é uma consciência individual, com capacidades próprias, características singulares, dirigido por uma Consciência divina interna, para livrar-se de todas as influências externas, ambientais, da época, da propaganda e começar a viver "na liberdade com que Cristo nos libertou".

A nós, que tivemos a ventura de ser dirigidos a um ensinamento metafísico ou espiritual, é dada a oportunidade de "sair dessas influências" para tornar-nos nós mesmos. Já nas primeiras experiências com os ensinamentos espirituais, aprendemos que existimos como consciências e que Deus é a substância primordial, a Essência e a Lei desta consciência nossa. Portanto, podemos e devemos demonstrar a Graça de Deus, em vez de ficarmos restringidos e condicionados pelas influências físicas, mentais, morais ou financeiras sob as quais nascemos. Em verdade vivemos pela Graça de Deus. Podemos ficar acima de tudo o que se passa no mundo. Nosso bem não deve depender das condições externas favoráveis e nem pode ser despojado pelas circunstâncias adversas ou negativas. Devemos ficar acima da consciência das massas e começar a viver as nossas vidas como indivíduos.

Só então é que chegamos ao novo ano. É inútil nutrir a esperança de que os meses vindouros nos tragam algo de novo, simplesmente porque ainda não os vivemos. Nossa grande e única esperança está na transformação da consciência, que nos trará uma mudança interna. Esta melhora de consciência é que pode tornar o ano NOVO, melhor que no passado, mais rico, mais profundo, mais harmonioso e mais saudável. O novo, em nós, suscita o novo, fora: nas circunstâncias e nas pessoas!

"A carne milita contra o Espírito e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que porventura seja de vosso querer" (Gálatas 5:17).

"Sois o santuário de Deus. Retirai-vos dos ídolos e não toqueis em cousas impuras, e Eu vos receberei". (II Coríntios 6:16.17).

Reconheça a Presença interna concordando com a necessidade de transformação de consciência, para tornar o ANO NOVO melhor em todos os sentidos, cabe-nos determinar: "Qual deve ser esse novo estado de consciência?".

Nossos estudantes sabem que uma consciência imbuída da Verdade sempre expressará condições harmoniosas em sua vida. Sabem que nossa vida é um reflexo do grau de Verdade imbuída em nossa consciência, isto é, a qualidade da Verdade com que nossa consciência está construída.

Se bem que seja verdade que Deus constitui a nossa consciência e, portanto já possuamos a plena, completa e perfeita consciência espiritual, devemos compreender que essa perfeição é potencial, disponível, demonstrável. Cabe a cada um de nós revelar aos poucos essa perfeição, por um trabalho individual na Verdade; pelo empenho em nossos deveres, até que a Presença seja realizada em plenitude, à nossa consciência. Sem um contínuo reconhecimento desta Presença Interna, ficamos hipnotizados pela consciência de massa e sujeitos a ela. Ficamos sob a lei de acidente: se coincidir de ser um novo ano progressista, de boa saúde, talvez partilhemos disso. Mas se acontecer um ano economicamente depressivo, de epidemia, também disso partilharemos. O modo de evitar fazer parte da consciência de massa -- esse viver robotizado, movido pelas crenças mundanas -- é começar e terminar nosso dia em estado de oração. É manter-nos vigilantes na consciência de nossa real identidade, como filhos de Deus, vivendo uma própria vida e não a vida dos outros, assim como não buscamos que os outros vivam nossa vida. Deus é que deve viver em ou como nós.

"Deus, no meio de mim, é poderoso". Há uma Presença divina que vai diante de mim "para endireitar os caminhos tortuosos" (Is.45:2). Há um Poder e uma Presença espirituais dentro de mim, que é a lei de ressurreição sobre toda a experiência humana; sobre os meus negócios e meu corpo; sobre minha profissão e minha saúde. Há uma influência espiritual que restaura até mesmo "os anos perdidos do gafanhoto".

Devemos aprender a conscientizar a Presença divina em nós, muitas vezes ao dia, até que se torne uma constante. É isto que nos sobreleva a consciência da massa e nos capacita a viver sob a orientação de Deus, pela Graça. A Lei, a substância, o poder de Deus nos suprem, quando O reconhecemos em todos os nossos caminhos e conservamos nossas mentes focadas nEle. Só isto nos separa da influência da massa e salva-nos da experiência coletiva, capacitando-nos a ser uma Lei em nós mesmos.
Portanto, Sede Vós Perfeitos

Vimos a ser uma Lei sobre nós mesmos a partir do momento em que conscientizamos Deus em nosso intimo e aceitamos que Ele nos dirija; do momento em que reconhecemos nosso relacionamento como Filhos e Herdeiros dEle, em usufruto de todas as riquezas celestiais. Só pela consciente e compreensiva aceitação desta Verdade é que nos colocamos sob a Lei de Deus. Estamos sob às leis da humanidade, sob a Lei do Karma, sob a Lei de Causa e Efeito. Todas as leis que operam sobre a consciência humana, produzem seus efeitos sobre nós, individualmente, enquanto não atingirmos a realização espiritual e não demonstrarmos a plenitude da harmonia pela Graça.

O mandamento é: "Portanto, sede vós perfeitos como é perfeito a vosso Pai celestial". Elevando-nos gradualmente à perfeição é que nos separamos das leis e crenças que governam o mundo. Não há meio de um ser humano chegar a ser perfeito enquanto não reconhecer a perfeição potencial de Deus em seu íntimo, como possibilidade de alçar-se de "gloria em glória", sob a orientação divina, sob Seu Reino e Sua Lei. Só podemos ser perfeitos pela realização da perfeição divina que já está em nós. Este reconhecimento é importante para estímulo e esforço consciente de superação da influencia de massa.

Como dissemos, esta perfeição não se ganha num instante. Devemos começar no ponto em que nós estamos, sem reclamar essa perfeição a nós mesmos, mas "esquecendo-nos das coisas que ficam para trás" e conscientizando que "Eu e o meu Pai somos Um". Esta unidade governa nossa vida com harmonia. É uma benção, mesmo na pequena medida inicial de nossa capacidade. Ninguém, neste momento, está exprimindo a plenitude de Deus. Mas podemos regozijar-nos se, em alguma medida, já podemos demonstrar a capacidade de separar-no da consciência de massa; se, em alguma proporção podemos apartar-nos dos erros, doenças e limitações a que estaríamos sujeitos num viver comum.

Não caiamos no mesmo erro de alguns estudantes metafísicos que desanimaram e desistiram do esforço, por não haverem demonstrado harmonia e liberdade interior completas. Ao contrário, alegremo-nos a cada pequeno avanço neste sentido, em nossa experiência, pois é prova de que estamos nos aproximando da mais alta realização, que será seguramente alcançada, se persistirmos neste caminho.

De nada nos vale saber, ler, pensar, que a sintonia com o Divino interno é benéfico. É preciso praticar! É indispensável buscar essa sintonia, para conquistá-la aos poucos. Se não a buscamos, quando a realizaremos?

Nossa vida, neste ano, pode ficar sob a orientação e governo amorosos de Deus, na medida em que aceitarmos e praticarmos esta verdade e nela persistirmos. Não há meio de a Lei ou a Verdade espiritual tocar-nos com a Graça, se não as aceitamos e não as buscamos conscientemente. Depende só de nós: é algo intransferível; ninguém pode fazer por nós, por mais que nos ame e por mais estreitos que sejam os laços que nos unam. Lembremos: mesmo depois de três anos de intimo convívio com o Mestre, Judas O traiu; os demais discípulos (com exceção de João) O abandonaram, quando Ele mais precisava deles. Isso mostra do quão convictos devemos estar da Verdade, para abraçá-la e demonstrá-la em todas as circunstâncias.
A Responsabilidade Individual

Toda pessoa que participa de um ensinamento espiritual, recebe, em alguma medida, uma maior harmonia em sua vida, e se nele persistir, a Consciência do Instrutor ou do Praticista poderá ajudá-la ainda mais. Todavia, tal benefício é temporário a não ser que a pessoa, por ela mesma, procure desenvolver a sua consciência. O Instrutor ou Praticista, não pode dar ou garantir harmonia espiritual ao estudante, mas apenas erguer-lhe a consciência, abrir-lhe a compreensão, estimulá-lo. O despertar mesmo é de dentro para fora e só o estudante pode realizá-lo, se aproveitar o estímulo e fizer o próprio esforço, até que sua consciência se desenvolva.

Os pais não podem garantir o que os filhos menores virão a ser na vida, embora façam de tudo para prover-lhe padrões morais e espirituais que lhe sirvam de fundamento no confronto com a vida. Assim também é a relação do Instrutor com o estudante.

A criança, apesar de haver recebido orientação das mais satisfatórias no lar e haver-se mostrado obediente e comportada, quando adulta e se for para o mundo, poderá não aplicar e até desvirtuar a educação que recebeu, tornando-se uma dissipadora de sua geração. Quem pode prever a futura atuação do estudante espiritual?
Passos no Desenvolvimento da Consciência Espiritual

Quando o estudante deste caminho se põe sob a orientação de um Instrutor, é-lhe ensinado que o primeiro e importante passo que deve dar, é o do RECONHECIMENTO CONSCIENTE do governo de Deus; é submeter-se, sincera e voluntariamente à orientação do Divino interno, como Sua Lei e Substância. Deve praticar diariamente a conscientização da Presença interna, recordando-se constantemente dela como inspiração e ajuda; como poder que supera qualquer problema ou desafio na vida exterior.

Com esta prática ele chegará à firme convicção do que disse o Mestre: "Eu venci o mundo". Que desejou o Mestre significar com isto? Que havia alcançado um alto nível de consciência, onde não mais podia ser afetado pela consciência de massa, ou leis mentais e materiais. O comportamento dos governos, a segurança do mundo, o clima, as flutuações econômicas, os alimentos, as crenças reinantes, os eventos todos -- nada disso já o podia afetar. Ele havia atingido tal alto nível de consciência que lá só podiam funcionar as leis espirituais.

Os primeiros passos para o alcance desse elevado estado de consciência são:

a) o reconhecimento da Presença interna;

b) o reconhecimento de que esse Espírito interno é o único poder, a única Lei e a única Realidade.

Desde manhã, através do dia, até à noite, somos bombardeados pelas crenças mundanas em poderes materiais, mentais e legais. Devemos estar alertas para não nos deixarmos afetar por elas. Cada um de nós deve conquistar algum grau de reconhecimento de que o único poder real é o espiritual: a Lei, a Vida espiritual, onipresente. As leis materiais e mentais não têm poder - a não ser o poder que lhes damos quando nelas acreditamos. Eis a Verdade que liberta os homens das restrições deste mundo. Este é o principio básico; a serena e firme convicção de que devemos chegar: o poder espiritual é a única realidade!

Deste modo podemos começar a compreender, ainda que em pequena medida, o que disse o Mestre: "levanta-te, toma o teu leito e anda!" "Estende a tua mão!" Jesus quis dizer: Qual o poder que pode existir fora de Deus? Há outro poder que não seja Deus? O erro será um poder? Ou a doença? Ou o dinheiro? Será que existe realmente um poder fora de Deus e de seu amoroso governo? Gradual e seguramente também chegaremos àquele ponto em que podemos dizer: "Levanta-te, toma o teu leito e anda!" - porque aquilo que reconhecíamos como poder ou limitação, fora de nós (em virtude de nossas crenças em dois poderes: o bem e o mal) - já não representam poder e nem limitação para nós. Enquanto aceitamos dois poderes, ficamos sujeitos a eles. Logo, o primeiro passo de realização que devemos fortalecer, é de que há somente uma Presença e um Poder internos, que governam nossa vida e circunstanciais. E esse poder é espiritual. Essa Lei é espiritual. Essa atividade é espiritual. Tudo o mais é desprovido de poder, de presença, de continuidade, de causa e de efeito - porque não tem lei que o sustente. A única Lei é Deus e Deus é amor!

Assim, o Ano Novo é modelado por aquilo que realizamos em nosso íntimo. É verdade que ainda continuamos com nossas atividades, atendendo aos nossos deveres no mundo, cuidando de nossos negócios ou de nossa profissão - seja ela qual for - mas agora de forma diferente: governados pela Consciência crística interna.

Fixemos bem os dois pontos básicos:

1. Praticando a Presença divina em nós.

2. Mudar nossa consciência, da crença universal em dois poderes, para a compreensão e aceitação da verdade: que existe um só poder.

Estes princípios nos trarão desde o inicio, uma grande sensação de paz e de harmonia à nossa experiência. Em suma, através da prática, aprendemos que esta interna contemplação e a paz que ela nos traz, tem o poder de mudar a história do mundo - sem necessidade de comícios em palanques; sem esforços de proselitismo e nem revoluções religiosas, políticas ou econômicas. Este poder interno desvela novas idéias, novas invenções, novas descobertas.

Sim: a interna contemplação muda a história deste mundo e traz à manifestação os mistérios escondidos, que devem vir à tona, à luz, para estabelecera paz neste mundo. A Civilização ainda não se realizou O mundo gosta de acreditar que está vivendo num período de civilização, mas, na verdade, a civilização ainda não começou na Terra. Só os seus estágios iniciais são evidentes. Se a palavra "civilização" tem algum significado, deve ser o de "fraternidade" e isto se concretizará quando os homens se relacionarem como autênticos irmãos. Fora disto, só poderá ser chamada de animalidade. Qualquer fracasso em "amar ao próximo como a nós mesmos" mostra nosso discernimento da real civilização. Logo, não se pode dizer, em sã consciência, que a civilização tenha chegado à Terra, enquanto não houver amor ao próximo, como a nós mesmos.

A civilização deve começar em nós, dentro de nós, indivíduo a indivíduo, e elevada e multiplicada na família e na sociedade, ao nível referido pelo Mestre no "Sermão da Montanha", cujos conceitos vão além do desejo de revide, de desforra, de devolver mal por mal, da Lei de Talião, do "olho por olho e dente por dente". Cada um de nós deve realizar esta experiência!

Aquilo que somos por dentro, torna-se evidente a todas as pessoas que nos conhecem de perto, de modo que a tranqüilidade, a paz, a quietude e o amor internos que atingimos, virão a ser uma experiência espiritual, sentida e avaliada por aqueles que nos circundam. A falta disso é também sentida por todos. Este é o motivo por que é importante que nossa vida, no Novo Ano, seja governada pela Graça do Divino interno: devemos exprimir autêntico amor ao próximo e uma maior confiança na Verdade. Devemos compreender, com todo o nosso Ser, que o único poder é espiritual e ele esta em nós, mais perto do que os pés e mãos, mais próximo do que a respiração.

Podem compreender agora a importância de sentir o poder espiritual em nós, acompanhando-nos aonde vamos - em alto mar, debaixo do mar, na terra ou no ar, em hospitais, em prisões, em nossos lares ou qualquer outro local que visitemos? Aonde quer que formos levaremos em nós esta Presença e Poder espiritual de Deus. Mas é preciso que reconheçamos! Só quando conscientemente reconhecemos esta Presença e Poder é que nos podemos beneficiar. A consciência desta interna Presença e a plena fé, nela, é que torna santo o lugar em que estamos.

Quando imbuímos nossa consciência inteiramente desta Verdade é que somos libertados das influências mundanas e podemos dizer, como o Mestre: "Eu venci o mundo!"
A Mensagem das Escrituras

Só pode haver uma meta para o buscador sincero: conhecer verdadeiramente Deus, como disse o Mestre: "Buscai primeiro o Reino de Deus (que está em vós) e todas as demais coisas vos serão dadas por acréscimo". Esta é a direção apontada por todas as Escrituras Sagradas e, por isso, elas assumiram um papel tão importante no destino da humanidade.

Cada grande Mestre creou sua própria Escritura -- uma mensagem adequada a seu povo. Em conjunto, elas compõem a literatura espiritual do mundo. Krishna, o primeiro homem de luz de que temos conhecimento histórico, deu ao mundo as primeiras Escrituras, incorporadas nos VEDAS e nos UPANISHADES (que inclui o Bhagavad-Gita) na tradição Hindu. A tradição chinesa é a herança deixada pelo iluminado Lao Tsé: o Caminho do TAO. Gautama, o Buda, incorporou à sabedoria indiana a sua mensagem e Shankara acrescentou o ADVAÍTA, Jesus Cristo nos trouxe a Sua Boa Nova, da qual destacamos o "Sermão da Montanha" -- um modo de viver pela Graça. O apóstolo Paulo nos deu mensagens de viver prático em Cristo que foram acrescentadas aos Evangelhos, em O Novo Testamento. Nanak trouxe o seu rico ensinamento aos Sikhs, na Índia. E a todas estas Escrituras, Mary Baker Eddy nos ofereceu sua Escritura Metafísica: "Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras", como acréscimo metafísico para nossa época.

Qual o propósito de todas estas Escrituras? A resposta está no próprio exemplo deixado pelos homens e mulheres que as escreveram ou transmitiram: eles atingiram a Consciência divina e se consagraram tão amorosamente aos demais -- ansiosos de partilhar as alturas que atingiram porque sabiam, por experiência própria, que não há plenitude de vida e nem meta maior na vida que a infusão de nossas consciências na de Deus, numa unidade de Graça inexprimível!
A Grande e Única Demonstração

Aprender a importância da meditação (no sentido que lhe damos aqui) é um dos primeiros requisitos no desenvolvimento da consciência espiritual.

A partir de nossas capacidades intelectuais, de nossos conhecimentos e quantidade de informações adquiridas - nossa consciência espiritual se expande somente com o exercitamento da meditação. A consciência espiritual só pode ser desenvolvida no silêncio da receptividade e entrega ao Divino interno - não pelo pensar, ouvir ou ler. Um minuto real de silêncio interno nos desenvolve mais do que vinte e quatro horas de leitura. Eis porque, ouvir palestras, ler, estudar, devem ser meios que nos capacitem a alcançar aquele silêncio interno, conhecido como meditação. Quando meditamos e abrimos a Alma interna ou faculdade espiritual, não só podemos compreender melhor as coisas que conhecíamos nebulosamente, mas também coisas de que nunca havíamos ouvido falar.

Na quietude e no sossego do silêncio, tornamo-nos capazes de receber aquilo que não pode ser captado pelos ouvidos comuns. Quanto mais amiúde meditamos - não em extensão de tempo, mas por pequenos períodos, ainda que de apenas 1, 2 ou 3 minutos - tanto mais rapidamente desenvolvemos nossa consciência espiritual. E tanto mais a harmonia espiritual se manifestará em nossa experiência. Ao fechar nossos olhos e mergulhar na escuridão interna, lá encontramos o reino de Deus inteiro, pronto para derramar-se em nossa mente, em nosso coração, em nosso corpo, em nossas atividades e relacionamentos e até mesmo, em nossa carteira.

Fechar os olhos é uma atitude expressiva: de fechar as janelas dos sentidos para o mundo e abrir-nos ao Ser profundo. É convidar Deus ou o Espírito a ensinar-nos, a banhar-nos com Sua luz, a abençoar-nos com Sua plenitude. Ao aquietar-nos e entregarmo-nos, o Espírito Se exprime em nós como Graça. A Medida de nosso Ser é a Infinitude.

O primeiro e maior princípio deste Caminho - sobre o qual se fundamenta toda a sua atividade - é que Deus constitui o Ser individual - meu e seu.

Deus é a minha mente, a minha vida, a Alma, o espírito. Deus é a minha capacidade. Portanto, tenho acesso à Inteligência Infinita, à Vida eterna e infinita. Tenho acesso ao suprimento infinito, à harmonia infinita, à paz, à perfeição e a todas as coisas que representam a infinitude de Deus. Esta infinitude pode ser trazida à nossa experiência na medida de nossa compreensão da Verdade: Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará". Notemos: não é a Verdade que liberta, mas a compreensão dela. Saiba, então: nada menos que a infinitude constitui a natureza e o caráter, a qualidade e a quantidade de nosso Ser.

Podemos demonstrar essa infinitude, na medida de nossa realização e atingimento dessa compreensão. O simples conhecimento de que Deus é a nossa Mente, não nos capacita a ser infinitamente inteligentes. Só a convicção de que Deus constitui a nossa Mente é que faz a sabedoria infinita de Deus acessível à nossa consciência individual, para fazer-nos compreender, saber, discernir e manifestar. Jesus disse: "Eu, de mim mesmo, nada faço". Podemos ir além e dizer: "eu, de meu próprio ser, não posso ser nada; eu, de meu próprio ser não posso ter nada; mas devido à minha sintonia ou unicidade com Deus, tudo o que o pai tem é meu". Esta infinitude de Deus torna-se individualmente nossa, por decorrência de nossa ligação com Ele; de nossa conscientização da Verdade.
A Presença de Deus é a única Demonstração Necessária

"Não vos preocupeis quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir... Vosso Pai celestial bem sabe que necessitais destas coisas". Este é o principio sobre o qual a demonstração de nossa vida inteira deve ser fundada. Nunca devemos tentar demonstrar qualquer coisa em qualquer tempo: nem saúde, nem prosperidade; nem suprimento; êxito em negócios; harmonia no lar ou nas amizades. Se o fizermos, estaremos demonstrando a finitude ou forma - e toda forma é destrutível e limitada. Em vez disso, deixemos de nos preocupar com o que havemos de comer ou beber ou vestir, ou como seremos alojados ou como melhorar nossos relacionamentos. Devemos buscar, em primeiro lugar, a realização de Deus; a consciência da Presença de Deus. Então Ele aparecerá como forma finita: como suprimento, como companheirismo, como lar, como transporte ou como segurança.

Deus é a "salvação de minha face"; "O Senhor é minha rocha e fortaleza"; "Deus é meu rochedo e nele confiarei"; "Deus é a força de minha salvação e meu alto retiro"; "Deus é meu refúgio"... Então por que demonstrar saúde, suprimento, segurança? Nossa necessidade não é de demonstrar altos retiros, abrigos e fortalezas, mas demonstrar Deus, que é torre alta, a proteção real, o único poder capaz de nos sobrepor às perturbações de toda espécie, sejam bombas, pobreza, discórdia etc...

Neste Caminho não tentamos demonstrar paz, mas, sim, a conscientização da presença de Deus. Ao adquirir esta consciência, encontramos nossa paz, nosso descanso, contentamento, abundância e plenitude em todas as coisas.

"Onde o Espírito do Senhor está, ali há liberdade" - liberdade do verdadeiro sentido: liberdade, justiça, misericórdia, benevolência, abundância.

A base inteira de demonstração deste Caminho é a conscientização da presença de Deus. Só isto é que devemos demonstrar. Não há espaço para qualquer outra demonstração. Não conheço melhor meio para eliminar febres e caroços; nenhum outro modo mais eficaz para levar um desempregado ao emprego certo; ou harmonizar desentendimentos em família, ou melhorar os negócios ou comunidades. Temos harmonizado disputas entre patrões e empregados; temos trazido reconciliação entre membros de família e pacificado relacionamentos humanos. E como podemos realizar todas estas coisas? De um só modo: conscientização da presença de Deus!

Quando somos solicitados a ajudar, através da contemplação e reconhecimento da Verdade - o que chamamos de tratamento - elevamo-nos a um plano de consciência tranqüilo, onde a presença de Deus pode ser realmente sentida e realizada. Deus se torna, então, algo mais do que a simples palavra ou conceito mental: converte-se em Algo atual, real, uma Presença perceptível, vivenciada, tangível, dentro de nós. Quase poderíamos dizer que vimos que vimos Deus face a face ou, pelo menos, que muitas vezes sentimos o Seu toque!

Tenho sentido esta gentil Presença em meu íntimo e ás vezes fora de mim, pela contemplação de Deus; em meditar e habitar nEle como uma realidade sempre presente. Não importa o tipo de problema que estejamos enfrentando agora. A solução está em conscientizar a presença de Deus em nosso íntimo e deixar que Ele vá adiante de nós para acertar as coisas; que Ele caminhe ao nosso lado como proteção; ou atrás de nós, como real proteção. Deus não pode ser definido ou analisado, mas compreendido como uma Presença invisível.

Ninguém jamais comete o erro de tentar compreender o que Deus é. Ele está além de nossa compreensão, porque a compreensão é finita e Deus é infinito. Bem disse Maimônidas, o místico hebreu: "Dizer que Deus é, é tudo que se pode dizer ou conhecer de Deus. Dizer que Deus é bom, ou poderoso, ou presente, ou amor, nada mais é do que dizer que Deus é". Esse é o único e necessário conhecimento. Dizer: Deus é, é compreender que não apenas Deus é, mas que se encontra mais próximo do que a nossa respiração; mais perto do que nossos pés e mãos. Nesse reconhecimento, o lugar em que piso é solo sagrado e ouço o Pai dizer-me: "Filho, tu estás sempre comigo; tudo o que é meu é teu. Sim, tudo o que Eu Sou, tu és".

Todavia, da quantidade e qualidade da natureza infinita de Deus, só podemos demonstrar o grau de realização que tivermos atingido. No entanto, por pequena que seja nossa realização da Presença de Deus em nós, isso já produz milagres em nossa experiência! Deus aparece como cumprimento da necessidade do Momento.

Em "êxodo" é dito que, quando Moisés conduzia o povo hebreu para fora do Egito, eles eram guiados durante o dia por uma nuvem; e de noite, por uma coluna de fogo. Mas estou seguro de que ele nunca pensou em demonstrar estas coisas. Talvez, a única coisas que Moisés mais desejava era de contar com a presença de Deus; a certeza de que, aonde ele fosse, Deus iria com ele. Era a convicção de que ele não podia estar fora de Deus, porque "nEle vivia, se movia e tinha o seu ser". E Deus nele estava.

Foi por esta realização que a presença de Deus se manifestou como nuvem durante o dia e como coluna de fogo, durante a noite, e mais tarde, quando foi necessário, como o maná caído do céu. Será que Moisés pensou no maná ou apenas conscientizou Deus? Quase posso dizer que ele orou: "Pai, onde estou, Tu estás. Onde Estás, eu estou, pois sou aquilo que Eu Sou. Tu e eu somos um". Aprendemos que Jesus demonstrou a multiplicação dos pães e peixes para nutrir as multidões. No entanto, ele apenas olhou para o céu e conscientizou a presença de Deus. E este reconhecimento do único poder, do único suprimento, foi que multiplicou os pães e peixes, para atender à necessidade do momento.

Elias também demonstrou a presença de Deus quando, fugindo do deserto, era alimentado por um corvo. E também foi nutrido por bolinhos que uma pobre viúva partilhava com ele, com o óleo que não se extinguia; com a farinha que não acabava. Ele também tinha reconhecimento desta verdade: "Onde estou, Tu estás; onde Estás, eu estou, porque somos um". Foi assim que o suprimento lhe chegou no momento certo, pelo corvo e pela pobre viúva de Serepta. Mas estou certo de que Elias nunca pensou que um corvo lhe trouxesse comida ou uma viúva pobre lhe cozesse bolinhos.

Elias tal como é revelado pelas escrituras, era um homem que vivia, se movia e tinha o seu ser em Deus, constantemente, não vivendo, por um momento sequer, fora da Divina atmosfera. Ele nunca se preocupava com o que deveria comer, ou beber ou vestir. Ele tinha eus: isto lhe bastava!

O apóstolo Paulo demonstrou a mesma confiança: "A Minha Graça te basta!" Não foi dito que o dinheiro era a suficiência; ou a segurança; ou bens. Deus apenas disse: "A Minha Graça te basta!" E onde a Graça de Deus está, há plenitude. Nada de Deus pode ser limitado por tempo e espaço. A graça está além Não há tempo ou espaço em que Deus não esteja. Ele habita em plenitude, para manifestar as coisas segundo as necessidades.

"Em Tua Presença há abundância de alegrias; em Tua mão direita há delicias perpetuamente". Por que preocupar-nos, então? Basta-nos a Presença de Deus! Quando estamos em Sua Presença, estamos na presença da plenitude, da saúde, de suprimento, de harmonioso relacionamento e de serviço útil. E ainda sobrarão doze cestas! A Presença transcendental - que chamamos Consciência de Deus, é a substância de nossa demonstração. Quando temos a substância, que é Deus, temos tudo o que é necessário ao nosso desenvolvimento ou demonstração.

O problema de suprimento é constante. Não há um dia e nem um momento durante o dia em que não tenhamos necessidade de alguma coisa. Uma delas, muito necessária, é o dinheiro. Mas o dinheiro toma a forma necessária, no tempo e lugar em que nos achamos.

Tenho viajado por todos os lugares. Nos Estados Unidos o dinheiro aparece como dólares; na Inglaterra como libras ou Shillings; na Alemanha como Marcos; na Suíça e na França como Francos. Muito raramente nos dão Dólares na Europa, Ásia ou Austrália. E nos Estados Unidos não nos dão outra moeda que não seja Dólares. Por que é assim? Porque o suprimento - Deus - é onipresente, mas toma a forma necessária segundo a experiência imediata.

Se, em vez de dinheiro, a necessidade fosse alimento, o suprimento viria como alimento. Se fosse de transporte, apareceria como meio de transporte. A idéia é de que não nos devemos preocupar pela forma de suprimento ou com a forma de demonstração. Devemos apenas conscientizar a substância, que é Deus - exprimindo-Se como alta torre, fortaleza, saúde corporal. Deus é a essência necessária, a substância, o tudo em tudo da demonstração. É a forma que cuida de si mesma.
Estágios da Consciência Espiritual

Nem todo homem atingiu o nível de consciência em que pode descansar, em completa confiança, no Espírito, sem qualquer preocupação, a fim de demonstrar as suas necessidades. A humanidade é dividida em níveis de consciência. Está desabrochando gradualmente, evoluindo de um nível material para o mental e, eventualmente, deste para um nível espiritual de consciência, onde a meta essencial da vida é a demonstração da presença de Deus.

Homens e mulheres tem recebido muita ajuda, literatura e escolas para se aproximarem do nível metafísico ou espiritual. São ensinamentos dados em vários níveis. Não se pode dizer que um esteja certo e outro errado. No estado material de consciência, a força, o poder e a substância materiais são bem conhecidos. Neste plano não é errado que se usem os medicamentos, a cirurgia e outros meios da matéria medica, para a saúde, porque este é o propósito destas coisas no plano material. Na medida em que o estado de consciência material é substituído pelo mental, a pessoa vai usando menos remédios materiais, forças e poderes físicos e mais recursos mentais. Não significa que um esteja certo e o outro errado, mas sim, que são expressões de dois estados diferentes de consciência.

Quanto mais uma pessoa avança no campo mental, menos usará os recursos materiais. Com o tempo, até usará menos os recursos mentais porque, na medida em que se eleva no plano mental tanto mais aprende a confiar na intuição, que no poder mental. Então, a pouco ir-se-á elevando do plano mental ao espiritual -- porque de são dois estados de consciência diferentes. Não são sinônimos. Neste ponto, não usará mais os recursos materiais e nem os mentais. Quanto maior for a consciência espiritual atingida, menos usará os recursos mentais.

Compreendamos que são três diferentes estados de consciência. Saibamos que no plano material sempre há dois poderes: um maior e outro menor. Usemos o poder maior para vencer o menor.

Igualmente se dá no plano mental. Uma pessoa de forte mentalidade, que aprendeu a concentrar mais poderosamente o pensamento e a projetá-lo, pode usar essa habilidade para tratamento e pode dominar outra pessoa de fraca mentalidade. Assim, no plano mental também há dois poderes: o maior a vencer o menor.

No plano espiritual, porém, os dois poderes são eliminados. No plano espiritual não há poder. Muito já foi falado e escrito acerca do uso do poder espiritual ou poder de Deus, mas não há tal poder para ser usado. Ninguém pode usá-lo. Ninguém, jamais, foi capaz de usar o poder de Deus, porque em Espírito não há poder.

Deus É. Só isto pode ser conhecido. Mas Deus não é um poder e nem menos um poder sobre qualquer coisa, exceto no sentido de que Deus é a Substância, a Essência, a Lei para o desenvolvimento creativo de todas as coisas, de todas as formas. Deus é um poder sobre a Sua creação, somente no sentido de que Deus é a atividade creativa, a substância e a Lei que fazem desabrochar e que mantêm todas as formas creadas. Mas Ele nunca é um poder sobre qualquer coisa.
Deixemos que Deus nos Use

O poder de Deus não pode ser usado por ninguém. Nem mesmo Jesus Cristo o fez, pois Ele disse: "Eu, de mim mesmo, não faço nada. O Pai, que vive em mim, é Quem faz as obras!". Mas Deus Se revela na quietude e na ausência de poder. E onde a Presença de Deus Se revela, ali há harmonia e liberdade. Não é que Deus esteja a crear a harmonia e liberdade ou que as manifeste. Deus é isso! E no silêncio Deus Se manifesta como a nossa própria vida de nosso ser, como a própria Luz para os nossos passos, como a própria Presença que vai adiante de nós. A presença de Deus é paz, saúde e segurança. Ela Se torna harmonia infinita, abundância infinita e totalidade infinita.

Na medida em que conquistamos a nossa quietude e silêncio interiores é que Deus pode manifestar as Suas maravilhas através de nós. Ninguém pode usar Deus, mas Deus pode usar-nos. Deus pode viver através de nós, em nós e como nós. Deus pode fazer. Não nós. Neste ponto está toda a diferença entre sucesso e fracasso no plano espiritual. A pessoa que pensa poder usar o poder espiritual está meramente usando o poder de sua própria mente, porque ninguém pode usar a Infinitude de Deus.

Podemos, isto sim, aquietar... Aquietar. Se podemos ficar suficientemente quietos, Deus Se exprimirá como nosso próprio Ser. Ele aparecerá como a Inteligência de nossa mente; como a habilidade de nossos dedos, como a voz de nossa garganta. Significa: Deus usando-nos. Não que nós usemos Deus. Você pode usar seus músculos, seu corpo, sua mente. Mas ai você tem de parar. Mais que isto não pode fazer. Você não pode usar Deus porque Deus é a Essência de seu Ser.

Enquanto há um Você separado de seu corpo e além da mente, há um Você, mas esse Você não está separado de Deus. Portanto, não há um Você para usar Deus: há somente Deus manifestando-Se como Você; Deus funcionando ou vivendo como Você. Este é o sentido da encarnação. Foi isto o que desejou significar o Mestre quando disse: "O Pai, que está em mim". E foi também isto que Paulo exprimiu, ao dizer: "Não mais sou eu quem vive: o Cristo vive em mim". Sim, o Cristo é a sua vida, o seu Ser: O Eu que você é!

Vá a Deus, por Ele mesmo

Não há espaço e sua consciência, para Deus e você. Deus vive como Você; Deus é a sua vidas a sua mente e seu Ser. Até mesmo seu corpo é templo do Deus vivo. Com esta compreensão você entenderá a unicidade, a imortalidade, a eternidade, a infinitude e a convicção de que você só se limita na medida em que se põe como uma entidade separada de Deus. Ninguém, jamais, duvidará da imortalidade, quando compreender profundamente que Deus constitui o seu Ser.

Não preciso de poderes, porque Eu que Eu Sou, constitui o Tudo e único poder - um poder espiritual - e não há poderes além dEle. Deus constitui o meu Ser e a minha vida. Descanse nesta Palavra de Verdade. Disse o Mestre: "Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus". Enquanto demonstramos a palavra de Deus, temos um suprimento infinito que nos permite viver. Mas estejamos seguros de estar demonstrando apenas a palavra de Deus -- não suas formas -- mas deixando-O aparecer na forma necessária.

No último negócio (atividade) que eu tinha, vi que as coisas iam cada vez piores. Pedi uma praticista para ajudar-me. Mas a situação não melhorou. Fui procurar outro praticista. Mas tudo piorava. Quando liquidei o negócio, havia passado por cinco praticistas. Onde estava a dificuldade? É que, quando eu procurava os praticistas não ia a busca de Deus e, sim, de mais negócios, dê mais pedidos. Isto era uma linguagem estranha para Deus. Ele não a pode compreender. Deixei então o mundo dos negócios e tornei-me um praticista. Aí o problema da carência desapareceu. Vi então, que o trabalho dos praticistas tinha dado frutos. Levaram-me à justa vocação. Agora o suprimento vem, de acordo com a vontade de Deus -- não a minha; no tempo de Deus - não no meu. Mas não veio enquanto eu me separava de Deus e procurava dizer-lhe o que deveria fazer para mim. Você já parou para pensar como é ridículo querer dar ordens a Deus? O homem cuja respiração está em suas narinas, procurando Deus para determinar-Lhe o que deve fazer!

Nessa experiência aprendi que não devemos ir a Deus para negócios e outras coisas materiais, nem mesmo por saúde. Vamos a Deus por Ele mesmo, porque tendo Deus, temos tudo. Mas nada conseguiremos enquanto nos mantivermos num "eu" mundano, humano, separado de Deus. Não há espaço para Mim e para ti -- diz Deus -- pois Eu encho todo o espaço: Eu Sou um Deus ciumento. Não há espaço para Algo fora de Mim. Há somente EU. Eu Sou tudo!
Seja um Observador

"O Pai que habita em Mim, Ele é Quem faz as obras... Cristo vive em mim... Maior é Aquele que está em ti do que aquele que está no mundo... porque cumprirá o que foi ordenado a Meu respeito ... o Senhor aperfeiçoará o que me concerne".

Em cada uma destas citações, referimo-nos a Ele -- mas o Ele que habita em nós. Assim, podemos compreender o Mestre, quando Ele disse: "Aquele que me vê, vê Aquele que me enviou". "Eu e o Pai somos um".

Há, então necessidade de buscar um poder, quando o Infinito Invisível já está em nós e constituí nossa verdadeira identidade? Ele faz aquilo que nos é dado fazer! Ele aperfeiçoa aquilo que nos concerne. E Ele está em nós! Esta convicção tira imediatamente nossos olhos lá de fora e nos previne que não há ninguém que nos possa barrar; prova-nos que não precisamos de buscar influencias externas e nem procurar alguma coisa fora, porque já temos tudo dentro de nós o Pai, o Cristo, que vive as nossas vidas.

Sim, há em nós Algo invisível. Chame-o de Cristo, ou Deus, ou Pai em mim. Chame-O como você quiser: O Espírito de Deus no íntimo do homem; a Consciência transcendental; ou Presença Transcendental -- mas saiba que Ele é invisível, Infinito, embora esteja mais perto de você do que a sua respiração. Se você subir ao céu, Ele irá com você; se você fizer a sua cama no inferno, lá você O encontrará; se você andar pelo vale da sombra da morte, nada temerás, porque Ele irá com você. Sim, o Reino de Deus está dentro de você. Você vive, move-se e tem o seu Ser em Deus e Deus vive em você!

Se eu estivesse repetindo estas verdades bíblicas silenciosamente ou oralmente, com os olhos fechados ou abertos, chamaria a isto de meditação contemplativa. Ao terminar esta meditação, estarei quieto e tomaria o próximo passo, que é falar: "Senhor, Teu servo escuta". E como dizem as escrituras que "Ele levantou a Sua voz e a terra se derreteu", manterei meu ouvido interno aberto, como se estivesse realmente ouvindo a voz de Deus.

Depois, se permanecer tranqüilo, poderei receber uma comunicação do Infinito Invisível. Pode ser que seja uma mensagem, ou uma respiração profunda, ou uma sensação de calor. Pode também, vir como uma sensação de alivio: como se um fardo tivesse caído de meus ombros. Mas, de algum modo, dentro de um minuto ou dois, receberei a convicção interna: "Está feito! Deus está em cena". Meu trabalho, para aquele período, então se completa, porque fiquei conscientemente firmado na Presença de Deus como um observador, uma testemunha, contemplando a ação de Deus. Amanhã de manhã o resultado poderá vir pela correspondência, ou por telefone ou um telegrama: alguma pessoa por quem estou orando, me dirá que ouve uma resposta. Eu saberei que Deus respondeu, derretendo o erro e restabelecendo a harmonia.


O Segredo do Princípio de Curar
Joel S. Goldsmith
- Fonte: Cuidar do Ser

A cura espiritual esta baseada na compreensão do principio espiritual da vida. Este principio afirma que Deus mantém e sustém o Universo, incluindo cada indivíduo que nele vive, em absoluta integridade.

Contrário a este ensinamento, está o mundo das aparências, o mundo dos sonhos, um mundo mesmérico que não tem lei para sustentá-lo, nenhuma substância que o suporte, nem continuidade, exceto a que nós, em nossa ignorância, lhe damos.

Uma vez que esta verdade é percebida, você terá um principio que prevalecerá, não importando a natureza dos problemas que lhe sejam apresentados. Isto não significa que você curará qualquer pessoa ou qualquer condição, não porque o principio não seja adequado para qualquer situação, mas porque nem todas as pessoas envolvidas com ele, estão preparadas para viver este principio, ou viver por este principio; elas não estão prontas para abandonar aquelas coisas que interferem com a demonstração deste principio. Em outras palavras, Jesus, ele próprio, não tentou levar o moço rico para o céu. Não por causa da riqueza do homem por si só, mas porque a fé, a confiança e a esperança deste homem, estavam na sua riqueza; todas as suas expectativas e esperanças de vida, estavam baseadas no montante de suas posses e tal homem não poderia ser elevado à consciência espiritual.

Assim, existem pessoas que procuram a cura, mas apenas para curar suas dores e discórdias, não buscando uma cura espiritual que transformaria suas vidas. Entretanto, este principio é tão absoluto que, dada uma boa oportunidade a alguém que seja bastante receptivo ao modo de vida espiritual, a harmonia se manifestará na experiência desta pessoa e ela se iluminará espiritualmente.
A Estrutura deste Mundo

O principio que é o segredo de todas as curas, é a compreensão da natureza do erro. O erro nunca é uma pessoa, uma condição ou uma coisa. Por tanto, nunca leve até o seu pensamento, e nem queira tratar em pensamento, uma pessoa, condição ou coisa. Na verdade, o erro sempre aparece como uma pessoa ou condição e é isso que confunde os trabalhadores espirituais do mundo. Com cada aparência de erro, se instala no indivíduo uma rebelião, uma resistência ou uma batalha contra alguma pessoa, lugar, circunstancia ou condição, e assim, a luta está perdida. Ninguém na terra, nem grupo algum de pessoas é seu inimigo; nenhum pecado ou doença é seu opositor ou antagonista. Quanto mais você lutar contra uma pessoa, uma doença, um pecado ou uma condição, tanto mais você estará enredado naquilo que chamamos de "este mundo".

Talvez você acredite que haja alguma pessoa ou algum grupo de pessoas que se interpõe entre você e sua harmonia. Para trazer a cura, você os trata ou trata por eles, ou trata aquele "algo a fazer" a respeito deles. Em outras palavras, você está em antagonismo, em resistência ou em rebelião contra eles. Seus esforços se dirigem a eles para removê-los ou para trazê-los à harmonia, e ao agir assim, você perde a sua demonstração. Pode ser que não seja uma pessoa, mas uma doença que se interponha entre você e sua harmonia, e novamente você se encontrará engajado numa batalha contra ela e assim "cavando a sua própria cova".

Pessoas, coisas ou condições nunca são a fonte de nossas discórdias. Sejamos muito claros neste importante ponto. Há uma força universal, uma crença universal e um hipnotismo universal, que é a fonte de todas as discórdias que se manifestam em nossas experiências. Toda limitação, todo pecado, toda tentação e toda doença que chegam até nós, são nada mais que o efeito de uma força ou poder universal, a qual, lembre-se que, por si só não tem poder; somente tem poder pela aceitação da mente humana a ela. Se o erro fosse poder, não poderíamos dissipá-lo. No entanto, ele não é poder, exceto, para o sentido do mundo. A crença universal, é o único poder que temos que considerar ao depararmos com o pecado, a doença, a morte, a carência ou a limitação, mais esta não é poder.

Para ilustrar, tomemos o caso de uma pessoa que está morrendo. Agora, entenda isto: ninguém morre. Se você for chamado alguma vez para auxiliar alguma pessoa que parece estar se aproximando da morte, trate da velha crença universal de uma vida separada de Deus, uma vida que teve um começo e conseqüentemente deve ter um fim. Não tente salvar esta vida porque não conseguirá; mas trate do mesmerismo universal da morte, o hipnotismo universal que diz que todo aquele que nasceu, tem que morrer. É este mesmo hipnotismo que diz que nascemos, que fomos criados da matéria, que nascemos de um homem e uma mulher. A crença que você é um pai ou uma mãe, ou que nasceu de um pai e uma mãe, não é uma crença sustentada só por você individualmente; não é uma crença pessoal; é uma crença universal que existe desde o principio dos tempos. É a crença universal no nascimento que resulta na crença universal na morte. Mas, não estamos tratando com o nascimento ou com a morte, senão com a crença universal, o hipnotismo universal que faz com que as pessoas pareçam morrer, ou que tenham que morrer só porque nasceram algum tempo atrás.

Suponhamos que agora mesmo você esteja sonhando que está nadando em direção ao horizonte. Ao olhar em volta, você percebe que foi muito longe e que não tem condições de voltar atrás. Aí é que começa a luta. Você se deixa tomar pelo pânico ao se ver sozinho a lutar longe na água; mas, é real esta luta?, existe água?, existe um "você?". Qual é o tecido ou a substância da pessoa que você está vendo na água? Qual é o tecido ou a substância da luta? Tudo é o seu sonho e apenas o seu sonho. O sonho é a substância e você, a água, e a luta, são os objetos formados pelo seu sonho.

Se você tomasse um pedaço de couro e num canto formasse um homem, a esquerda um piano e em cima o céu, ainda assim você não teria nem um homem, nem um piano, nem o céu, você teria mesmo, couro. Mas se você destruísse este couro, destruiria o homem, o piano e o céu. Com a destruição do couro, o homem, o piano e o céu desapareceriam também. Da mesma forma, com a destruição do seu sonho, a falsa crença de você na água, a água e a luta, desapareceriam. Agora, se no seu sonho de luta de vida e morte na água, se, ao invés de gritar pedindo para ser salvo, alguém o acordasse do sonho, automaticamente seguiria-se a dissolução de "você" na água, da água e da luta.

A matéria prima de todas as discórdias de nossa experiência humana é um hipnotismo universal, uma crença universal. É a matéria prima ou substância de todo sentido de limitação que possa vir a sua experiência seja limitação nas finanças, na saúde, na família, nos negócios, nas relações sociais ou qualquer outra aparência de discórdia. A causa de toda desarmonia, portanto é,um hipnotismo universal, a crença universal num universo separado de Deus.

Quando Jesus disse: "Eu venci o mundo", ele não queria dizer que tinha vencido todas as pessoas do mundo ou todos os males das pessoas do mundo. Seu ministério não durou tanto para que pudesse conseguir tal feito. Mas ele sim que superou o mundo e de uma vez só: Pela compreensão e realização de que, o único mundo que necessitava ser superado era composto de esta ilusão mesmérica. Então, todas as pessoas, todas as circunstâncias e todas as condições de limitação lhe desapareceram.
A ignorância universal mantém o mundo na escravidão

Lembremo-nos primeiramente que a ignorância que separa as pessoas de uma realização da verdade, não é pessoal, nem para você nem para mim, nem para ninguém; é uma ignorância universal, um sentido universal de hipnotismo que não tem, nunca tem, presença nem poder. Há uma ignorância universal, que domina a mente de praticamente todos os indivíduos na terra, fazendo-os antagônicos à verdade. Por que? Porque a verdade recebida conscientemente, varre da mente tudo o que a humanidade aprendeu a amar... a pompa e a gloria do egoísmo pessoal, o poder pessoal, a força pessoal, a sabedoria pessoal, a glória pessoal, a realização pessoal. A mente humana está numa rebelião contra tudo que possa destruir isto. Ela se ressente ao ouvir: "Por que me chamas de bom? Há apenas um bom... O Pai no céu". A mente humana se dedica à auto-glorificação: "Veja a minha força; veja a minha sabedoria; veja a minha beleza; veja o meu poder; veja a minha saúde; veja a minha riqueza; elas são minhas; eu fiz tudo isto".

A ignorância universal que separa as pessoas da apreensão, compreensão e demonstração da Mensagem do Caminho Infinito, não é uma limitação pessoal; não tem nada a ver com a educação de uma pessoa o a sua falta de educação, nem com seu aprendizado religioso ou com a sua falta de aprendizado religioso: tem a ver apenas com a ignorância universal, com o mesmerismo universal o qual é para sempre, sem presença e sem poder. Você o segue? Você está sempre tratando com este mesmerismo ou hipnotismo universal, a matéria da qual é formado este mundo; você não está tratando das figuras que esta matéria lhe apresenta, senão com a própria matéria ou hipnotismo em si mesmo. A realização deste fato é a sua graça salvadora. Em outras palavras, nunca temos um moribundo a salvar ou um enfermo para curar. Nós temos um estado universal de hipnotismo aparecendo como doença, pecado, alguém moribundo ou morto. Nunca temos uma pessoa má. No momento que realizamos isto, a pessoa má desaparece e podemos contemplá-la como ela realmente é.

Ressentir-se contra uma pessoa ou uma condição, é enredar-se com elas, deixar-se prender numa armadilha. Só há uma maneira de escaparmos da ilusão dos sentidos; só há uma maneira de escapar de qualquer forma maligna do mundo, -- pessoas malignas, pensamentos malignos, planos malignos --, e esta é, parando de lutar contra eles e realizando que atrás deles está o tecido de sonhos do qual são constituídas, e que este tecido de sonhos é ilusório e sem principio creativo algum, já que Deus não a creou. Por tanto, não tem existência ou lei que o sustente, nenhuma substancia, nenhuma continuidade. Esta realização o destrói. Não há uma ilustração mais clara para isto que a de uma pessoa que morre, porque é extrema. Não temos nenhum moribundo a ser salvo; temos somente um sentido ilusório de morte. Quando tratamos a morte a partir deste ponto de vista, o moribundo se levanta e diz: "Aqui estou, totalmente novo, forte e bom". Você, assim, nada fez à pessoa que morria, porque para começar, o moribundo não existia. O que você fez foi destruir a estrutura de aparências, o tecido do qual estavam aparecendo. Não há outra maneira de superar "este mundo".

Esta visão, este desdobramento, veio-me quando estava lendo a vida de Buddha Gautama, que se tomou mais tarde Buda. Viu ele um dia um homem doente, um cadáver e um mendigo e horrorizou-se de que tais coisas pudessem existir. Na vida que seu pai lhe proporcionava tais coisas nunca apareceriam e, portanto, ele nunca tinha testemunhado nenhuma destas tragédias da existência humana. Ele perguntou ao seu Conselheiro: São estes os únicos casos no mundo? Quando ele soube que eventualmente todos, nos encaminhamos ao mesmo fim, ficou chocado; era impensável para ele que no belo universo que conhecia, pudesse a doença, a morte e a pobreza manchar sua harmonia. E foi esta pergunta, que ele fez a sua própria mente, que lhe deu a pista sobre todo o problema: "Devo encontrar como remover o pecado, a doença e a morte do mundo". E isso foi tudo. Ele nunca pensou em sair e curar, reformar ou enriquecer as pessoas. O seu único pensamento foi; como erradicar o pecado, as doenças e a morte do mundo.

A mensagem do Caminho Infinito é uma revelação de como erradicar o pecado, a doença e a morte do mundo, como erradicar a ignorância que separa a humanidade da verdade. No Caminho Infinito, as pessoas são apenas incidentais ao nosso ministério. O verdadeiro ministério em si, é a remoção do pecado, medo, morte e limitação do mundo; e isto é para ser cumprido, não conseguindo o dinheiro para fazer a todos milionários, não tendo um maior número de guerras no mundo para matar uma suficiente quantidade de pessoas, de modo que haja menos para alimentar, senão removendo completamente o hipnotismo da limitação, ignorância, pecado, medo, doença e morte.

Você já me ouviu declarar que quando sou solicitado para uma cura, nunca tomo em consideração, em minha consciência, nem a pessoa, nem a sua condição. E a razão é esta: a pessoa ou a sua condição é um engodo, o laço da armadilha para prender o praticante. Se você quer ajudar a alguém, pare de pensar na pessoa ou em sua condição e entenda que elas são apenas um retrato, uma imagem ou uma aparência do tecido da crença universal, deste sonho universal chamado sonho mortal, chamado de ilusão universal, chamado por muitos outros nomes. Não faz diferença o nome pelo qual você o chame, desde que você compreenda que este é um sentido universal que em si e por si, não tem nenhuma lei que o sustente, nenhuma causa, nenhum efeito e nenhuma pessoa através da qual operar.
Este mundo

Nunca solucionaremos os nossos problemas individuais, nem os nacionais ou internacionais, tentando mudar as pessoas, curá-las, reformá-las, ou enriquecê-las. Só conseguiremos trazer harmonia ao nosso mundo individual, se pudermos ver cada coisa, pessoa ou situação discordante, como um filme produzido por esta substancia ilusória chamada de sonho da existência humana, ilusão universal, hipnotismo universal, crença universal, ou se você preferir, o nada universal, que aparece como pessoas e condições. Nunca tente salvar um moribundo; nunca tente enriquecer um pobre, nunca tente curar um doente. Lembre-se que está lidando, não com uma pessoa, não com uma condição, não com uma coisa, mas, com uma sugestão hipnótica, com uma influência hipnótica, com um quadro hipnótico, que não tem existência fora da mente humana, da crença humana, da aparência humana. Nesta realização, você destrói todo o tecido do qual o erro é constituído.

Cada condição limitante, seja nas finanças, saúde, moral, ou condições de vida, não é outra coisa senão a expressão de um hipnotismo universal, de uma ilusão universal, de uma crença numa existência separada de Deus, da crença de uma causa separada de Deus, de uma substância separada de Deus, de uma sabedoria separada de Deus. Toda esta série de crenças constitui uma influência mesmérica que nos faz ver pessoas, lugares, coisas e condições limitadas. Você pode quebrar este sonho Adâmico nas partes que o compõem e encontrará que este sonho Adâmico é feito da crença do bem o do mal, da crença da vida sem Deus, da lei sem Deus, de uma substância, de uma atividade ou de uma causa sem Deus.

Sempre que for chamado para ajudar na solução de um problema, verifique que quase sempre haverá uma pessoa envolvida nele, mas, já que Deus é o único principio creativo, o filho de Deus não pode se envolver com problema algum; o problema será apenas a crença de uma existência sem Deus. Perceba que cada problema que lhe é apresentado, sempre vem como uma condição. É uma condição de Deus? Não, pois se fosse uma condição de Deus, não apresentaria problema em absoluto. O mero fato de se apresentar como uma condição, já revela que é uma aparência que não tem existência real, pois na verdade não existe pessoa nem condição sem Deus. Toda e qualquer aparência contrária, deve ser parte do que se chama "sonho de Adão", ou sonho mortal, ou sentido mortal da existência, que Jesus chamou de "este mundo".

Deveríamos achar muito fácil solucionar todos os casos que se nos apresentam em busca de ajuda, simplesmente dizendo, "este mundo", e desfazê-los com um sorriso, sabendo que eles são apenas condições de este mundo, do mundo ilusório, não do mundo real, não do mundo de Deus. É como se saíssemos à rua e víssemos as crianças brincando um jogo que consiste em desenhar um círculo de giz no chão, e aprisionar uma criança dentro dele. Esta criança dentro do circulo, não pode sair dali, até que alguma coisa seja feita para resgatá-la.

Entretanto, você, ao invés de tentar tirar a criança do círculo, sorri, olha para ela e diz: Oh!, Mas aquilo é apenas o mundo das crianças.....!!, e vai se embora, sabendo que, na realidade, a criança não está presa. Se você se acostumasse à idéia de que tudo que aparece limitado por qualquer sentido, seja uma pessoa ou uma condição, é parte "deste mundo", quer dizer, o mundo de sonho, o mundo de Adão, o mundo irreal, e fosse embora sem ligar para ele, descobriria logo, quão depressa a ilusão desapareceria para seu paciente, seu amigo ou seu parente. Testemunhamos algumas condições externas ou pessoas más, porém se existe um Deus em tudo, não pode haver tal coisa como uma pessoa, lugar ou coisa má. A dificuldade é que, primeiro vemos a aparência e logo procuramos fazer alguma coisa a respeito da aparência, e assim fazendo, ficamos enredados, nos envolvemos e calmos na armadilha. Se no entanto, víssemos - quer isto seja uma pessoa,um lugar ou uma condição - e instantaneamente lembrássemos que o fundamento disto é um sonho, o sentido ilusório de um universo separado de Deus, ou "este mundo", e passássemos ao largo dizendo: Oh! É apenas "este mundo", acabaríamos logo com o sonho. Acordamos do sonho da limitação, no momento em que, por nós mesmos, nos tomamos desipnotizados.

Tenho dito que este é o ano em que nossos estudantes devem ser mais diligentes, em acabar com o sentido mesmérico que os ata às crenças humanas, e isso só se consegue aprendendo o principio que não há em realidade nem bem, nem mal. Ao aceitar tanto o bem como o mal, perpetuamos o sonho. Nos seus estudos metafísicos anteriores, você já aprendeu que todo erro é uma ilusão. Mas no caminho Infinito, você deve ir um passo além e compreender que o sentido finito do bem, também é tão ilusório quanto o erro. Você chega a esta consciência através da realização diária que não há nem bem nem mal na forma, mas que o Espírito é a realidade subjacente a tudo. Tente compreender que esta, é a crença do bem e do mal, que perpetua o sonho e mantém você fora do Jardim do Éden.

Um praticista é uma pessoa que, em certa medida é desipnotizada, que num certo grau, não teme as aparências e não cessa de anulá-las. Fora no mundo, há pecado, doenças e morte. Uma pessoa que não seja praticista olha e diz: "Oh!, Que terrível!!". Se, no entanto, o praticista tenha alcançado realmente um estado de consciência de praticista, olha e diz: "Tch..Tch... este mundo", hipnotismo, nada, e contínua a viver. Só existe uma coisa impedindo a harmonia em nossa experiência pessoal, e esta é, um sentido universal de uma vida ou uma seidade separada de Deus, ou de uma lei à parte de Deus. E existe somente uma maneira de romper este sentido de limitação, e este é retirar-se da batalha do mundo, retirar-se da batalha e da oposição a pessoas ou condições.
Vivendo a vida cristã

Viver uma vida cristã significa, aceitar os ensinamentos do Mestre: ama o teu próximo como a ti mesmo, mas acima de tudo, ama a Deus com todo o teu coração, com toda a tua mente, com toda a tua alma. Estes mandamentos não são mais que banalidades insossas, até que começamos a selecioná-las em nossa própria mente e chegamos a uma compreensão delas. Como podemos amar o Senhor nosso Deus com todo nosso coração, toda nossa alma e toda nossa mente? O que significa isto? Cada um de nós pode ter uma explicação e uma experiência diferentes, mas para mim, amar o Senhor nosso Deus com todo o meu coração significa não amar indevidamente, e nunca odiar ou temer aquilo que está no âmbito dos reinos físico ou mental... depositar toda a fé no Invisível Infinito, como a realidade da vida que se manifesta externamente como efeito. Chegar a uma realização do profundo significado desta verdade, requer muito estudo. Não amando, odiando ou temendo o que aparece nos reinos físico ou mental, rompemos o sonho mesmérico de uma seidade ou um universo à parte de Deus.

Amar nosso próximo como a nós mesmos é reconhecer que Deus é o Eu sou de todos os seres reais. Que Deus é o Eu sou de todos os indivíduos na fase da terra, ainda que apareçam como humanidade doente, pecadora ou moribunda. Deus é o Eu sou; Deus é a vida; Deus é a inteligência; Deus e a lei de todas as pessoas, mesmo quando no sonho mesmérico pareçam ser doentes, pecadoras ou estúpidas. Amar o nosso próximo como a nós mesmos, significa realmente reconhecer que Deus é o verdadeiro ser de tudo que é manifesto, não importando a aparência mesmérica que está nos confrontando.

Quando seguimos estes dois mandamentos literalmente, logo vemos que toda a aparência que interpretamos como sendo humanidade doente, estúpida, moribunda ou ignorante, é creada pelo "sonho do mundo", aquilo que o Mestre chamou de "este mundo". Quando isto se torna claro para nós, não mais amaremos, odiaremos ou temeremos tais aparências. Não amaremos as pessoas de este mundo, mais do que as odiaremos ou temeremos, porém amaremos aquilo que constitui as pessoas: Deus, o Cristo, o Espírito e a Alma de todo ser individual na terra. Esta é a única maneira pela qual realmente se pode amar "este mundo", porque você verá logo, que é impossível amar as aparências que as pessoas nos apresentam. Conseqüentemente, se você olhar através destas aparências, para aquilo que eles realmente são, para aquilo que realmente lhes constitui o ser, não poderá ajudar amando alguém, quer ele apareça como homem, mulher ou criança, ou ainda como animal ou inseto. Uma vez que você tenha percebido que existe uma Alma invisível, que é o ser real de todos, então você estará apto a olhar através das aparências, a olhar diretamente através dos olhos, a verdadeira Alma que mora por trás da humana aparência.

"Ame seu semelhante através de uma atividade espiritual. Veja o amor como a substância que existe em tudo, não importando a forma com que se apresente. Ao nos elevarmos acima da nossa humanidade para uma dimensão superior de vida, na qual compreendemos que nosso próximo é um ser puramente espiritual, governado por Deus, nem bom, nem mau, estaremos amando realmente."
- Joel Goldsmith - Praticando a Presença, 1956

Ao se treinar, olhando através dos olhos das pessoas e dos animais que se aproximam de você, automaticamente você atingirá o nível de consciência onde não mais estará amando, odiando ou temendo o mundo aparente, ou aquilo que Jesus chamou de "este mundo". Na proporção em que se aperfeiçoa nisto, poderá dizer com certeza: "Eu tenho superado este mundo. Não mais o amo, odeio ou temo; não mais tento me ver livre dele; não mais me debato ou luto contra ele; vejo através dele - através e além dele. Vejo o que realmente é: Deus. Vejo que aquilo que aparenta ser, não é senão uma imagem no pensamento feita do material de sonho do mundo".

Este é o segredo de todos os segredos; este é o segredo do viver espiritual; este segredo não é encontrado na literatura de este mundo. Quando você lê a mais inspiradora literatura, ainda que você a encontre inspiradora, usualmente terá os mesmos problemas a enfrentar no dia de amanhã. A literatura inspiradora do mundo, em si e por si, não é nada. Ela pode elevar-nos e fazer-nos mais receptivos ao Espírito, mais ela não nos dá a verdade necessária ao nosso desenvolvimento. E esta verdade é a de que, as discórdias, limitações e desarmonias deste mundo, provém do tecido da ilusão - "este mundo" - o nada. Com este reconhecimento, você terá o segredo da superação - a superação "deste mundo".

http://ocaminhoinfinito.blogspot.pt/

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