Conheça
o Poder Espiritual de uma Árvore
segundo a Tradição Xamânica.
Por:
Amir*
Eu
sempre fui fascinado por árvores (e toda a natureza em si). Estas
plantas enormes que começam como uma pequena semente e crescem até
tamanhos inimagináveis são grandes aliados da humanidade. A
tradição Xâmanica possui um imenso respeito pelas árvores e pelas
pedras, que eles chamam de Povo-em-Pé e Povo-de-Pedra.
Deixo
aqui um trecho do livro Cartas do Caminho Sagrado de Jamie Sams, que
fala sobre as árvores. A sabedoria dos nativos pode ajudar muito na
sua vida, saiba mais aqui.
Olá,
Árvore Sagrada da Vida,
Raiz
de cada árvore,
Obrigado por
me concederes
Os dons que
concedes.
Olá, Povo em
Pé,
Que me ensinarás
A
fincar raízes na Terra,
Enquanto
alcanço o Avô Sol.
Olá,
Salgueiro, árvore do amor,
Ensina-me
a me curvar,
Até formar um
círculo perfeito,
Cada
parente um amigo.
Os
seres do Povo em Pé, as árvores, também são nossos Irmãos e
Irmãs. Eles são os Chefes do reino das plantas. O Povo em Pé
fornece oxigênio ao resto dos filhos da Terra. Através de seus
troncos e de seus galhos, as árvores dão abrigo aos seres que têm
asas. Nos vãos de suas raízes as árvores fornecem asilo às
pequenas criaturas de quatro patas que vivem embaixo da terra. O
material para a construção das casas de seus companheiros humanos
constituem outro presente que a Nação Árvore nos oferta.
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Sequóia
gigante na Califórnia (repare no tamanho do homem na base e
no topo dela!)
|
Os
Cherokees ensinam que o Povo em Pé e todos os outros povos do reino
das plantas são os seres dadivosos que proveem, o tempo inteiro, às
necessidades de outros seres. O Povo de Pedra guarda energia para a
Mãe Terra e detém os registros específicos de tudo aquilo que
aconteceu num determinado lugar. O Povo de Pedra e o Povo em Pé
equilibram-se uns aos outros dando e recebendo, preenchendo as suas
necessidades mútuas.
O
Povo em Pé percebe as necessidades de todos os Filhos da Terra e se
esforça por atendê-las. Cada árvore e planta possui seus próprios
dons, talentos e habilidades a serem compartilhados. Por exemplo,
algumas árvores nos dão frutos, enquanto outras fornecem curas para
distúrbios em nossos níveis emocionais ou físicos. O Pinheiro
Branco é a Árvore da Paz, e pode trazer serenidade à vida de uma
pessoa que se senta à sua sombra. As florestas tropicais estão
cheias de árvores que possuem propriedades curativas ou fornecem
substâncias como a borracha que pode ser usada para auxiliar a
humanidade na fabricação de vários artigos. O mundo está repleto
dos presentes que nos foram concedidos pelo Povo em Pé. Móveis,
goma de mascar, livros, papel, lápis, fósforos, especiarias e
temperos, frutas, oleaginosas, cordas, pneus, remédios e casas com
telhados de sapê são apenas alguns dos presentes que o Povo em Pé
vem generosamente nos concedendo. Porém, cada uma das Pessoas em Pé
tem uma lição especial a ser transmitida à humanidade, que vai
muito além dos presentes materiais. A Bétula ensina a essência da
verdade, nos incita a sermos honestos com nós mesmos ou nos mostra
como podemos ser enganados por mentiras alheias. Os Pinheiros são
pacificadores. O Pinheiro nos ensina as lições de como estarmos em
harmonia com nós mesmos e com os outros, além de nos ensinar a
obter uma mente silenciosa. A Sorveira-Brava, ou Cinza da Montanha,
nos traz proteção, nos ensina a ver através das mentiras e também
nos mostra como proteger o nosso Espaço Sagrado. O Plátano
ensina-nos a alcançar nossos objetivos e a fazer nossos sonhos se
realizarem, A Nogueira nos ensina clareza ou concentração através
da utilização de nossos dons mentais, e nos ensina a empregar a
nossa inteligência de forma adequada. O Carvalho nos ensina a ter
força de caráter e manter nossos corpos fortes e sadios. O
Salgueiro é a madeira do amor, e nos ensina a dar, a receber, e a
saber ceder, qualidades tão necessárias para que o amor frutifique.
A Cerejeira nos ensina a abrir o nosso coração e a nos
relacionarmos com os outros usando o sentido da compaixão.
A
Mimosa é a árvore que representa o nosso lado feminino e revela um
coração apaixonado. Aprendi muitas lições com a mimosa enquanto
subia em seus galhos quando ainda era criança. Ela me ensinou a
beleza que reside em se sentir feminina, enquanto suas doces flores
perfumavam meus cabelos. Ela me contou o segredo dos vaga-lumes, e me
revelou que eles escondiam estrelas ainda não nascidas em seus
rabinhos. A mimosa contou-me que essas estrelas cresceriam dentro de
qualquer pessoa de coração aberto. Elas assumiriam seu lugar entre
a Grande Nação das Estrelas depois que tivessem amado e sido amadas
na Terra. A mimosa me disse que as dores e as traições que cada
coração sofre correspondem a um punhado de água atirada sobre o
fogo destas pequenas estrelas, para ver se elas continuariam a
crescer, apesar da dor. As pessoas que continuavam a amar, apesar de
tudo, se transformariam algum dia em estrelas, e enviariam todo o
amor que haviam reunido para todos os outros seres do universo, como
uma lembrança do coração aberto do Grande Mistério. A Mimosa me
ensinou a abrir o meu coração e a amar, não importando o quanto
fosse grande a minha dor, todas as vezes que eu visse minha estrela
se iluminando, na forma de um vaga-lume que passasse voando perto de
mim.
Os
Nativos de todas as partes do mundo têm vivido em harmonia com o
reino das plantas, em suas respectivas regiões, e têm utilizado o
reino vegetal como ajuda à sua sobrevivência. O povo indígena da
Mãe Terra só tem usado aquilo de que necessita, e não armazena,
por medo de escassez, as oferendas que as árvores lhes proporcionam.
Em nossa Tradição Americana Nativa, recolhemos todas as plantas de
maneira cerimonial e sagrada. Em minha Tradição Nativa particular
nós nos aproximamos da maior planta da espécie que vamos colher,
lhe oferecemos tabaco e pedimos permissão para colheita. Essa é a
Planta ou Árvore Chefe daquela espécie, por ser a maior e a mais
velha. Assim que recebemos uma indicação ou uma mensagem de que
está tudo certo, pulamos as primeiras sete plantas ou árvores que
poderíamos colher para que as próximas sete gerações de seres
humanos possam estar bem providas. Honrando nossos filhos, e os
filhos de nossos filhos, garantimos um futuro feliz para todas as
Criaturas assim como para o reino das plantas.
Se
recebemos um não ao pedirmos permissão à Planta Chefe, vamos para
outra região de coleta e começamos tudo outra vez. Se estivermos
recolhendo pinhas, por exemplo, pegamos apenas um pouco de cada
árvore, para que nossos Irmãos e Irmãs do reino das Criaturas
também fiquem bem providos. E como sabemos quando já acabamos de
colher o suficiente de determinada planta? Isto é fácil de saber
quando nos colocamos em sintonia com os nossos Irmãos e Irmãs
Verdes. A planta não solta mais seu fruto, erva ou pinha, quando já
recolhemos o bastante. Ela enrijecerá os seus galhos e se recusará
a liberar os seus frutos. É assim que os seres das plantas dizem:
“Você já pegou o bastante, vá embora.”
Os
Sênecas dizem que toda árvore tem mais raízes do que galhos. Este
ensinamento nos fala de como cada Pessoa em Pé está ligada
profundamente à Mãe Terra. À semelhança do Povo em Pé, nós, os
seres Duas Pernas, temos uma espinha que lembra um tronco, braços
que parecem galhos, e cabelos que lembram folhas. Crescemos em
direção à luz, da mesma forma que os galhos da árvore esticam-se
em direção ao Avô Sol. Recebemos compreensão através de nossas
antenas – os nossos cabelos – assim como as árvores recebem a
luz através de suas folhas. Cada ser humano possui um corpo
diferente do outro. O mesmo se dá com o Povo em Pé; não existem
dois seres iguais. Caminhamos sobre duas pernas e vemos muitas
coisas, ao passo que nossas irmãs árvores ficam fixas em um só
lugar e recebem alimentação da Mãe Terra constantemente, para que
possam repassar aos outros tudo aquilo que recolhem. Nós, os Duas
Pernas, também estamos sempre dando e recebendo quando estamos
Caminhando em Equilíbrio. Em minha Tradição ensinam-nos que a
humanidade forma a ponte entre a Mãe Terra e a Nação do Céu, e
que nós, assim como o Povo em Pé, pertencemos a estes dois mundos.
Para conseguir este equilíbrio, devemos viver em harmonia com Todos
os Nossos Parentes, estar bem enraizados neste mundo através de
nossa Mãe Terra e permitir que os nossos espíritos voem livres
pelos outros mundos, fundindo-se com estas outras realidades. Se não
estivermos bem enraizados em nosso mundo físico, não conseguiremos
entender totalmente o propósito de nossas visões, sonhos,
potenciais, ou, ainda, descobrir as verdades que nos são reveladas
durante o sono.
No
momento em que conseguimos retribuir a gratidão pelos presentes que
recebemos dos outros, passamos a reconhecer a raiz de cada bênção.
A raiz de qualquer coisa constitui a sua fonte original. Toda vez que
retribuímos nossa gratidão à fonte de nossas bênçãos, voltamos
a equilibrar o nosso mundo e a reconhecer todas as dádivas que
recebemos. Devemos recordar também que os Ancestrais que Cavalgaram
o Vento antes de nós tornaram-se parte de nossas raízes e que
estamos aqui para honrar o valor de seus presentes e de suas vidas,
buscando viver de forma equilibrada. A raiz de todas as civilizações
que estão por vir já vive neste momento dentro de cada um de nós.
Nutrir o futuro equivale a honrar as sementes do presente, permitindo
que elas cresçam e se desenvolvam. O Povo em Pé nos inspira como
Guardiãs de nossa Mãe Terra a olhar a raiz de cada bênção para o
Bem, de tal forma que a sua dádiva não tenha sido ofertada em vão.
O
Povo em Pé nos fala de raízes e de doação. Devemos nos
reabastecer sempre, através de nossa ligação com a Mãe Terra,
para podermos doar livremente, sem nos exaurimos. A raiz do Ser está
ali onde está a força. Esta raiz deve estar plantada firmemente no
solo de nossa Mãe Planeta. Sem esta conexão os sonhos não poderão
se manifestar, e os nossos atos de doação não poderão ser
recompensados pela Mãe Terra. Caso você esteja “viajando” pelo
espaço afora, para um pouco e reconete-se com a Mãe Terra. Silencie
e torne-se Uno com as árvores para poder observar melhor tudo aquilo
que está crescendo neste momento em sua floresta interna. As raízes
de todas as respostas para a vida física podem ser descobertas aqui
mesmo na Terra. Estude a sua árvore genealógica e busque a força
oferecida pelos seus Ancestrais. Ao erguer bem alto os seus galhos,
buscando a luz do Avô Sol, verá comos as suas raízes continuam a
prendê-lo na Terra. Assim, será construído uma ponte equilibrada
para o Mundo dos Céus.
O
Povo em Pé nos pede que nos doemos mais. Pergunte a você mesmo se
está realmente disposto a dar e receber. Observe a raiz de cada
bênção com profunda gratidão. Perceba qualquer bloqueio que
esteja prejudicando o seu processo de enraizamento ou a sua
capacidade de mergulhar mais fundo nas coisas. A seguir remova esta
sensação limitadora e passe a mergulhar mais fundo até obter as
respostas que procura. Lembre-se de que nós também somos raiz do
futuro e de que é através de nossas vidas que as futuras gerações
serão alimentadas. Afaste-se de tudo aquilo que possa inibir o seu
crescimento. Desde modo você poderá erguer a cabeça, orgulhoso,
toda vez que estiver no meio de seus parentes Árvores.
*Coach
com abordagem holística, utilizo de várias técnicas e
conhecimentos de Coaching, PNL, Astrologia, Tarot, Kabbalah, Deeksha,
Mindfulness/Meditação e outros conhecimentos da mente humana.
http://mickbernard.blogspot.pt/2016/09/conheca-o-poder-espiritual-de-uma.html
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