quarta-feira, 4 de julho de 2018
O Segredo Da Auto-Realização!
Nesses
encontros, nós sinalizamos como é importante aprender a observar
aquilo que está acontecendo. Em geral, o ser humano não parece
dar qualquer atenção a isso, à vida como ela acontece. A ideia
central é a autopreocupação. A vida é algo que está acontecendo
e inclui esse personagem, essa suposta identidade presente.
Basicamente, não há nenhum problema na vida como ela é, e, parte
do que está acontecendo particularmente para você, existe apenas
como um aspecto da experiência, algo apenas para ser testemunhado.
Não percebemos a importância disso.
O
que está acontecendo não é algo que “alguém” está fazendo
acontecer, não é o “meu” fazer — esse é apenas um aspecto da
experiência particular desse personagem. O problema surge quando a
ideia de alguém presente aparece. Então, Satsang
aponta para essa Realidade, que é a vida como ela acontece, sem se
preocupar com esse personagem que você acredita ser. Não existe
alguém no “fazer”. O problema surge quando aparece a ideia de
que a vida está acontecendo porque “alguém” está fazendo tudo
isso acontecer — esse “alguém” é o “eu”, esse personagem,
e isso não representa a Verdade.
Todos
os seus problemas pessoais não são problemas com a vida; são
problemas de interpretação com relação àquilo que a vida é,
àquilo que a vida representa. Então, Satsang é um espaço
essencial para aquele que está disposto a descobrir a Verdade sobre
si mesmo. Esse sentido do “eu” nos diz que existimos como uma
entidade presente na experiência da vida e que a vida está
acontecendo para “mim”, para este “eu”. A mente tem a
habilidade de transformar para si mesma tudo aquilo que acontece,
como se algo especial estivesse acontecendo para ela. Assim, surge o
sentido: “Eu sou Carlos”, “Eu sou José”, “Eu sou Maria”,
ou qualquer outro nome. Então, esse “Carlos”, esse “José” e
essa “Maria” existem, estão vivendo no mundo, o que representa
apenas uma autoimagem que a mente construiu.
A
mente pega a experiência à sua volta e a transforma em algo
particular, criando o sentido da “pessoa”. Tudo o que está
acontecendo para “mim”, através de “mim”, representa apenas
uma autoimagem, uma imaginação criada pelo pensamento. Isso não
tem nada a ver com o que a vida representa, porque a vida é o que é,
e não se importa com essa imaginação. Essa imaginação, essa
autoimagem, entra em choque com a realidade da vida como ela é.
Aqui
vai o segredo da Autorrealização, da Realização da Verdade sobre
si mesmo: descubra a importância de testemunhar a vida como ela é e
não se meter com ela, não levar nada para o pessoal. Isso é algo
muito fácil de ser colocado em palavras, mas requer um trabalho
verdadeiro, porque, na prática, você está muito viciado em manter
essa autoimagem, em ser pessoal. Quando faz isso, você continua
sustentando a autoimportância, a importância desse falso “eu”.
O segredo é observar, estar atento ao movimento dessa autoimagem em
seus desejos, escolhas, anseios, medos e assim por diante.
Quando
a vida é testemunhada, quando aquilo que acontece é só o que
acontece e nenhuma crença tendenciosa e pessoal é mais importante
do que a Realidade do que É, a mente egoica “cai”, ela perde a
sua evidência, o seu poder. Então, algo inteiramente novo começa a
acontecer.
O
ser humano tem agido muito mecanicamente, do ponto de vista
psicológico; ele vive repetindo, de forma mecânica, seus
pensamentos, desejos e medos habituais. Ele faz isso porque se
considera muito importante, mais importante do que a própria vida. O
que acontece para ele não é interessante, mas o que ele deseja,
sim. Para ele, é mais importante aquilo que ele deseja do que a vida
como está acontecendo, neste instante, neste momento. Esse é um
aspecto muito interessante dentro do processo da mente egoica. Ela é
repetitiva, automática, mecânica e tudo isso vem sendo sustentado
pela imaginação, por essa autoimagem em sua autoimportância.
Essa
ilusória sensação de estar no controle, de querer controlar, de
querer determinar o que acontece, controlar as circunstâncias, os
eventos, os acontecimentos, ter resposta para tudo e essa própria
curiosidade do ser humano por desvendar os mistérios da vida, são
anseios de autopreenchimento egoico.
O
ser humano investe milhões na investigação daquilo que está do
lado de fora, do mundo externo, na busca de encontrar algo que possa
preenchê-lo e dar-lhe felicidade. Um satélite é enviado ao espaço
na intenção de termos, aqui, uma melhor internet. Assim, as pessoas
podem se comunicar de uma forma mais rápida, o conhecimento pode se
tornar mais rápido (conhecimento este que, na verdade, é só
ignorância, não contribui em nada para a Real Felicidade humana).
Apenas ficamos sabendo mais rápido de toda a confusão que a mente
humana está criando do outro lado do planeta, de todos os problemas
que a mente humana, sem paz, está produzindo em outro continente.
Tudo
isso é parte dessa coisa mecânica, inconsciente e automática do
movimento da imaginação, desse falso “eu” na busca do que, de
fato, não tem nenhuma importância para a Real Felicidade humana. A
Felicidade não está do lado de fora; o “fora” representa apenas
o sonho que o pensamento tem criado, imaginado e sustentado. A
Realidade está além do pensamento e, assim, a Felicidade, a Paz, a
Inteligência, o Amor, a Bondade e a Verdade estão além da mente.
O
que estou dizendo é que as circunstâncias de um mundo mais
confortável não representam Real Felicidade, porque a “fome”
interna por Felicidade verdadeira continuará pedindo “comida”,
pedindo saciedade. A menos que você conheça quem Você É, não
importa se pode desfrutar do melhor conforto material que a
tecnologia e a ciência podem lhe oferecer, pois você continuará
infeliz. Nós investimos muito em nada. Tudo o que você precisa é a
Felicidade, mas a Felicidade não é circunstancial; a Felicidade é
a Realização de sua Natureza Divina, de sua Natureza Real. Assim
sendo, nenhum conforto circunstancial externo pode lhe dar Isso.
O
ser humano tem buscado a Felicidade há muito tempo e de uma forma
equivocada. É o que faz com que ele viaje para fora, que vá,
literalmente, para o espaço sideral em busca disso. Mas, não
adianta, porque tudo continua da mesma forma. Sua “viagem real” é
para fora desse falso “eu”, além dessa autoimagem, da ilusão
dessa egoidentidade. Isso só é possível indo para dentro e não
para fora. Não é explorando o externo, mas investigando o que está
próximo, o interno. Não é o distante e externo, mas sim o próximo
e interno.
Então,
temos nos tornado proativos, produtivos e bastante evoluídos
cientificamente, tecnologicamente, e, mesmo assim, continuamos
infelizes, inquietos, perturbados, estúpidos, medíocres, carentes,
vivendo em solidão, com desejos e medos. Você pode aumentar a
lista, acrescentando a depressão, a ansiedade e as diversas formas
de representação de loucura que todos, sem exceção, experimentam
— incluindo os nossos mais renomados homens da ciência e da
tecnologia. Sim, eles também sofrem!
Essa
fala não é um ataque, estamos apenas observando que não tem
funcionado toda essa formação e educação no desejo de obter mais
controle através do conhecimento. Isso em nada representa o
movimento real em direção à Felicidade, à Paz no mundo. A Paz no
mundo começa com a Paz dentro de você. Você é a Paz do mundo
quando já não mais o perturba.
A
Felicidade humana é a Felicidade da não mente, do coração
silencioso, do Amor presente. A vida humana é essa constante busca
por prazer, mesclada com dor, mesmo em meio a todo tipo de
parafernália à nossa volta, altamente sofisticada.
O
que estou dizendo é que a vida não é algo que você possa
controlar. Você não tem que se importar com o que está do lado de
fora; você tem que descobrir quem é você, ou o que você não é.
Você não é o corpo, não é a mente, não é essa autoimagem, não
é uma pessoa viva, que tem que viver 150 anos à base de
medicamentos. Basta Realizar a sua Real Natureza e deixar esse sonho.
Isso pode ser com trinta, quarenta, cinquenta ou setenta anos, mas é
o único propósito.
Olhe
para as pessoas! Elas acreditam que estão vivas e querem continuar
nessa, assim chamada, “vida”, mesmo à base de medicamentos, de
drogas, importunando todos à sua volta e dando trabalho para todo
mundo. Isso é apego a essa ilusão da egoidentidade, a essa falsa
imagem.
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