O
 título deste artigo diz uma obviedade para quem entendeu minimamente a 
teoria da relatividade de Einstein pela qual se afirma ser matéria e 
energia equivalentes. Matéria é energia altamente condensada que pode 
ser liberada como o mostrou, lamentavelmente, a bomba atômica. O caminho
 da ciência percorreu, mais ou menos, o seguinte percurso: da matéria 
chegou ao átomo, do átomo, às partículas subatômicas, das partículas 
subatômicas, aos “pacotes de onda” energética, dos pacotes de onda, às 
supercordas vibratórias, em 11 dimensões ou mais, representadas como 
música e cor. Assim um elétron vibra mais ou menos quinhentos trilhões 
de vezes por segundo. Vibração produz som e cor. O Universoseria,
 pois, uma sinfonia de sons e cores. Das supercordas chegou-se, por fim,
 à energia de fundo, ao vácuo quântico. Neste contexto, sempre lembro 
uma frase dita por W.Heisenberg, um dos pais da mecânica quântica, num 
semestre que deu na Universidade de Munique em 1968, que me foi dado 
seguir e que ainda me soa aos ouvidos: “O universo não é feito por 
coisas, mas por redes de energia vibracional, emergindo de algo ainda 
mais profundo e sutil”. Portanto, a matéria perdeu seu foco central em 
favor da energia que se organiza em campos e redes.sexta-feira, 17 de abril de 2015
Matéria não existe, tudo é energia
O
 título deste artigo diz uma obviedade para quem entendeu minimamente a 
teoria da relatividade de Einstein pela qual se afirma ser matéria e 
energia equivalentes. Matéria é energia altamente condensada que pode 
ser liberada como o mostrou, lamentavelmente, a bomba atômica. O caminho
 da ciência percorreu, mais ou menos, o seguinte percurso: da matéria 
chegou ao átomo, do átomo, às partículas subatômicas, das partículas 
subatômicas, aos “pacotes de onda” energética, dos pacotes de onda, às 
supercordas vibratórias, em 11 dimensões ou mais, representadas como 
música e cor. Assim um elétron vibra mais ou menos quinhentos trilhões 
de vezes por segundo. Vibração produz som e cor. O Universoseria,
 pois, uma sinfonia de sons e cores. Das supercordas chegou-se, por fim,
 à energia de fundo, ao vácuo quântico. Neste contexto, sempre lembro 
uma frase dita por W.Heisenberg, um dos pais da mecânica quântica, num 
semestre que deu na Universidade de Munique em 1968, que me foi dado 
seguir e que ainda me soa aos ouvidos: “O universo não é feito por 
coisas, mas por redes de energia vibracional, emergindo de algo ainda 
mais profundo e sutil”. Portanto, a matéria perdeu seu foco central em 
favor da energia que se organiza em campos e redes.
Que é esse ”algo mais profundo e sutil” de onde tudo emerge? Os físicos 
quânticos e astrofísicos chamaram de “energia de fundo” ou “vácuo 
quântico”, expressão inadequada porque diz o contrário do que a palavra “vazio” significa.
 O vácuo representa a plenitude de todas as possíveis energias e suas 
eventuais densificações nos seres. Dai se preferir hoje a expressão 
pregnant void “o vácuo prenhe” ou a “fonte originária de todo o ser”. 
Não é algo que possa ser representado nas categorias convencionais de 
espaço-tempo, pois é algo anterior a tudo o que existe anterior ao 
espaço-tempo e às quatro energias fundamentais, a gravitacional, a 
eletromagnética, a nuclear fraca e forte. Astrofísicos imaginam-no como 
uma espécie de vasto oceano, sem margens, ilimitado, inefável, 
indescritível e misterioso no qual, como num útero infinito, estão 
hospedadas todas as possibilidades e virtualidades de ser. De lá 
emergiu, sem que possamos saber porquê e como, aquele pontozinho 
extremamente prenhe de energia, inimaginavelmente quente que depois 
explodiu (big bang) dando origem ao nosso universo. Nada impede que 
daquela energia de fundo tenham surgido outros pontos, gestando também 
outras singularidades e outros universos paralelos ou em outra dimensão.
Com o surgimento do Universo, irrompeu simultaneamente o espaço-tempo. O
 tempo é o movimento da flutuação das energias e da expansão da matéria.
 O espaço não é o vazio estático dentro do qual tudo acontece, mas 
aquele processo continuamente aberto que permite as redes de energia e 
os seres se manifestarem. A estabilidade da matéria pressupõe a presença
 de uma poderosíssima energia subjacente que a mantém neste estado. Na 
verdade, nós percebemos a matéria como algo sólido porque as vibrações 
da energia são tão rápidas que não alcançamos percebê-las com os 
sentidos corporais. Mas para isso nos ajuda a física quântica, 
exatamente porque se ocupa das partículas e das redes de energia, que 
nos rasgam esta visão diferente da realidade. A energia é e está em 
tudo. Sem energia nada poderia subsistir. Como seres conscientes e 
espirituais, somos uma realização complexíssima, sutil e extremamente 
interativa de energia. Que é essa energia de fundo que se manifesta sob 
tantas formas? Não há nenhuma teoria científica que a defina. De mais a 
mais, precisamos da energia para definir a energia. Não há como escapar 
desta redundância, notada já por Max Planck.
Esta Energia talvez constitua a melhor metáfora daquilo que significa 
Deus, cujos nomes variam, mas que sinalizam sempre a mesma Energia 
subjacente. Já o Tao Te Ching (§ 4) dizia o mesmo do Tao:
 ”o Tao é um vazio em turbilhão, sempre em ação e inexaurível. É um 
abismo insondável, origem de todas as coisas e unifica o mundo”.
A singularidade do ser humano é poder entrar em contato consciente com 
esta Energia. Ele pode invocá-la, acolhê-la e percebê-la na forma de 
vida, de irradiação e de entusiasmo.
Leonardo Boff e Mark Hathaway
 http://caminhodecura.blogspot.pt
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