quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O que nos diz esta Lua Nova...

PAZ PESSOAL, DESPERTAR COLETIVO - LUA CHEIA EM CÂNCER EM CONJUNÇÃO COM A LUA NEGRA

16 de Janeiro de 2014:
 Lua Cheia em Câncer em Conjunção com a Lua Negra Lilith às 4h53min GMT
Imagem: ‘Triple Goddess’ por Montserrat

Sarah Varcas
Fonte: http://astro-awakenings.co.uk/16th-january-2014-full-moon-in-cancer-453-a-m-gmt


Esta Lua Cheia pode nos levar a uma das duas situações: é possível que nos encontremos misteriosamente livres dos problemas que vinham nos assaltando nas últimas semanas, ou cada vez mais oprimidos por eles; podemos finalmente perceber a insignificância deles no contexto do vasto universo ou ser incapazes de contorna-los no contexto de nossas vidas pessoais. Esta é uma Lua de extremos e, portanto, de possibilidades extremas. Ela pode nos libertar de pontos de vista que nos têm mantido aprisionados – mentalmente, emocionalmente, espiritualmente – ou pode reforçar as grades dessa prisão com uma dose da assim chamada “realidade”, que nos diz que nada muda, que a vida é uma luta e quanto antes terminar, melhor. Ela nos lembra que a experiência pessoal e o campo energético coletivo estão eternamente entrelaçados e que, para sairmos da primeira, podemos abraçar o segundo com reverência e admiração. Esta Lua Cheia nos oferece a oportunidade de mudar de perspectiva e consequentemente enxergar as coisas sob uma nova luz.
Alinhada com a Lua Negra Lilith, esta Lua Cheia fala da necessidade de respeitarmos nossos instintos, ao mesmo tempo em que reconhecemos que segui-los leva tempo e planejamento. Se há anos vimos construindo uma vida que satisfaça as exigências egóicas de status, segurança e aceitação, mas que tenha pouco a ver com o que se encontra em nosso âmago, então a simples decisão de mudarmos não é suficiente para fazer o passado ir embora e o futuro se manifestar aqui e agora de uma forma totalmente diferente. Precisamos exercitar a paciência e colaborar com o novo, enquanto ele vai desabrochando. Muitos estão sentindo hoje os efeitos asfixiantes de decisões anteriores tomadas com base numa condição de inconsciência e adaptação. Muitos vivem vidas que não alimentam o espírito nem oferecem realização, mas, ao contrário, prometem uma existência cada vez mais estressante que não respeita a interconexão entre todas as coisas e as responsabilidades e liberdades inerentes a ela.
Em um mundo em que a distribuição da riqueza é chocantemente distorcida e uma parte do globo desperdiça montanhas de sobras de alimento, enquanto outra passa fome, o equilíbrio é necessário, e uma sintonia mais profunda com a vida dos outros deve ser estimulada. Para isto, devemos começar por nós mesmos e por uma sintonia com nosso próprio espírito, em vez de com as exigências egóicas que tendem a ditar as regras. Uma vez que consigamos reconhecer quando nossas vidas estão fora de equilíbrio e tenhamos a coragem de fazer o que for necessário para restabelecê-lo, poderemos nos sintonizar melhor com um campo coletivo mais amplo, que não se trata apenas de nossas identidades individuais que procuram satisfazer nossos próprios desejos e conseguir tudo o queremos, mas que forma a vida unificada da qual todos nós compartilhamos uma pequena parte. E quanto melhor conseguirmos nos sintonizar com isso, com mais facilidade poderemos abandonar nossa busca de ganho pessoal, em favor de uma conexão compassiva com as inúmeras formas de vida deste planeta.
Há uma quantidade inimaginável de sofrimento no mundo: as guerras e conflitos continuam; a fome, a seca, os desastres naturais e a velha pobreza arruínam vidas incontáveis. Não podemos ficar cegos a isso e julgar o “progresso espiritual” com base apenas em como estamos nos sentindo, no quanto estamos satisfeitos, no fato de estarmos vivendo a vida dos nossos sonhos. Precisamos nos aprofundar mais e olhar para a própria natureza da existência e respeitar verdadeiramente a unidade coletiva que circula por suas artérias energéticas. Os frutos do despertar amadurecem dentro do campo coletivo compartilhado por todas as coisas em todo o universo e mais além. É para este fato que esta Lua Cheia aponta.
Quanto mais conseguirmos colocar os desejos do nosso ego em seus devidos lugares, nos familiarizarmos com a natureza de um ego saudável e identificarmos, em nossas vidas, suas expressões pouco saudáveis, mais capazes seremos de facilitar o nascimento da Era Aquariana, que procura viabilizar igualdade e justiça para todos – uma comunidade global que não tolere a fome como subproduto da ganância, nem as atrocidades da guerra como uma forma aceitável de solução de conflitos, e nem a destruição do nosso planeta como consequência inevitável do “progresso econômico”.
Ainda há um longo caminho a percorrer. O fato de milhões de pessoas passarem seus dias lutando para conseguirem se alimentar e alimentar suas famílias inevitavelmente cria um impacto sobre o potencial coletivo para o despertar de uma nova era. E aqueles de nós, que estão em posição de abraçar o caminho do despertar, não podem simplesmente fechar os olhos para os esforços dos outros e proclamar progresso absoluto a esse respeito. A mudança maior e mais libertadora em nossa vida pode realmente ser maravilhosa no nível pessoal, mas coletivamente é só uma gota no oceano, e não devemos permitir que ela nos cegue para o sofrimento daqueles que lutam apenas para sobreviver mais um dia.
Esta Lua Cheia pode nos “pre-ocupar” com nossos próprios desafios, a ponto de excluirmos tudo o mais, mas também traz em si o potencial para nos elevar de modo que vejamos o quadro mais amplo. Temos a chance agora de reconhecer a enormidade da tarefa à frente e a importância de todas as pessoas, comprometendo-nos a caminhar pelos desafios num estado de reverência e humildade, reconhecendo que, em última análise, não se trata apenas de nós e nossas pequenas vidas, mas da vida deste planeta e mais além, realinhando-o num estado de equilíbrio e paz que pode permitir que toda a vida desabroche e cresça.

Aproveitem a Lua Cheia!
Sarah Varcas
Tradução de Vera Corrêa  

© Sarah Varcas.
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