Mergulhando no vazio
O que acontece na
morte? De repente você está perdendo o seu corpo, está perdendo a sua mente. De
repente você sente que está se afastando de si mesmo, de tudo o que você
acreditava que era você.
É doloroso porque você sente que
está submergindo no vazio. Você não estará mais em lugar nenhum, porque viveu
identificado com o corpo e com a mente e nunca conheceu nada além disso;
nunca se conheceu além do corpo e da mente.
Você ficou tão fixado na periferia e
tão obcecado por ela que o centro ficou totalmente esquecido.
Na morte, você tem de se deparar com o fato de que o corpo está partindo; não é
mais possível conservá-lo como antes. A mente está deixando você — agora você
não tem mais controle sobre ela. O
ego está se dissolvendo; você não pode
mais nem dizer "Eu".
Você treme de medo, na beira do nada. Você não existirá mais.
Mas, se você tiver se preparado, se tiver praticado meditação — e preparação significa que você fez tudo o que
podia para aproveitar a morte, para aproveitar esse abismo feito de nada — em
vez de ser jogado dentro dele, você se preparou para saltar para dentro —, isso
faz uma grande diferença.
Se você está sendo empurrado para dentro, de má vontade — você não quer pular e
está sendo obrigado —, então é doloroso, existe muita angústia e a angústia é
tão intensa que você ficará inconsciente no momento da morte. Assim você não a aproveita.
Mas, se você estiver pronto para saltar,
não há angústia. Se você aceitar a morre e lhe der as boas-vindas, sem nenhuma
reclamação — em vez disso, você está feliz e celebrando esse momento que chega,
e agora pode saltar para fora do seu corpo, que é uma limitação, pode saltar
para fora deste corpo que é um confinamento, pode saltar para fora deste ego
que sempre foi um sofrimento —, se você conseguir dar as boas-vindas para a morte, então não há nenhuma necessidade de ficar
inconsciente.
Se você conseguir aceitá-la, dar-lhe as boas-vindas — o que os budistas chamam
de tathata, aceitá-la e não somente isso... Porque a palavra, aceitar,
não é muito boa, lá no fundo ela esconde uma não-aceitação — não, se você der
as boas-vindas à morte, como se ela fosse uma celebração, um êxtase, como se fosse uma bênção, você não
precisa ficar inconsciente.
Se ela é uma bênção, você ficará perfeitamente consciente
nesse momento. Lembre-se destas duas coisas: se
rejeitá-la, se disser não, você ficará totalmente inconsciente: se aceitá-la,
acolhê-la, e disser "Sim" de todo o coração, você ficará
perfeitamente consciente.
Dizer "Sim" para a morte deixa você perfeitamente consciente; dizer
"Não" para ela deixa você completamente inconsciente — esses são os
dois jeitos de morrer.
Osho, em "O Livro
do Viver e do Morrer: Celebre a Vida e Também a Morte"
É doloroso porque você sente que está submergindo no vazio. Você não estará mais em lugar nenhum, porque viveu identificado com o corpo e com a mente e nunca conheceu nada além disso; nunca se conheceu além do corpo e da mente.
Você ficou tão fixado na periferia e tão obcecado por ela que o centro ficou totalmente esquecido.
Na morte, você tem de se deparar com o fato de que o corpo está partindo; não é mais possível conservá-lo como antes. A mente está deixando você — agora você não tem mais controle sobre ela. O ego está se dissolvendo; você não pode mais nem dizer "Eu".
Você treme de medo, na beira do nada. Você não existirá mais.
Mas, se você tiver se preparado, se tiver praticado meditação — e preparação significa que você fez tudo o que podia para aproveitar a morte, para aproveitar esse abismo feito de nada — em vez de ser jogado dentro dele, você se preparou para saltar para dentro —, isso faz uma grande diferença.
Se você está sendo empurrado para dentro, de má vontade — você não quer pular e está sendo obrigado —, então é doloroso, existe muita angústia e a angústia é tão intensa que você ficará inconsciente no momento da morte. Assim você não a aproveita.
Mas, se você estiver pronto para saltar, não há angústia. Se você aceitar a morre e lhe der as boas-vindas, sem nenhuma reclamação — em vez disso, você está feliz e celebrando esse momento que chega, e agora pode saltar para fora do seu corpo, que é uma limitação, pode saltar para fora deste corpo que é um confinamento, pode saltar para fora deste ego que sempre foi um sofrimento —, se você conseguir dar as boas-vindas para a morte, então não há nenhuma necessidade de ficar inconsciente.
Se você conseguir aceitá-la, dar-lhe as boas-vindas — o que os budistas chamam de tathata, aceitá-la e não somente isso... Porque a palavra, aceitar, não é muito boa, lá no fundo ela esconde uma não-aceitação — não, se você der as boas-vindas à morte, como se ela fosse uma celebração, um êxtase, como se fosse uma bênção, você não precisa ficar inconsciente.
Se ela é uma bênção, você ficará perfeitamente consciente nesse momento. Lembre-se destas duas coisas: se rejeitá-la, se disser não, você ficará totalmente inconsciente: se aceitá-la, acolhê-la, e disser "Sim" de todo o coração, você ficará perfeitamente consciente.
Dizer "Sim" para a morte deixa você perfeitamente consciente; dizer "Não" para ela deixa você completamente inconsciente — esses são os dois jeitos de morrer.
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