É
dito nos Evangelhos: “Por
suas obras os conhecereis”. Esta
Verdade se aplica à gratidão,que
deve manifestar-se em atos. Quanto mais elevado for o conceito que
uma pessoa tiver de gratidão, tanto
maiores serão as suas obras de reconhecimento, e mais expressivas as
demonstrações que recebe nesse campo.
Dar
graças é reconhecer Deus como a Fonte única, abundante, infalível,
contínua, amorosa e sábia de suprimento de todo o bem. É
impossível ser grato sem exprimir, em alguma medida, a natureza de
Deus, no ato de agradecer, pois tudo vem de Deus e não de homens. A
gratidão mesma tem significado que transcende a palavra que a
representa ou os conceitos concebidos pelos homens a seu respeito.
Suas profundas raízes atingem a realidade do Ser.
No
sentido comum, a gratidão é o transbordamento de apreço às
pessoas e circunstâncias pelas quais, aparentemente, recebemos tudo.
Mas seu real significado vai muito além dos eventos e pessoas que a
exprimiram. Uma pessoa não pode ser grata e nem ingrata. Não está
no poder de ninguém, dar, limitar ou negar o bem representado
por qualquer coisa. A gratidão nada tem a ver com o ser humano,
porque ele é apenas um veículo ou canal de expressão do amor de
Deus.
A
GRATIDÃO E O AMOR
A
gratidão é uma das fases do amor . . . e o amor é Deus. É
impossível manifestar gratidão sem manifestar amor, porque os dois
são atributos afins de Deus, inseparáveis d’Ele. A gratidão é
semelhante ao amor. Tal como o amor, a gratidão é Deus Se
expressando através do
homem ou como homem.
Assim como é impossível amar sem exprimir, em alguma medida, a
divina natureza nossa, também é impossível ser grato, sem
exprimir, dentro de nosso entendimento, a natureza de Deus, no ato de
agradecer: todo o bem procede de Deus e não do homem. Disse Cristo
Jesus ao moço rico (que se julgava virtuoso): “Por
que me chamas bom? Bom é só Um – o Pai celestial”.
É
tolice dizer: “Gostaria
de ser mais amoroso e grato”; “Gostaria de ser mais atencioso e
serviçal”, etc.. Você
não pode ser os dons de Deus. Compreenda claramente que a natureza
humana é apenas um aspecto do Ser total. Como estamos demasiadamente
identificados com essa parte periférica, humana, que é uma pequena
fração do Ser integral, muita gente concebe, falsamente, que possa
amar, ser sábia, ser grata, realizar grandes obras, curar, etc..
Nada mais inverídico! Se assim fosse, Jesus, que exprimia o mais
alto nível de iluminação que a humanidade jamais conheceu, não
diria humildemente de si mesmo: “Eu,
de mim mesmo (natureza humana), nada posso. O Pai (o Divino interno
que nos gerou) é Quem faz as obras”.
O
homem, como ser humano, não pode ser mais e nem menos. Você não
acharia graça se um cano lhe dissesse que ele gerou a água e
reclamasse méritos por isso? Daí que os Evangelhos ensinem: “Depois
de haver feito tudo que me incumbia, direi: servo inútil sou”.
Realmente,
enquanto o ser humano toma a persona como
um Todo, é um alienado de Deus. E quando chega à compreender que é
um canal das graças divinas, então se torna nada, para saber que o
Divino é Tudo. Não há outro ser real, senão o Divino, em nós, a
Quem devemos tudo atribuir. É preciso que o eu falso diminua e o
Cristo interno cresça. É
necessário chegar ao ponto de o eu falso ser crucificado e o Eu real
ressuscitar e elevar-se à plenitude de ação e de união ao
Pai. Como
disse Paulo: “Quando
sou fraco (sem pretensão humana) sou forte (internamente”).
–
2
–
Deus
é o amor e o suprimento de todo o bem. Ele é infinito Se o homem
exprime apenas um dedal ou um copo de graças, a culpa não é de
Deus, mas do homem que se limita com suas crenças falsas e
negatividades. Na medida em que você se abre ao Divino e Lhe permite
maior expressão, seguramente canalizará mais de sua infinidade. Não
é que as pessoas retenham o divino amor. O homem não tem poder
sobre o amor. O amor continua, incólume, inteiro, livre e puro,
ainda que o homem não o exprima. E quando o homem exprime amor, em
verdade, é Deus Se exprimindo por ele ou como se fosse ele.
Deus
não Se exprime de modo limitado e finito. Se ele não encontra meios
suficientemente amplos para exprimir o Seu amor, valer-se-á de
outros canais mais generosos. O erro não é de quem parece negar ou
limitar o divino amor ou até odiar. O equívoco está em quem
espera receber amor de uma pessoa determinada e fica a exigir-lhe,
insatisfeita e a condená-la, julgando que ela está retendo o amor a
que tem direito. Ninguém pode reter e bem dar o que não é dele. E
o amor é de Deus. De uma vez por todas, ponhamos de lado a ideia de
que uma pessoa possa ter amor. Não teimemos em apontar a pessoa que
nos deve amor. Ergamo-nos a Deus, que é amor e suprimento. Ele sabe
como, por quem e quando nos fazer chegar esse amor e suprimento.
Ainda que você não esteja recebendo de quem acha ter o direito de
esperar, você não pode mudar ninguém. Mas você pode mudar a
demonstração. Não fique a olhar para as pessoas. Olhe para Deus e
só d’Ele espere. Então o amor lhe virá de algum modo, mesmo que
seja por um canal que não esperava.
Guardemos
bem isto: não determinemos a direção de onde nós há de vir o
amor e suprimento. Ele sempre vem de Deus. Quando compreendemos
claramente isto e nos abrimos a Ele, tudo muda!
GRATIDÃO
E SUPRIMENTO
Há
estreita relação entre a graça e o suprimento. É frequente ouvir
pessoas que, ao exprimir sua gratidão com algum bem material,
comenta: “Se
eu pudesse, daria mil vezes mais que isto, para pôr-me à altura de
tudo que recebi”. É
pena que a maioria das pessoas não entenda ainda o sentido mais
profundo do amor, do suprimento e da gratidão. Se é verdade que
Deus, muitas vezes exprime Seu amor com provisão material, isso não
quer dizer que a gratidão possa ser compensada com bens materiais.
Infelizmente, a maioria pensa dar e amar pelo humano e, por isso,
espera recompensa pelo humano. Acham que, tendo materialmente mais,
podem exprimir mais sua gratidão. Grande engano!
Todavia,
como devemos compreender e aceitar os demais conforme seu grau de
compreensão, não nos esqueçamos de “dar
a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, isto
é, sejamos gratos aos canais da provisão e do amor de Deus,
alegrando-nos de que possam exprimir os divinos dons e desejando que
eles os exprimam cada vez em maior abundância, por sua elevação da
consciência. Ao mesmo tempo, nunca olvidemos que Deus
é a única Fonte de suprimento e
que tudo provém d’Ele. A Ele, sempre, é que devemos endereçar a
ação de graças.
–
3
–
Não
há limite para a gratidão que
podemos exprimir, já que sabemos que tudo vem de Deus.
Não
há limite para o amor que
podemos exprimir, já que o amor é Deus e d’Ele provém.
Não
há limite para o suprimento que
podemos experienciar e partilhar – mesmo em dinheiro – sabendo
que Deus é o único Provedor.
O
ponto mais importante, e que não devemos esquecer, é que Deus é
seu Eu real e você possui, latente, toda a infinidade dos divinos
dons e da divina capacidade. Não há limites para sua expressão.
Você pode exprimir a infinidade que está em germe em você. Não
basta teorizar esta Verdade. É preciso tomar consciência dela. É
importante começar a conscientizar, a observar e dissolver, paciente
e firmemente, as emoções negativas, as crenças equivocadas, as
fantasias e demais bloqueios formados em nossa parte humana, a fim de
que nos abramos e nos elevemos a este maravilhoso cosmo divino, que
está sempre nos mandando mensagens de verdade e de amor e não
podemos escutar. E se escutássemos, não poderíamos compreender. É
indispensável este trabalho sobre nós mesmos, esta transmutação,
que irá rompendo o véu da ilusória separatividade, até
que possamos dizer como o Cristo: “Eu
e o Pai somos um”.
Recordemos
a promessa do Mestre: “As
obras que eu faço, vós as fareis, e maiores obras ainda fareis, se
me fordes fiéis”. Ele
se referia à fidelidade com nosso próprio Cristo interno, em Quem
reside toda a infinita possibilidade do Ser, quando Lhe fazemos a
vontade.
http://fachodeluz.blog.br/wp/?cat=11
Sem comentários:
Enviar um comentário