- Transcrito a partir de uma fala em um encontro online na noite do dia 08 de Junho de 2018 Encontros todas as segundas, quartas e sextas as 22h (exceto em perídos de encontros e retiros presenciais). Para participar baixe o App Paltalk.
terça-feira, 10 de julho de 2018
Tudo aquilo que nós conhecemos é uma representação do que o pensamento tem produzido.
É PRECISO IR ALÉM DO PENSAMENTO
Tudo
aquilo que nós conhecemos é uma representação do que o pensamento
tem produzido. Então, ao longo da vida, todo o contato que você tem
é com aquilo que a mente produz, que é parte dela própria. O
contato com a Realidade, ou com a Verdade, é o contato com o
Desconhecido.
Tudo
o que a mente pode explorar é parte dela e você está muito
envolvido nessa coisa de pensar. O Desconhecido é essa Realidade que
se apresenta momento a momento, mas que não pode ser capturado pelo
pensamento. Então, não há como você ter acesso a Isso dentro
desse hábito de pensar, concluir, deduzir, imaginar. É por isso que
o fator mais importante é a Meditação. A Meditação é esse stop,
é essa parada de representação mental sobre aquilo que se
apresenta neste instante.
Então,
é necessário ir além do pensamento. Esse sentido de “pessoa”,
de personalidade, que você carrega, todo ele está assentado no
pensamento, no conhecido e nas experiências que você tem na
memória. Personalidade é pensamento! A mente não pode pensar além
da personalidade, que é tudo aquilo que você conhece de si mesmo e
do mundo à sua volta. Aí está a prisão!
A
mente não pode ter sucesso sem a personalidade, que só pode existir
com base no pensamento. Então, tudo que o pensamento representa é
memória. Reparem como funciona a coisa: o pensamento, todo ele, é
memória e ela é a base de sua personalidade. A mente não pode ter
sucesso sem essa personalidade, ou seja, você está num círculo
vicioso, onde você tem o pensamento, que é memória, que é
personalidade, que é a mente. Então, você passa a sua vida inteira
dentro desse circuito. Os Sábios na Índia chamaram isso de “maya”,
a ilusão. Então, isso cria esse centro falso, essa falsa
identidade, que você acredita que é você.
Todos
os relacionamentos que você tem na sua vida estão baseados nisso:
na ilusão do conhecido, na ilusão da memória, da experiência
desse suposto “alguém”. Todas as pessoas em volta de você são
parte desse mesmo movimento. Não existem “estranhos”, porque
eles estão dentro desse seu “conhecido”; não existem “outros”,
porque esses “outros” estão dentro desse sentido do “eu”.
A
situação pode piorar quando essa personalidade imagina uma
segurança e vai em busca dela em suas relações. Assim, ela projeta
um mundo perfeito para se viver! Você precisa compreender que essa
personalidade é uma alucinação! O “seu mundo” é uma
alucinação! Enquanto você estiver se identificando com a
personalidade, que é essa memória, experiência, conhecimento,
identidade, essas relações, você estará vivendo uma alucinação.
Então, agora você entende que, quando usamos a expressão “ego”,
estamos falando dessa alucinação. Eu tenho reiterado isso, quando
digo: “Você é uma fraude”! Compreenda o valor daquilo que você
chama de “pessoa”: o valor que isso tem é zero! Não é nem um
valor negativo, é zero!
Quando
você desiste da personalidade, não há mais dor nem esforço.
Quando compreende que essa personalidade é uma alucinação, você
está trabalhando essa desistência e já não tem mais pelo que
lutar (você está sempre lutando, lutando, o tempo todo, para ser
“alguém”, para conquistar, ganhar, construir, fazer). Eu sei que
essas falas são desanimadoras. Todos querem chegar em algum lugar,
por isso estão trabalhando; eles querem mudar o mundo, se salvar, se
proteger, se defender; eles querem ir para algum lugar... você quer
ir para algum lugar! A mente não conhece sua própria limitação. O
ego não reconhece sua própria ignorância, futilidade, inutilidade,
confusão… O ego só arruma confusão! Você nunca fez nada certo
porque sempre esteve aí, se metendo nas coisas, nos assuntos de
Deus, sempre desejando fazer a sua própria vontade, como se fosse
uma entidade presente e capaz disso!
Estou
convidando você para uma nova percepção, uma nova dimensão, para
a Consciência da Realidade! Nessa nova dimensão, você desiste
dessa luta, dessa busca, dessa procura de algo fora de si mesmo, nas
relações com o mundo. Você está buscando paz, liberdade e
felicidade no mundo, e quer isso nos relacionamentos com outros egos.
O ego é problema, o “seu” é o problema; o outro é somente uma
expressão, uma extensão, um prolongamento de você mesmo.
Quando
você descobre a beleza de viver nessa abertura, nessa nova dimensão,
acontece uma entrega, uma rendição. É como dois lutadores em cima
do tablado, que estão lutando e, de repente, um deles joga a toalha,
desiste da luta, não quer mais lutar. Quando a mente reconhece, por
uma ação da Graça, que é uma luta inútil, vã, estúpida,
naturalmente, há uma parada de suas funções, do seu desejo de
sonhar! Assim, você pode Acordar!
Nessa
nova dimensão, não há mais a valorização da mente, da “pessoa”.
Você tem valorizado muito a “pessoa”, mas, agora, você não tem
mais essa valorização. Aí, ela tem que definhar e ir para o
“túmulo”. Ela morre de fome, porque ela não é mais suprida,
alimentada, por essa ignorância. Então, há uma chance de ir além
da personalidade, da mente egoica. Nessa nova dimensão não há
ninguém, nenhum ego, nenhuma “pessoa”.
Enquanto
você acreditar ser uma pessoa, vai se sentir inseguro, buscando
segurança nas relações. Quando você desistir da ilusão de querer
ser uma pessoa, vai parar de buscar segurança nas relações, e,
assim, acolher o fato de que a existência é completa sem “você”
e nenhuma segurança tem qualquer importância. Você está além da
segurança e da insegurança, está além da dualidade!
Nós
estamos aqui para explorar todas as direções, tudo o que você tem
construído, todos os caminhos antigos, todos os trajetos e trilhas,
tudo o que a mente tem construído ao longo de todo esse tempo. Por
isso a questão é: “Quem sou eu?”
Somente
quando você explora todas essas direções e abandona completamente
essa coisa da memória, da personalidade, que é a mente nessas
relações, em busca de segurança, é que a mente reconhece o quanto
ela é limitada e “joga a toalha”, desiste. Então, essa nova
dimensão surge.
https://marcosgualberto.blogspot.com/
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